Design thinking para beber

Quando encontrei o Rodolfo Guidi e a Juliana Rosa para darmos uma volta em Berlin, não esperava tantas surpresas boas. Além de um casal muito fofo, eles me fizeram voltar a ter fé na geração Y. O Rodolfo, apesar de muito jovem (ainda está longe dos 30) me pareceu muito maduro e equilibrado, com ótimos planos; atento aos problemas do Brasil e do mundo, está estudando planejamento de transportes em Londres (tudo o que nosso país está precisando).

Pois bem, lá pelas tantas, depois de andar muito (quem já veio aqui sabe que eu costumo maltratar as pernas das minhas visitas) o moço sacou da mochila uma lindíssima garrafa transparente. E sabe-se lá porque, estávamos justamente falando da diferença entre os conceitos de design e design thinking. O design thinking trata de resolver problemas que originalmente não são os clássicos do design (ex: transporte, serviços, urbanismo, política, economia, etc), utilizando as ferramentas de inovação normalmente utilizadas pelos designers.

Pois a garrafinha bobble que ele tinha era justamente um bom exemplo disso. À primeira vista, parecia “apenas” bom design (era linda, prática e funcionava direitinho). Mas a grande sacada é que ela tem um filtro de carvão ativado embutido. Não que torne potável águas impróprias para consumo (uma pena, no início achei que ela fazia mesmo esse milagre), mas consegue eliminar o odor e boa parte das impurezas químicas e orgânicas. Isso faz com que você possa enchê-la com água de qualquer torneira que encontrar por aí e sair bebendo sem susto.

A bobble é design thinking em estado puro: não apenas o problema de projetar uma garrafa de água foi resolvido, mas também o problema de beber água potável, porém não muito segura, tipo água de torneira.

Isso faz com que a pessoa economize um monte de garrafinhas PET que teria que comprar durante uma viagem, por exemplo, o que é excelente para o planeta. Depois de 300 litros de filtragem, basta trocar o filtro (na verdade, essa parte me decepcionou um pouco, pois pensei que era só trocar o carvão, mas tem que trocar toda a parte de plástico junto; não dá para tirar o carvão de dentro — um ponto do projeto ainda a ser melhorado).

Desde a primeira vez que vi, achei a garrafinha, além de tudo, uma lindeza. Não surpreende, pois foi projetada por ninguém menos que Karim Rashid, o maravilhoso! Ele ainda projetou jarras para a pessoa usar em casa. Um luxo.

E quer saber mais? Mesmo depois de tanta andança, essas minhas visitas provaram o quanto são adoráveis! O Rodolfo teve o requinte de me mandar uma garrafa de presente pelo correio depois que voltou para casa. Não é um querido?

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E olha a ótima notícia: pelo que andei olhando no site da empresa, já tem para vender essa linda no Brasil!

 

8 Responses

  1. Carlos Roberto Coelho Junior
    Responder
    10 janeiro 2014 at 7:52 pm

    Oi querida! Adoro seus textos!
    Antes de ir a Itália em 2012, procurei por essas garrafinhas aqui no Brasil.
    Acabei comprando 3 pelo correio. Pros meus pais e pra mim. Eles reclamaram de ter que levar na bolsa 3 garrafas vazias e o meu argumento foi bem simples: casa garrafi há de água mineral na Itália custava cerca de 3 euros e a cada esquina tinha uma fonte de água pura e geladinha. Foi o melhor investimento que fiz por conta da viagem. Bebíamos água o tempo inteiro.

    Aqui em São Paulo tem em diversos lugares pra vender. Nas lojas tipo Lar Center custa 29,90.

    Beijos!

  2. clotilde Fascioni
    Responder
    10 janeiro 2014 at 7:52 pm

    Legal, né?

  3. 10 janeiro 2014 at 8:01 pm

    Muito bacana o post, Ligia. Obrigado pelas palavras e por colocar fé nos meus projetos de Mobilidade Urbana no Brasil – que sem dúvida envolvem muito design e arquitetura da informação.
    Espero retribuir a gentileza com a vinda de vocês a Londres enquanto Juju e eu estivermos morando aqui na Inglaterra, até Agosto/14.
    Beijos e all the best!

    • ligiafascioni
      Responder
      10 janeiro 2014 at 8:02 pm

      Ôba, mas é claro!!! Londres é uma cidade sensacional, e ainda ser ciceroneada por moradores deve ser o máximo. Beijos na Ju 🙂

  4. 10 janeiro 2014 at 9:38 pm

    Uma graça. Aliás, soluciona problemas de muita gente. Afinal tem lugares onde vc é obrigado a pagar caro por água potável (garrafinha PET), e poderia utilizar qualquer fonte de água por perto pra resolver um problema básico, a sede. Gostei da ideia da funcionalidade. Bjooo

  5. 11 janeiro 2014 at 8:42 am

    Ligia,

    Disfruto muito dos seus artigos, conectam as experiências quotidianas com os conteúdos que tocam o design. Um día que venha a Nova York não deixe de dar um toque na gente. Grande abraço and all the best!

    • ligiafascioni
      Responder
      11 janeiro 2014 at 11:36 am

      Oi, Ignacio!
      Puxa, ir a New York está no topo da lista de coisas que quero muito fazer. Tomara que seja logo e claro que não irei dispensar o luxo de ter dicas de um guia local e tomar um café com um profissional que tanto admiro 🙂
      Abraços e obrigada!

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