Como o Conrado e eu fazemos aniversário juntos (20 de outubro), resolvemos passar o final de semana em Dublin. Chegamos na quinta-feira à noite (dia 19); então tivemos quase 3 dias inteiros para explorar essa cidade linda!
Na sexta-feira choveu torrencialmente o dia inteiro, com direito a ventania. Perfeito para visitar a biblioteca antiga do Trinity College e o livro de Kells.
Essa biblioteca habita meus sonhos há décadas e o livro de Kells, que está lá também, é conhecido por todo mundo que estudou design.
As iluminuras desenhadas por monges celtas no ano 800 DC são preciosas e detalhadíssimas.
Numa época em que os livros eram manuscritos em couro de bezerro, uma peça tão antiga e rara ter alcançado os tempos atuais é um acontecimento. A biblioteca antiga, onde o livro está exposto numa caixa de vidro (que não pode ser fotografada; eles viram uma página a cada 2 meses), está sendo toda desmontada para manutenção (a construção é do século XVIII).
O cheiro de madeira agora está mais forte que o dos livros, já que a maior parte já foi cuidadosamente retirado das estantes e armazenado.
Logo, todo o prédio ficará fechado para reforma, que deve durar muitos anos. Que privilégio poder ter visitado esse lugar mágico!
No dia seguinte fomos explorar mais as cores da região central, principalmente as quadras do Temple Bar, região cheia de pubs, grafites e turistas.
Finalmente, no domingo, o dia estava lindo e fomos caminhar pelo parque Phoenix e minha amiga Daniela já tinha dado a dica para levar cenouras para os veadinhos e alces que passeiam pelo local. Tivemos que dar boa pernada e pedir informações para achar onde os lindos estavam passeando naquele dia. Uma dica também é levar as cenouras cortadas, pois, ao contrário dos cavalos, que conseguem morder uma inteira com aquele bocão, os veadinhos e alces são mais delicados.
Em resumo: nesse dia eu morri um pouquinho e fui conhecer o paraíso. Eu sei que pode parecer banal para algumas pessoas dar cenoura para alces e veadinhos, mas para mim foi uma experiência muito forte.
Fui tomada por um sentimento de gratidão e amor tão intensos que, mesmo muitas horas depois, já em casa, ainda não consegui parar de chorar.
Eu pude visitar a biblioteca que sonhei desde pequena; vi coisas lindas ao lado da pessoa mais importante da minha vida e agora essa cena.
Olha, eu não sei o que eu fiz para merecer tantos privilégios; mas pode mandar mais, que estou adorando…
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