A fábrica de feedbacks
Hoje visitei a Feedback Factory, uma loja que vende produtos inovadores que ainda vão entrar no mercado. Na verdade, encontrei-a por acaso há algumas semanas, mas estava morrendo de pressa. Hoje entrei e descobri coisas bem interessantes.
Olha que ideia mais bacana: a própria loja é uma start-up e serve para as start-ups testarem seus produtos antes de fazer o lançamento oficial no mercado.
Quando o cliente entra na loja, preenche um questionário anônimo com informações sócio-econômico-demográficas que fica associado com um número (é so pegar um cartão na bancada da entrada e preencher o questionário no iPad; se quiser tem a versão em papel também). Ao lado do cartão, tem um carimbo desses com esponja integrada com o mesmo número.
Nas prateleiras, só há produtos que ainda não estão no mercado, como um drink para dormir feito com extrato de plantas e melatonina, por exemplo. Ao lado de cada produto, cartões de cores diferentes onde a pessoa pode pegar um deles, carimbar seu número (para eles associarem com seus dados) e depositar num copinho ao lado. Cada produto tem um repositório para depositar os cartões carimbados e você pode responder pesquisas de opinião de quantos produtos quiser. Há oito feedbacks disponíveis:
- (verde) “eu quero”
- (azul) “vou dar de presente”
- (preto) “já conheço”
- (vermelho) “é muito caro”
- (cinza) “me parece familiar”
- (roxo) “isso é supérfluo”
- (laranja) “não me interessou”
- (amarelo) cartão em branco para a pessoa escrever o que quiser.
A maioria dos produtos é comida, bebida ou o que se chama superfoods (alimentos especiais) na maioria veganos, bio ou da região; mas também tem desentupidor de pia, rosas conservadas com um processo diferente e até cartões impressos que não achei nada inovadores.
Aí procurei uma coisa que eu realmente achasse especial, que não encontrasse em outros lugares e quisesse experimentar; achei. Comprei um pote de grilos temperados com pimenta rosa da WickedCricket. Sempre ouvi dizer que insetos são gostosos e uma fonte importante de proteína (meu pai contava que tinha comido formiga frita no nordeste; sempre fiquei curiosa). Sei que na África é muito comum, mas nunca tinha tido a oportunidade. Minhas impressões: sabe aquele doce de arroz japonês, onde o grão de arroz incha e fica parecendo isopor? Pois o grilo tem essa textura, só que no meu caso era salgado. Não achei ruim, mas prefiro castanhas ou amendoim…rs
A loja também oferece às empresas uma pesquisa de mercado profissional e aprofundada pelos seis meses em que o produto ficará à venda (uma parceria com o Berlin Institute for Innovation). Assim, quando (e se) o produto for para as prateleiras dos supermercados, já haverá dados fundamentados que justifiquem a aquisição por parte do lojista.
Achei uma maneira bem inteligente de fazer uma prototipagem um pouco mais sofisticada antes de partir para a produção em escala. Tomara que dê certo.
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