Sem uma palavra

Eu não conhecia Linwood Barclay; depois de ler “Ohne ein wort” (tradução livre: “sem uma palavra“), vou procurar outras obras dele.

O thriller conta a história de uma menina de 14 anos rebelde que foi pega em flagrante pelo pai no carro do namorado problemático. Levada para casa emburrada, levou uma bronca e foi para seu quarto, não sem antes reclamar aos berros que queria que todos morressem.

No dia seguinte, quando acordou para ir à escola, a casa estava completamente vazia. Seus pais e seu irmão mais velho desapareceram como que por encanto, sem deixar pistas; nem ao menos um bilhete ou recado. Simplesmente sumiram.

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O mundo ameaçado pela GAFA

O primeiro emprego do jornalista Franklin Foer foi como editor de uma revista digital feminina chamada Underwire (gostei do nome…rs)*, outra sobre automobilismo e alguns sites dedicados à vida urbana; todos pertencentes à Microsoft. Sim, a empresa gerava conteúdo em vez de compartilhar o que os outros criavam. Como todo início, foi confuso. Não se sabia com que frequência deviam atualizar as publicações; os leitores davam palpites em tudo, o tempo todo e os jornalistas não sabiam como lidar.

Em “World without mind: the existencial threat of big tech” (algo como ‘Mundo sem mente: a ameaça existencial das grandes empresas de tecnologia’) fala sobre como as grandes corporações estão crescendo em um mundo sem limites, em que os monopólios tecnológicos aspiram moldar a humanidade em um formato que eles imaginam ser o ideal. Essas empresas, também conhecidas por GAFA (Google, Apple, Facebook e Amazon) acreditam que são fundamentalmente organismos sociais, uma espécie de existência coletiva. 

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Quem são os fluxers?

Não adianta. Por mais que a gente tente acompanhar, impossível saber tudo o que está rolando. A solução? Seguir as pessoas certas nas redes sociais.

Pois graças a um post no Instagram da engenheira e especialista em neuromarketing Erica Ariano (@cacauariano) fiquei sabendo essa semana de um conceito que já existe desde 2012.

Foi quando Robert Safian, editor da revista Fast Company, publicou o artigo: “This Is Generation Flux: Meet The Pioneers Of The New (And Chaotic) Frontier Of Business“.

O artigo traz uma ideia realmente nova: a da Geração Flux.

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As regras do cérebro

John Medina é um cientista especializado em biologia molecular e fundador de dois institutos de pesquisa do cérebro.  Ele estudou realmente a fundo o tema e criou as Brain Rules (Regras do Cérebro) para que a gente possa aproveitar o máximo possível desse equipamento sofisticadíssimo que carregamos conosco.

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Origem

Podem me julgar, mas adoro o Dan Brown. Sei que ele é um fabricante em série de thrillers, mas o considero dos mais competentes. Depois de ler meia dúzia de livros dele, já dá para reconhecer a fórmula e não ter muitas surpresas no final (ok, dessa vez tive uma surpresinha que não muda a história, mas achei ousada e ótima). 

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Gestão do tempo não é solução

Gestão do tempo não é solução, mas parte do problema.

Ué, mas como assim?

Você também se assustou com o título? Mas lendo o artigo “Productivity Isn’t About Time Management. It’s About Attention Management”, do sempre ótimo Adam Grant no The New York Times, você vai ver que faz muito sentido.

Vou tentar fazer um resumo aqui com as principais ideias.

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O código da cultura

Para montar um time excepcional e fazer coisas realmente incríveis, você precisa de pessoas inteligentes, estudadas, experientes, criativas e também de um líder carismático, concorda? Eis aí o time dos sonhos. Para qualquer tarefa que seja, a equipe vai arrasar! 

Ou não? 

Na verdade, Daniel Coyle, no livro The Culture Code, diz que isso não garante nada. Aliás, cultura vem do latim cultus, que significa cuidado. E isso faz muita diferença, como vamos ver.

Estudos mostraram que você pode montar vários times dos sonhos, com executivos, MBAs, enfim, gente reconhecidamente competente, e eles vão perder para um time de jardim de infância em tarefas colaborativas como o desafio do mashmallow

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Kafka na praia

Não me canso de admirar o brilhantismo e a criatividade de Haruki Murakami. E lendo “Kafka am Strand” (Tradução livre: “Kafka na praia”) também me dei conta do quanto ele guarda algumas semelhanças com outro gênio da criatividade, Neil Gaiman. Li muito mais murakamis do que gaimans e não entendo nada de literatura, então posso estar falando bobagens, mas observo em ambos uma fluidez entre o surreal e o real, entre o sobrenatural e o natural. Os personagens são sempre instigantes em suas crises existenciais, os simbolismos das situações e a naturalidade como trafegam entre dois mundos estão presentes nas obras dos dois autores. 

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A questão dos lados do cérebro

Desde que li “A revolução do lado direito do cérebro”, de Daniel Pink, há quase uma década, fiquei encantada com a metáfora dos lados do cérebro que ele usa. 

Com certeza você já ouviu falar: o lado esquerdo é analítico e ocupa-se com a razão, com a estrutura, com a modularização das informações. É com esse lado que a gente aprende a ler e escrever, a formar palavras, a atribuir significados aos números, a encadear seqüências lógicas, a analisar criticamente um problema.

O lado direito ocupa-se da síntese e trata da emoção, do subjetivo, do contextual. Esse é o lado que reconhece um rosto (sem se preocupar com as partes), que interpreta e entende piadas e frases de duplo sentido, que sintetiza informações, que conecta, que cria e inova.

O lado esquerdo é seqüencial. O direito, simultâneo.

Bonito, né? Mas estudando um pouco mais, a gente aprende que essa metáfora, é só bonita mesmo, pois não corresponde à realidade. 

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Uma viagem pelo cérebro

Tem gente que diz que rede social não presta, especialmente o Facebook. Eu insisto em dizer que para quem não sabe usar as ferramentas, nada há de prestar. Porque são só ferramentas. Quem define o uso somos nós.

Pois nessa decadente e viciada rede social tenho descoberto grandes tesouros. Foi onde achei a profa. dra. Carla Tieppo, uma neurocientista preocupada em compartilhar conhecimento de qualidade (há quem duvide, mas as redes estão cheias de pessoas assim). Nem sei como cheguei a ela, mas, logo eu que pouco tenho paciência para vídeos, virei espectadora contumaz de suas Lives de quartas-feiras (que só assisto no dia seguinte por conta do fuso).

A linguagem simples, acessível, cheia de metáforas e exemplos da vida real são irresistíveis, assim como seu jeito despachado e sincerão.  Logo que pude, comprei “Uma viagem pelo cérebro: a via rápida para entender neurociência”. Professora e pesquisadora do tema há décadas, a linguagem do livro é como a Carla falando: uma extraordinária viagem.

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