o pensamento elástico

Já sou fã de Leonard Mlodinow há muito tempo. O primeiro livro que li dele, “O andar do bêbado” (resenha aqui), abriu-me várias portas na mente. Depois teve “A janela de Euclides” (resenha aqui) com tantas coisas curiosas quanto interessantes. Por isso, não me contive quando a Amazon me sugeriu “Elastic: unlocking your brain’s ability to embrace change”, sua mais recente obra.

Pois esse sujeito é tão brilhante que a cada vez se supera; com um texto fluido e fácil, ele explica coisas surpreendentes.

O QUE É 

Mlodinow explica que o pensamento elástico compreende uma série de talentos que revelam diferentes aspectos de um certo estilo cognitivo que nos ajuda muito. Ele cita alguns desses talentos (anota aí!): 

  • a capacidade de desapegar de ideias confortáveis; 
  • acostumar-se à ambiguidade e à contradição; 
  • a capacidade de levar ideias acima do senso comum e reformular questões; 
  • a habilidade de abandonar pressupostos arraigados e abrir a mente para novos modelos; 
  • a propensão em confiar na imaginação tanto quanto na lógica para gerar e integrar uma grande variedade de ideias; 
  • a boa-vontade em experimentar e ser tolerante aos erros.
Continue reading “o pensamento elástico”

Gastrofísica

Você não conhecia essa palavra? Nem eu!

Gastrofísica é um termo que define uma ciência nova que estuda os fatores que influenciam nossa experiência multissensorial enquanto comemos ou bebemos. 

Ela foi cunhada pelo psicólogo experimental e professor da Universidade de Oxford Charles Spence. Ele conta que nem a gastronomia, nem a ciência sensorial e nem a neurogastromia oferecem uma explicação satisfatória sobre como e porque a gente reage e se comporta enquanto come e bebe. 

Continue reading “Gastrofísica”

EU, ADA

Ada Lovelace é uma personagem ímpar na história, e mais ímpar ainda na história das mulheres nas ciências.

Eu conhecia um pouco da história dela e depois pesquisei mais para fazermos um episódio sobre a moça no canal do Youtube Berlim Tech Talks (clique aqui para assistir). Por isso, quando estava flanando numa livraria e vi “I, Ada”, de Julia Gray, publicada esse ano, não tive dúvida em levar o volume para casa. 

A obra conta a história em primeira pessoa; começa com a pequena Ada, aos cinco anos de idade, brincando no jardim. A trama se desenrola até os 19 anos da moça e a pesquisa extensa da autora preenche algumas lacunas de informação que eu ainda não tinha.

Continue reading “EU, ADA”

A startup de Gutenberg

Há algumas semanas estive em Mainz, numa das experiências mais legais da minha vida: visitei o Museu Gutenberg, instalado na casa onde morava o homem que inventou os tipos móveis e revolucionou a comunicação no planeta. As fotos e o relato estão aqui.

Pois achei, na lojinha do museu, um romance de uma jornalista britânica especialista em prensas móveis, publicado em 2014, que conta a epopéia por trás dessa grande invenção. O livro é “Gutenberg’s apprentice”, de Alix Christie.

Achei (penso que a autora também) que estivesse diante de um romance histórico. Também, mas não só. 

É um livro sobre empreendedorismo tecnológico e inovação com todos os ingredientes necessários: o desafio de desenvolver uma tecnologia inovadora; a dificuldade de encontrar investidores; o custo e o tempo que sempre superam as estimativas; os clientes que desistem em cima da hora, depois de um amplo investimento em matéria prima; as relações políticas e de poder, imprescindíveis para o sucesso do negócio; a resistência do mercado ao novo; a preocupação com o segredo industrial; as frustrações, a falta de dinheiro e o desânimo antes do grande boom. Está tudo lá. 

E, olha, não quero dar spoiler, mas o final foi bem inesperado para mim…

Continue reading “A startup de Gutenberg”

Duas irmãs

Pensa numa pessoa que domina a arte do suspense e das histórias de crime. Anote aí: Mo Hayder. Essa britânica, de quem já tinha lido Tokio, é mestre em escrever histórias macabras e muito bem costuradas.

Em Hanging Hill, ela conta a história de duas irmãs cheias de traumas e separadas pelos próprios pais que acabam se reencontrando por conta de um crime: o assassinato bárbaro de uma adolescente.

Sally é a dona de casa boazinha e rica que se vê subitamente abandonada pelo marido e tendo que trabalhar como faxineira para sobreviver. A menina assassinada era amiga de sua filha.

Zöe é uma policial competente, independente, que viajou pelo mundo sozinha numa motocicleta, e está investigando o crime.

Depois de décadas sem se verem, apesar de morarem ambas na pequena Bath, elas acabam se vendo obrigadas e resolverem uma situação complicadíssima juntas. Questão de vida ou morte.

A autora escreve capítulos curtos, cheios de ação e suspense, mas nem por isso constrói personagens superficiais. Essa história tem tantas reviravoltas que consegue mudar tudo faltando apenas 5 páginas para acabar.

Não perca, se tiver oportunidade de ler. E guarde esse nome: Mo Hayder.

O povo contra o PPT: será que o curso vale a pena?

Os bastidores

Gente, olha que tudo: eu fui paga para ASSISTIR a um curso sobre como fazer apresentações lindonas! Já pode começar a usar uma camiseta com os dizeres “essa pessoa venceu na vida”?

Peraí que vou contar como foi. O Flávio Reis, sócio da La Gracia, empresa que conheço há anos de São Paulo, me pediu um orçamento para fazer um testemunho de um curso deles (fiquei me sentindo “a influencer“…rs). 

Apesar de conhecer o histórico seríssimo da empresa, fui obrigada a dizer que não faço esse trabalho por um motivo muito simples: se eu não gostar, não consigo fingir. Não tem como prometer falar bem de uma coisa que não sei se vou admirar (e quem me segue sabe como sou chata no último com avaliações).

Minha proposta: como o assunto me interessava, ele poderia liberar o curso para eu fazer. Se gostasse, falaria bem para todo mundo. Se não gostasse, falaria mal, mas só para ele…rs. 

Continue reading “O povo contra o PPT: será que o curso vale a pena?”

Madeira norueguesa no Japão

Uma das coisas mais lindas que leio nos livros do Haruki Murakami é o amor que ele tem pela música. Mesmo eu, uma pessoa muito pouco musical, fico viajando com a seleção que ele faz para cada momento da trama.

Norwegian Woods (algo como “Madeira Norueguesa”) é uma música dos Beatles que o protagonista, Toru Watanabe, ouve em uma viagem de avião e começa a relembrar seus tempos de faculdade.

Continue reading “Madeira norueguesa no Japão”

A prensa que mudou o mundo

Foi muita emoção num dia só. Para quem ama livros, visitar o Museu Gutenberg em Mainz é um marco (fachada na primeira foto). Fico emocionada só de lembrar das coisas que vi! O museu foi totalmente reformado e reabriu há dois meses. Ele não se limita mais a contar a história da prensa que revolucionou a comunicação humana possibilitando a impressão em escala; agora a curadoria apresenta a história da comunicação como um todo, incluindo a internet. 

Continue reading “A prensa que mudou o mundo”

The power

Imagine o seguinte: num belo dia, uma adolescente descobre que pode gerar choques elétricos só pela força do pensamento; pode criar arcos entre as mãos; pode até eletrocutar alguém, se quiser. Depois de um tempo, todas as mulheres, de todas as idades, passam a ter o mesmo poder. Instigante, não? Pois foi isso que a escritora britânica Naomi Alderman, imaginou e transformou em ficção especulativa.

Continue reading “The power”

Seria você um líder 5.0?

Recebi uma demanda para fazer alguns vídeos sobre o Líder 5.0 (que bom, há empresas que continuam investindo forte na equipe!) e me dei conta que o livro que deu origem ao termo, Good to be Great1, do Jim Collins, já estava na minha lista de resenhas a serem feitas há meses (a pilha só faz crescer!). Bem, não vai ser dessa vez ainda que vou resenhar o livro, pois vamos falar aqui apenas de um dos conceitos apresentados: esse tal de Líder 5.0!

Continue reading “Seria você um líder 5.0?”