Dez dias de encher os olhos: parte 5 [Pompeia]

Pompeia me impressionou desde a primeira vez que vi figuras humanas preservadas nas cinzas depois da grande erupção vulcânica do Vesúvio, aos 8 anos de idade; foi nessa época que decidi ser arqueóloga (mudei de ideia muitas vezes depois, mas essa foi minha primeira escolha, que fique registrado).

A imagem, em preto e branco, estava num livro com o título “Maravilhas da Ciência e da História” ou algo parecido, e pertencia ao meu avô. Mal sabia eu que quase 40 anos depois iria fazer minha própria versão da foto (abaixo).

Pompeia era uma cidade de veraneio para ricos e tinha anfiteatro, arena, banhos termais, piscinas e fontes públicas, hoteis, um sofisticado prostíbulo, mansões maravilhosas, galerias de arte e uma população estimada em 20 mil pessoas (fonte aqui). Em questão de minutos, toda a área foi coberta com 4 a 6 metros de cinzas. Tudo permaneceu enterrado até 1748, quando um engenheiro militar espanhol começou as primeiras escavações. Hoje ainda restam 30% da área total a ser desenterrada, mas o ritmo tem se tornado cada vez mais lento por causa dos custos e da complexidade da manutenção da parte exposta ao público (que é enorme).

A maior parte dos objetos encontrados em bom estado estão no Museu de Nápoles (não visitamos), inclusive a grande quantidade de objetos de arte eróticos (pinturas e esculturas) que escandalizaram o rei de Nápoles em 1819. O monarca fechou a coleção para visitação e essa só foi reaberta em 1960, com a revolução sexual.

Estava bem ansiosa para conhecer as ruínas e preparei-me e emocionalmente para tudo, menos para ver tantas cores! Muitos dos afrescos ainda estão perfeitamente visíveis, com tons de rosa e vermelho maravilhosos. Tem casas que até parecem ter saído de uma revista de decoração dos dias de hoje, impressionante demais. As paredes coloridas me encantaram tanto que vai ter um post especial só para elas, aguarde.

Por ora, prepare o coração e venha ver comigo.