Robô javali

Finalmente pude ficar pertinho de um robô da Boston Dynamics (inclusive, ele cheirou meu pé…rsrsrs).

Foi numa instalação de arte chamada BOAR (javali, em inglês); uma performance robótica do artista Federico Díaz e do novelista e tecnologista J. M. Ledgard como parte da 12th Berlin Biennale for Contemporary Art.

O robô tenta imitar um javali, animal selvagem, mas que é frequentemente visto nos arredores da cidade.

Gostei do bichinho, mas achei que estava mais para um cabrito do que um javali…

A estampa que é a cara de Berlim

Olha só que sacada!

A BVG, empresa de transportes públicos de Berlim, usava uma estampa nos bancos estofados que parecia uma camuflagem colorida. Mas rolou uma treta com o designer e eles tiveram que parar de usar.

Eis que esse é o vídeo para apresentar a nova estampa. Olha, antes de ver o vídeo eu tinha achado uma releitura preguiçosa da antiga (são bem parecidas, com uma mudança principalmente nas cores; dá uma olhada nas fotos). Mas agora achei que tem tudo a ver.

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Você não está sozinho(a)

Eu não gosto muito de me expor dessa maneira, mas a causa é nobre. Não estou dando conta do tanto de gente me mandando dm pedindo conselhos profissionais (logo pra mim?).

Respondo todas com muito cuidado e carinho, mas vai que tem alguém aí na timeline com as mesmas dúvidas e não teve coragem de me escrever.

As pessoas ficam angustiadas porque o que elas fazem não cabe num rótulo, numa prateleira, num nome bonito. Quando alguém pergunta o que eu faço para viver, a resposta nunca é simples.

Minha dica é: vai piorar! E muito! Ainda bem!

Tem um mundo novo se desenhando e ele não cabe mais nas antigas caixinhas. Mais do que derrubar paredes, temos que fazer conexões e construir coisas que nunca existiram.

Você não está sozinho(a). Vamos juntos(as)!!!!

A casa quebrada

Broken House: Düstere Ahnung” (Tradução livre: “Casa quebrada — pressentimento sombrio“, de Gillian Flynn, é daquelas jóias que vêm em caixinhas pequenas e que valem cada milímetro quadrado. 

A autora já fez sucesso com o famoso “Gone Girl” (que saiu como “Garota Exemplar” em português) e que está na minha lista para resenhar aqui. A mulher é a rainha dos plot twists; ela vai levando a gente por um caminho até que nos dá uma rasteira bem bonita.

A novela (é um livro com menos de 70 páginas) ganhou o prêmio Edgar Allan Poe de Mistério para histórias curtas em 2015. E mereceu, viu?

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Sete lições e meia sobre o cérebro

Mais um livro sobre neurociência para a coleção; dessa vez é o “Seven and a half lessons about the brain”, da neurocientista Lisa Feldman Barret (você pode ver outros aqui). 

Por causa de todos os anteriores, esse não apresentou nenhuma novidade incrível. Mesmo assim, foi um prazer enorme lê-lo, inclusive pela maneira como as informações estão organizadas e pelo exemplos. Lisa deve ser uma excelente professora, a julgar pela clareza e didática do seu texto.

Mas vamos ao que interessa: as tais lições.

A MEIA LIÇÃO

Barret começa pela meia lição, que, apesar de não ser uma surpresa, nunca tinha visto colocado dessa maneira. A meia lição é: nosso cérebro não foi feito para pensar.

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A biblioteca da meia-noite

The Midnight Library”, de Matt Haig, apareceu pela primeira vez no meu radar numa newsletter do site Goodreads (ganhou o prêmio de melhor ficção em 2020). Aí vi alguém oferecendo um volume usado num grupo de Facebook (essa rede é ótima para grupos desse tipo). Olha, melhor negócio!

Realmente a obra me surpreendeu. 

O livro conta a história de Nora, uma britânica que mora numa cidadezinha do interior e que foi uma criança cheia de talentos: destacava-se na natação, amava ler, compunha, tocava piano e era vocalista em uma banda com seu irmão. Ela não sabe exatamente como aconteceu, mas crises de depressão foram acontecendo aponto dela terminar com o namorado que sonhava ter um pub e recusar-se a ir com a melhor amiga mergulhar e encontrar baleias na Austrália e abandonar a faculdade de filosofia pelo meio. Nem seu sonho de infância de estudar geleiras na Noruega foi adiante.

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Véspera

Pensa numa pessoa com a incrível habilidade de contar histórias com personagens complexos e cheios de contradições. Estamos falando da mineira Carla Madeira, que domina a arte como poucos. 

No seu maravilhoso “Véspera”, ela reforça ainda mais a admiração que comecei a cultivar depois de “Tudo é rio”, resenhado aqui.

A história começa com Vedina, uma executiva que começa o seu dia de trabalho nervosa por conta de seu casamento em frangalhos. O filho de cinco anos quebra a cristaleira e derrama a gota que faltava para transbordar a tsunami que se formava dentro dela. Vedina coloca o menino no carro de qualquer jeito, sem se preocupar se ele se machucou, e, no caminho, num ímpeto de irritação no meio de uma discussão com o hiperativo garoto, abre a porta do carro e o coloca para fora. No meio de uma avenida de mão única. Um menino de cinco anos. 

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Klara e o Sol

O Nobel de Literatura Kazuo Ishiguro me impressionou desde “The Buried Giant”; quando ele lançou “Klara and the Sun”, há exatamente há um ano, passou a frequentar minha lista de desejos (que só aumenta todo dia). Pois semana passada vi uma pessoa vendendo um usado por €5 (na livraria custa €20) e não perdi a chance!

Um livro pra ficar na memória entre os mais queridos…

Klara é uma inteligência artificial instalada em um robô humanoide chamado AF (deduzo que sejam as iniciais de “Artificial Friend”) e foi concebida para ser “amiga” de crianças e pré-adolescentes. Cada unidade desenvolve uma personalidade própria, resultado do algoritmo e do repertório construído pelas experiências individuais.

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