A natureza da mordida

Esse livro estava na pilha de espera há mais de um ano, coitado. Sou muito fã da Carla Madeira (para mim, uma das maiores escritoras brasileiras vivas), mas, sei lá por que, estava deixando esse para depois; acho que é porque não queria esgotar a leitura do que ela já publicou. Enfim, chegou a hora. E, sinceramente, espero que a Carla já esteja escrevendo outro livro depois dos sucessos Véspera e Tudo é Rio.

Como sempre, a moça não decepciona. Uma história instigante, bem contada e cheia de sensibilidade. Uma coisa que gosto muito é que a história se passa em Belo Horizonte, cidade que eu amo e mora no meu coração.

Mas vamos à história.

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O pacto da água

Eu me vi obrigada a comprar “The covenant of water” (tradução livre: “O pacto da água”), de Abraham Verghese, porque todo lugar que eu ia nas redes sociais tinha gente elogiando a obra: Bill Gates, Oprah Winfrey, Goodreads, Bookster e mais um monte de gente. Enfim, não tinha como.

O negócio é um tijolão com mais de 700 páginas, mas podemos chamá-lo de buraco negro; ele suga você para dentro da história e você vai passar a semana na Índia, visitando cidades menos famosas como Kerala, Cochin e Madras, bem no sul (adoro livro que tem mapa para a pessoa se localizar).

A história começa em 1900 com uma menina de 12 anos de idade indo de barco sozinha, sem a família, para encontrar seu futuro marido, de 40 anos. Nesse ponto, bem no começo, juro que pensei: não sei se quero ler o resto. Ainda bem que continuei.

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Vamos comprar um poeta

Eu vi “Vamos comprar um poeta”, de Afonso Cruz,  sendo recomendado em mais de um lugar nas redes sociais. Achei o título curioso, então quando a minha querida sobrinha Bruna veio do Brasil me visitar, trouxe um exemplar (metade da mala da pobre moça eram livros).

A obra é bem curtinha (menos de 100 páginas) e é tipo uma fábula. Você lê numa sentada e sai sorrindo no final. O autor é um multiartista português cheio de talentos (além de escritor, é ilustrador, músico e cineasta) e já tem mais de 30 volumes publicados (nunca tinha ouvido falar dele; quanta gente boa tem nesse mundo que a gente não conhece!).

Mas vamos à história, narrada por uma menina de 13 anos; sua família, composta de pai, mãe e irmão, quase da mesma idade, é dona de uma fábrica.

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Feitas para colar

Esses dias lembrei desse livro e tive que lê-lo novamente para fazer a resenha, pois acho que li quando foi lançado. Nem tinha mais o exemplar e achei outro no sebo.

Mas “Made to stick: why some ideas take hold and others come unstuck” (tradução livre: “Feitas para “colar”: porque algumas ideias pegam e outras não”), dos irmãos Chip e Dan Heath, vale a pena, pois é um clássico. 

Inclusive porque algumas dicas valem para UX (User Experience) Design, que é a área na qual estou me dedicando atualmente.

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Os dois morrem no final

Um livro com spoiler no título?

Eu já tinha visto “They both die at the end” (Tradução livre: “Os dois morrem no final”), de Adam Silveira em várias livrarias, perfis de redes sociais, vitrines, enfim, e não é de hoje, pois a obra é de 2017. Não me senti imediatamente atraída porque está classificada como um romance adolescente (já passei dessa fase faz muuuito tempo) até que, há algumas semanas, encontrei o bonito num sebo. Eis que pensei: por que não, né?

Olha, não me arrependi. Que história mais linda e que sensibilidade para contá-la.

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Lago de Garda: margem direita

Em julho de 2023 a gente passou três dias no Lago de Garda, na Itália, mas do lado esquerdo, quando a gente olha no mapa. Voltamos na semana passada para explorar o outro lado e também assistir à ópera Carmem, na Arena di Verona (um espetáculo inesquecível!), mas dessa vez ficamos uma semana inteira.

Olhando o mapa dá para entender melhor.

Os pontinhos verdes marcam onde estivemos.

Vamos começar com Lazise, uma cidadezinha medieval que ainda tem parte murada, onde não podem entrar carros, com exceção para carregar e descarregar carga (imagina a minha felicidade!). A gente se hospedou nela e a usou como base para todas as outras visitas.

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Castelos de contos de fadas existem!

Domingo fui visitar Schwerin pela segunda vez e me dei conta de que ainda não tinha compartilhado esse passeio lindo aqui no blog. A cidade é capital do estado Mecklenburg-Vorpommern, além de ser a cidade mais antiga da região (fundada em 1160 pelo rei “Henrique, o Leão”). O seu famoso castelo foi construído por volta de 1500, onde desde 1990 funciona como parlamento estadual e um museu.

Os jardins do palácio são belíssimos e ele fica numa ilha bem no meio do maior lago da cidade. De Berlim são apenas 2h30 de trem regional (R8) e vale demais o passeio bate-volta, especialmente se o dia estiver bonito!

Dá só uma olhada para ver que não estou mentindo!

AI 2041: dez visões do nosso futuro

Já fazia tempo que eu queria ler “AI 2041: Ten visions for our future”, de Kai-Fu Lee e Chen Qiufan. Eu já tinha lido  “AI Superpowers” dele (a resenha está aqui) e ficado muito impressionada com a visão desse homem. 

Pois que Lee escreveu a obra em 2021 mas teve que revisá-la em 2023, por causa do lançamento do Chat GPT. 

Esse livro é uma grata surpresa (e olha que minhas expectativas já eram altas). Lee fala que quando começou a estudar inteligência artificial (ele defendeu sua tese de doutorado há 40 anos sobre esse tema), quase não se falava no assunto. O chinês, que presta consultoria para gigantes como Apple, Microsoft e Google, é uma das maiores autoridades mundiais sobre o tema.

Nessa obra, ele imagina como serão os próximos 20 anos (lembrando que a versão original é de 2021), com base em seus estudos, experiência e muitas entrevistas que fez ao redor do mundo. 

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