A festa de comemoração aos 25 anos da queda do muro de Berlin é um evento que vai ficar na memória para sempre. Não tanto pelo final, mas pelo efeito que causou nas pessoas que caminharam ao longo do muro imaginário de luz.
O evento, planejado há sete anos pelos artistas e irmãos Christopher e Marc Bauder, distribuiu 8 mil suportes com balões de gás instalados ao longo dos 15 km da área central por onde passava o muro de Berlim (o muro completo, que contornava toda a área de Berlim ocidental, uma ilha capitalista no meio de um país socialista, tinha 160 km).
Na sexta-feira, dia 7 de novembro, os suportes foram instalados e os balões se acenderam. Foi muito emocionante ver gente do mundo todo caminhando ao longo do “muro de luz” que se formou. Em vários lugares havia telões passando vídeos desde a construção e, em alguns pontos, suportes contando histórias de pessoas que tentaram atravessá-lo (algumas parecem ficção de tão fantásticas). Mas o impressionante mesmo é que, caminhando, dava para ter uma vaga ideia do que era ter um muro alto (na verdade, dois paralelos com um campo minado entre eles) separando famílias, amigos, enfim, pessoas.
No dia 8 (sábado), fui visitar as imediações do parlamento e do Portão de Brandemburgo, onde seria a cerimônia de encerramento do evento; já estava praticamente impossível chegar perto (e igualmente emocionante), motivo pelo qual escolhemos ver a subida dos balões à beira do rio Spree, perto da Oberbaumbrücke, no bairro de Kreuzberg.
Para mim, a grande sacada foi distribuir a festa em 15 km e por três dias (se somar os quase 4 milhões de moradores com mais os turistas, imagina só esse povo concentrado em volta do Portão de Brandemburgo). Mesmo assim, para todo lado estava lotado de gente, não tinha um espacinho que fosse perto dos balões; o bom é que aqui em Berlim você pode se meter tranquilamente numa muvuca sem medo; não tem briga, nem arrastão, nem nada — crianças em carrinho de bebê, idosos, cadeirantes e cachorros frequentam a festa sem nenhum risco).
A hora de soltar os balões é que foi um pouco decepcionante; imaginei que eles seriam soltos todos de uma vez só, e acesos, mas o primeiro subiu apagado com 15 minutos de atraso e os outros vieram numa sequência irregular. Cada balão tinha um padrinho (que foi escolhido por ter alguma história com o muro), cuja chave soltava a base. Talvez algumas não tenham funcionado direito ou os padrinhos ficaram emocionados e não conseguiram soltar, sei lá, mas ficou um anti-clímax depois de tanta espera.
Enfim, o bom é que a festa foi linda, na maior paz, São Pedro colaborou e eu agradeço muito o privilégio de ter participado.
Dá uma olhadinha nas fotos…
PS: Aqui tem o link do site oficial da festa.
Comentários