Mais um episódio: mercado de pulgas

Dessa vez vamos conhecer um pouco do fascínio que os alemães têm por feirinhas de coisas usadas chamados Flohmarkt (plural: flohmärkte) que significa, literalmente, mercado de pulgas.

Gente, tem de tudo mesmo, não é brincadeira não; se duvidar, até pulga adestrada a pessoa corre o risco de encontrar num lugar desses. Na cidade tem um montão dessas feiras, mas a mais famosa, bacana e divertida é a que acontece no Mauer Park, em Prenzlauerberg. Vem dar uma voltinha e ver como é que a coisa acontece.

Design cortês

O mundo está cada vez mais lotado de gente. Falta água, comida, educação, cultura e justiça para a maior parte dos viventes, e se as pessoas continuarem a se reproduzir com essa desenvoltura, a tendência é só piorar. Mas penso que, a despeito dessas mazelas todas, as coisas que mais fazem falta mesmo são a gentileza, a delicadeza e a sensibilidade.

O bom design leva em consideração o conforto, o bem-estar, a facilidade de uso, a sensibilidade e as limitações do usuário. O bom design é tão nobre e atencioso que até com o planeta ele se preocupa, já que todo projeto deve levar também em consideração o ciclo de vida e o descarte do produto.

Quem me conhece sabe que estou muito longe ainda de ser uma dama, mas o bom design é um gentleman desde o berço….

O nome e a rosa

“Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume”. Essa fala de Julieta, imortalizada nos versos de Shakespeare, talvez devesse ser reavaliada nos dias de hoje.

É que uma pesquisa realizada na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, concluiu que a percepção das pessoas em relação a um cheiro pode variar dependendo do nome que se dá a ele.

Na prática, a teoria é mais divertida!

Nesse feriado tive o privilégio de participar do workshop Inovação + Design Thinking promovido pela dupla dinâmica Maria Augusta Orofino e Maurício Manhães, da InnovaService. Foram dois dias para descolar os neurônios, como disse uma participante. Uma coisa é estudar inovação e design thinking em livros, outra bem diferente é desenvolver um produto inovador na prática.

Eles começam os trabalhos falando do conceito da VaCa RoSa, acrônimo para a técnica de Variação Cega e Retenção Seletiva. A variação cega parte da metáfora baseada no darwinismo, onde a natureza faz variações aleatórias sobre um tema (ou, no caso, ser vivo) e a retenção é feita seletivamente, pelo desempenho de cada uma. Então, no começo houve girafas pescoçudas, orelhudas, linguarudas e até estrábicas. As características que tiveram desempenho melhor e contribuíram para a sobrevivência da espécie foram reproduzidas, fazendo esses animais, hoje em dia, terem pescoços e orelhas bem desenvolvidos. Mas, no começo da variação cega, não havia como saber como ia ser a forma final da girafa.

Por quê?

Estava lendo Start with why, de Simon Sinek, e me dei conta de que a gente não dá muita bola para algumas coisas realmente importantes em marketing. Não que Simon tenha feito alguma descoberta extraordinária que o pessoal que estuda ciência cognitiva já não tenha estudado, mas ele descreve as coisas de uma maneira tão simples que faz todo o sentido.

Simon começa questionando se você sabe porque os clientes de sua empresa são clientes. E por que os funcionários são funcionários, parceiros são parceiros? Por que seu cônjuge continua com você? Por que seus amigos são seus amigos? Perguntas um pouco complicadas de responder, né? Afinal, a gente sabe muito pouco sobre o que move a conduta das pessoas e a interação entre elas.

Para tentar ajudar na busca de respostas para essas questões tão importantes, Sinek explica que o comportamento humano pode ser influenciado basicamente de duas maneiras: manipulação e inspiração.

Vida fumê

A minha implicância com o vidro fumê não vem de hoje – nunca gostei desse efeito. Essa forma plasmática em sua versão enfumaçada (você sabia que o vidro é um líquido de alta viscosidade?) tem o poder de descolorir o dia, fazer desmaiar as cores e até tornar o cenário um pouco ameaçador. A pergunta que não fica quieta é por que as pessoas escolhem ver o mundo desbotado de livre e espontânea vontade? E por que ainda topam pagar mais caro por isso?

A identidade das micro e pequenas empresas

O pessoal do SENAI São Paulo me convidou para publicar um artigo no informativo mensal da instituição sobre design chamado INFOPAPER. Para lê-lo, é só clicar aqui.

Vale a visita, pois tem um montão de artigos bem interessantes na base de publicações deles, escritos por gente que sabe muito . Para quem está pesquisando, é um prato cheio mesmo!

Chega de CAPTCHAS!

Tá bom, você, como eu, não consegue mais ouvir sobre o tal foco no cliente. É um tal de “nossa empresa tem foco no cliente, viu? Nós acordamos, comemos, trabalhamos, dormimos e sonhamos pensando em como fazer nossos clientes felizes” que não é fácil. Claro que na parede, não falta nunca uma declaração de missão e visão, espremendo a palavrinha mágica “cliente” entre previsíveis e entendiantes gerúndios, combinando bem com a moldura de gosto duvidoso.

E se em vez de ficar nesse teatrinho de roteiro ruim, as empresas realmente pensassem no cliente, só de vez em quando, para variar? Não precisa ser nada muito difícil para começar.

A importância da pregnância

A pregnância é uma velha conhecida no design. A idéia básica partiu dos filósofos Imanuel Kant, Wolfgang von Goethe e Ernst Mach, que diziam que a percepção era um ato unitário. Eles queriam dizer que as pessoas não percebem as coisas aos pedaços; elas organizam as informações de maneira a dar um sentido ao conjunto. No início do século passado, psicólogos conterrâneos desses senhores investiram na idéia e criaram a psicologia da Gestalt. Essa palavra alemã significa justamente “a integração das partes em oposição à soma do todo”. Sabe aquela história de que um mais um é sempre mais que dois? Pois é, vai por aí… a metáfora mais conhecida é aquela que diz que se cada uma das doze notas de uma melodia fosse ouvida por uma pessoa diferente, a soma das experiências dessa turma não corresponderia à de uma pessoa que ouvisse a melodia toda. E não é que é mesmo?

Inovação: tem palavra mais obsoleta?

Há algum tempo tive a oportunidade de ler um artigo interessantíssimo do Umair Haque, diretor do Havas Media Lab, chamado “The Awesomeness Manifesto”. É difícil traduzir awesomeness, que seria mais ou menos a capacidade de impressionar, causar espanto. Pensei em substituir por incrível, sensacional, deslumbrante e até mesmo impressionante, mas esses são adjetivos e o Haque acrescentou o “ness” no final justamente porque queria um substantivo. Aí fica difícil traduzir, né?

Mas não faz mal, usamos o original e vamos ao que interessa: Haque diz que a palavra inovação soa como uma relíquia da era industrial e que, por isso, a própria palavra precisa ser inovada.