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Pirulito que não bate

Fotografia: Natasja Fourie

Ontem aconteceu uma coisa que me fez lembrar o meu queridíssimo amigo e parceiro Tio Flávio, famoso pelas suas aulas e palestras brilhantes sobre marketing. É que o moço costuma andar com um saco de pirulitos dentro da mochila. Quando o povo está muito agitado, o Flávio distribui os confeitos e instantaneamente a paz e a atenção absoluta são restauradas no ambiente. Não é um gênio, esse rapaz?

É que vi uma mulher no metrô com uma cara tão indignada e mal-humorada que me fez pensar na teoria do pirulito. Se eu tivesse um na bolsa, juro que ofereceria para a moça na mesma hora. Se ela recusasse, a cara não ia ficar pior mesmo. Mas se aceitasse o mundo ganharia mais um sorriso, o que não é pouco se a gente for um pouquinho ambicioso e pensar na coisa em escala.

Repare bem, é impossível ficar irritado e chupar um pirulito ao mesmo tempo; são tarefas mutuamente exclusivas. Além de se dar conta do ridículo que é ficar com a cara amarrada, a pessoa percebe que é fisicamente muito complicado manter a carranca nessas condições.

Imagine uma reunião tensa entre líderes de países em crise, naquele momento em que todo mundo quer ter razão e ninguém quer ceder. Se o pessoal da diplomacia fosse mais esperto, sairia distribuindo pirulitos. Certeza de sucesso! Quem sabe guerras não seriam evitadas com esse artifício?

Chupando um pirulito todo mundo fica mais concentrado e instrospectivo. Passa a ver o mundo sob uma perspectiva mais doce. Cala a boca e ouve mais. Sente-se criança novamente e se dá conta de que nada é assim tão dramático que não possa ser calmamente resolvido enquanto se delicia uma guloseima bem doce e colorida.

Pense numa pessoa grossa e mal educada empurrando outros numa fila. Pense nesse mesmo ogro chupando um pirulito nessa hora. Tudo muda, incluindo o comportamento do próprio, não tem como ser diferente.

Enfim, é de se pensar porque as pessoas param de chupar pirulitos quando crescem. Não deveriam.

Não sei se poderia ser uma solução para o problema da violência no mundo, mas do mau-humor e da malcriação, com certeza seria.

Nesse dia das crianças, saboreie um pirulito bem devagar e pense a respeito.

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7 comentários

  1. Clotilde♥Fascioni diz:

    Esse pirulito já bateu minha amada. Bjs doces♥

  2. E o pirulito causa um saudosismo gostoso.. Todo mundo adora mesmo. Bjs…

  3. tais tozatti diz:

    Fico muito feliz de saber que eu utilizei esta estratégia nas aulas da UFMG com meus alunos, e claro deu super certo; mas eu ainda não tinha sido presenteada pelas aulas do Tio Flávio, me senti um tanto quanto importante… pois tive uma atitude igual a de alguém que eu admiro tanto!
    Lígia, eu gostei da sugestão de andar com pirulito na bolsa, sobraram alguns aqui em casa e irei usá-los com pessoas de mal humor!!!

    1. ligiafascioni diz:

      Aahahahah… Tio Flávio é uma lenda, Taís! Você precisa ver uma palestra desse moço para saber o que estou falando….ehehehe
      Beijos 🙂

  4. Raquel Queiroz diz:

    Ligia, há casos no Canadá e Reino Unido de prefeituras que distribuem pirulito para “acalmar ânimos” nas noitadas. Coloco aqui um link pra uma dessas matérias: http://oglobo.globo.com/mundo/vereadora-de-cidade-no-canada-tenta-reduzir-brigas-vandalismo-distribuindo-pirulito-para-beberroes-2709254

    1. ligiafascioni diz:

      Nossa, que coisa mais legal, Raquel! Viu? A ideia tem futuro (já foi inclusive testada com sucesso!!!).
      Obrigada, adorei a notícia!
      Beijos 🙂

  5. kkkkkkkkkk excelente dica, irei utilizar.

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