Eu já tinha gostado do Ferdinand von Schirach desde “O caso Collini“. Então, quando vi Tabu numa feirinha de livros usados, não titubeei e trouxe logo o livro para casa. Não me arrependi.
O moço tem um jeito todo especial de contar histórias e esse foi o policial mais estranho que já li. Até a metade do livro, é um romance; conta a história de um homem desde sua infância difícil numa cidadezinha no interior da Alemanha, perto da fronteira com a Áustria. Seu pai era um homem complicado, que se suicidou dando um tiro na cabeça; ele foi a primeira pessoa a encontrar o corpo, ainda na pré-adolescência. Passou o tempo, a mãe vendeu a casa, casou-se novamente, os dois se separaram para nunca mais se ver. Ele virou um fotógrafo de sucesso e depois um artista visual. Conhece uma mulher misteriosa em Roma, em uma de suas exibições. Ela diz que quer trabalhar como sua assistente. Ele tem uma crise existencial logo em seguida, e se separa de sua namorada.
Aí acontece um lapso de tempo de onze meses e ele aparece preso. Uma mulher misteriosa liga para a polícia pedindo ajuda porque está sendo sequestrada. As investigações o levam a um quarto cheio de fotos e instrumentos sadomasoquistas, além da foto de uma moça. Sob tortura, ele confessa que a matou, mas ninguém acha o corpo. Ele não fala mais nada, mas pede a defesa de um dos melhores advogados que existem (um personagem interessantíssimo).
Descobrem que o sangue encontrado na casa dele é de sua irmã ilegítima por parte de pai. Daí para frente, nada mais faz sentido. Na verdade, faz.
Muita criatividade. Recomendo.
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