Muita gente me pegunta: como faço para publicar um livro? Custa caro?
Bom, tenho 8 livros publicados em papel* e um e-book ilustrado; vou compartilhar minha experiência pessoal, mas não sou especialista.
Observe que aqui estou considerando apenas livros impressos. E-book é um formato eletrônico que aceita tudo; tanto livros de verdade como panfletos, apostilas, artigos, textos com ou sem ilustrações. Basta a pessoa gerar um pdf ou um epub, chamar o arquivo de e-book e está valendo.
Sobre o processo de escrever um livro, o professor Ênio Padilha, com dezenas de obras publicadas e sua própria editora, tem material excelente e de sobra no site dele.
Mas para colocar o filho no mundo, até onde sei, há duas formas:
1. PRODUZINDO UMA EDIÇÃO PRÓPRIA
Como funciona: você contrata uma editora (geralmente pequena) que faz todo o trabalho de revisão de texto, capa, diagramação, registro do ISBN e produção gráfica. Você paga por tudo isso e recebe os exemplares na sua casa.
Dá também para fazer todo esse trabalho de maneira independente, se a pessoa tiver conhecimento, tempo e disposição.
Tendo como bancar, seu livro vai sair, com certeza!
Custa caro? Não faço ideia — nunca publiquei um livro assim.
Se você não tem recursos, dá para tentar um patrocínio ou fazer uma vaquinha (há sites de crowdfunding como o Catarse, por exemplo).
Mas atenção: a promoção, venda e logística são por sua conta e risco. Quem tem talento e disposição, pode ganhar muito dinheiro dessa forma.
2. SUBMETENDO OS ORIGINAIS A UMA EDITORA CONVENCIONAL
Como funciona: você escreve seu livro e envia para os sites das editoras nas quais você gostaria de publicar. Mas é que nem vaga de emprego: a maioria nem dá resposta e você recebe muitos nãos. Não desista; com persistência um dia o seu sim chega…
A vantagem é que custa zero dinheiros. Você investe “somente” seu conhecimento, tempo, talento e muita, mas muita paciência.
Nesse caso, além da incerteza se a sua obra realmente será publicada algum dia, há outra má notícia: dificilmente você fará dinheiro com isso, pois o autor recebe somente algo entre 8 e 10% do preço de capa depois do livro vendido. E se quiser seu próprio livro, tem que comprá-lo.
É que nem monetizar vídeos no Youtube: você pode ficar rico se vender milhões de exemplares, mas é bem improvável de acontecer se você não é famoso.
Ué, você se pergunta: mas por que então as pessoas (incluindo eu) escolhem a segunda opção?
Não posso dizer pelos outros, mas no meu caso é por duas razões:
- Vender é uma arte e dá quase tanto trabalho quanto escrever e produzir o livro. Além disso, tem toda a logística, burocracia, atendimento e relacionamento com o cliente associados ao negócio.
- Publicar em editoras maiores dá mais credibilidade ao autor, já que a obra passou pelo crivo de alguém experiente que literalmente pagou para apostar no seu conteúdo.
No meu caso, escrevo livros para gerar autoridade nos temas sobre os quais me dedico a estudar: inovação e liderança.
Todo o conteúdo que gero aqui e em outros canais como vídeos, podcasts, artigos, resenhas e pocket textos, não gera retorno financeiro (como os livros).
Mas eu, como todo mundo, preciso pagar boletos.
Então, minha forma de remunerar todo esse trabalho é vendendo palestras e cursos. A DMT Palestras faz toda a parte comercial e eu fico só na parte divertida, que é produzir conteúdo.
Esse pocket texto resume a ideia.
E você, já pensou em publicar um livro ou já tem algum publicado? Sua experiência foi diferente?
Luiza Estima
Siimmm!! A minha experiência foi incrível, aprendi muito com a publicação de meu primeiro livro, o Trapiche, com poemas e ilustrações de minha autoria (publicado em nov 2021). Iniciei com a contratação de uma pequena editora, de uma amiga, que foi muito útil e produtiva para realizar o projeto. Para o design gráfico eu escolhi uma jovem artista com quem tenho bastante identificação (e admiração), filha de uma amiga querida. Deu muito certo! Ela trouxe essa visão de arte para o texto, dando movimento e cor para o livro – ficou lindo! A editora me ajudou apoiando nas decisões e escolhas, mas quando chegamos à impressão eu tomei a frente e decidi sozinha o formato, papel, capa dura, e então contratei a gráfica, acompanhei e aprovei as provas e tive o final feliz que queria. Nessa primeira edição, foram 200 exemplares. Em breve farei mais uma edição, mas confesso que senti falta (em mim) de uma estratégia comercial para dar resultado – não tive lucro nenhum, somente paguei todos os custos.
ligiafascioni
Que bacana a sua história, Luiza! Sim, a parte comercial é muito importante. Eu, como não levo o menor jeito, resolvi terceirizá-la. Mas que bom que pelo menos você não teve prejuízo. E vender 200 livros não é coisa fácil também!