Esse nem parece banco. Mesmo.

Uma das palestras sobre inovação e design thinking que vou ministrar no Brasil nessa semana e na outra é para um banco. Como as apresentações são sempre personalizadas para cada cliente, fui pesquisar cases de inovação em bancos, claro.

Lembrava de ter lido algo sobre um banco alemão, mas há muito, muito tempo mesmo, quando comecei a me interessar por design thinking.  Pois fui pesquisar mais e a agência mais vanguardista e referência em inovação é do Deutsche Bank. E tem mais: fica apenas a duas estações de metrô da minha casa. E tem mais ainda: abre aos sábados!

Peguei minha bike e fui lá correndo conferir in loco, claro. Fica no Quartier 110 da Friedrich Straße (Q110 é o nome da agência) e já existe com essa cara futurista há 9 anos, segundo a funcionária que me atendeu e me mostrou tudo por lá.

A ideia é colocar em apenas uma agência todas as tendências e inovações para serviços bancários; aí, aos poucos, eles vão implementando uma ideia numa agência, outro módulo em outra, até que tudo vá sendo testado e aprimorado aos poucos. A moça me explicou que hoje todo mundo resolve tudo pela internet, não precisa ir à agência. Quando vai, é porque quer resolver alguma questão importante. Para isso, é necessário falar com uma pessoa, e mais, ser tratada como gente de verdade, não um número.

Eis então que a Q110 tem um café bem bacaninha, com livros e tudo. Tem uma sala de recreação infantil para deixar as crianças enquanto os pais se reúnem para falar de investimentos e aplicações. Tem uma loja que vende produtos de design, que eles chamam de trendshop. Tem várias salas de reuniões com estilos diferentes para ser atendido com privacidade. Tem uma esteira biométrica para incentivar a saúde e o bem-estar dos clientes (eles projetam um cenário de uma floresta na parede da frente para simular um passeio pela natureza que achei um pouco conceitual demais; mas não duvido que alguém vá lá para correr na esteira, não duvido de nada nessa cidade). Tem um coração gigante em fibra de vidro (dá para entrar nele) para explicar a importância dos exercícios na qualidade de vida. Tem uma mesa de ping-pong para quem quiser jogar. Tem até pratinhos com comida e água para quem vai com o cachorro (aqui eles entram e são bem-vindos na maioria dos lugares).

Tem também balcões com terminais de atendimento, mas não aqueles com vidros e uma distância enorme entre o caixa e o cliente; são apenas mesas altas para abrigar o terminal. A ideia é aproximar cada vez mais as pessoas.

Outra inovação é o horário de atendimento: diariamente das 10 às 18 h, inclusive aos sábados!

Bem, o que observei é que falta unidade visual ao ambiente; parece um amontoado de ideias colocadas num lugar só (e no final, é isso mesmo, até que faz sentido). Talvez o fato da agência já ter nove anos com esse formato indique a necessidade de uma atualização, tanto que eles se uniram ao blog de tendências designboom para fazer um concurso de ideias.

Como você imagina o banco do futuro? Vale propor gadgets, aplicativos, softwares, ambientes, enfim, o que mais passar pela sua criativa cabeça. As inscrições são até dia 15 de agosto e as informações estão todas nesse link.

Agora umas fotos da agência do futuro para se inspirar…

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Vista geral da agência.
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Bom lugar para ler um livro ou jornal.
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Lugar para os pequenos ficarem enquanto os pais são atendidos.
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Dá para se reunir com seu gerente tomando um café expresso. E atenção, isso não é uma agência personalité, top class, estilo ou uma dessas só para ricos…
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Balcões de atendimento.

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Desconstruindo o conceito de porta

Pense numa porta. Pensou? Pois é, a gente não consegue imaginar uma porta que não seja um retângulo com dobradiças em uma das laterais. Ok, existem também os modelos pivotantes, que têm um ponto de apoio em cima (adoro), as deslizantes (de correr) e as dobráveis, tipo sanfona. Mas basicamente todas as portas são variantes desses quatro tipos.

Pois Klemens Torggler conseguiu abrir literalmente as portas do seu cérebro e imaginar um modelo diferente de tudo o que você já viu.