Infelizmente, da cidade de Amsterdam só conheço o excelente aeroporto de Schiphol, mas tenho verdadeiro fascínio por histórias que se passam lá. Há alguns meses, li um livro que se chamava, veja só, Amsterdam, de Chris Ewan (leia a resenha aqui). E uma outra história que se passava lá, mas com o título de Supertex (leia aqui).
Agora, me caiu nas mãos, justamente, Amsterdam, de Ian McEwan (autor que adoro!). Não tinha como ser diferente: levei para casa e devorei em poucos dias.
Confesso que achei-o um pouco difícil de ler na versão em alemão e, por isso, talvez não o inclua entre os melhores do autor (avaliação bem comprometida essa por causa de minhas limitações no idioma, que fique claro). Os outros que li dele foram Solar e Sábado, ambos em português; excelentes.
Mesmo assim, a história, como é típico do autor, não tem mocinhos. Os protagonistas são todos egoístas e, mesmo assim, muito carismáticos. Nessa história, Vernon, o redator-chefe de um jornal de prestígio, e Clive, um compositor de música clássica, encontram-se no enterro de uma mulher que ambos amaram, Moly, que também teve um relacionamento com um Ministro de Estado presente no enterro. Vernon e Clive lamentam a doença súbita e fatal que a levou em poucos meses e o domínio total do último marido, um milionário investidor, que proibiu visitas e despedidas.
Mergulhados no fascínio de seus próprios umbigos, Vernon e Clive desconhecem qualquer tipo de escrúpulo; o ego em primeiríssimo lugar, doa a quem doer. Vernon se envolve numa polêmica ao publicar uma foto comprometedora do ex de Molly, o tal Ministro de Estado, ameaçando as fortes chances que ele tinha de conseguir a principal cadeira do Parlamento. Clive está sofrendo e dando o melhor de si para compor a Sinfonia do Milênio, mas não encontra inspiração digna de uma obra inesquecível.
A história toda se passa em Londres e arredores, mas a Sinfonia será apresentada em Amsterdam, onde a história termina.
O final não é de todo surpreendente, mas muito, muito coerente.
Recomendo demais!
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