PORQUE A DIVERSIDADE É ESSENCIAL PARA A INOVAÇÃO

NÃO PENSE QUE PORQUE AGORA TEMOS INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA, OS PRINCÍPIOS DA INOVAÇÃO MUDARAM; ELES CONTINUAM OS MESMOS, E MAIS IMPORTANTES DO QUE NUNCA.

Se tem um elemento fundamental para a inovação acontecer (apesar de não ser único e nem suficiente) é a capacidade de gerar ideias inusitadas, originais, inéditas e em profusão.

Pois justamente a essa altura, quando a gente está bem no meio de um dos momentos mais revolucionários da história da humanidade, nunca precisamos tanto de ideias, principalmente as inusitadas, originais, inéditas e em profusão. 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL RESOLVE TUDO?

A questão a inteligência artificial generativa está permeando nossa vida pessoal e profissional de um jeito que é impossível ignorar. Ao mesmo tempo, a gente está experimentando as consequências de mudanças climáticas graves e cada vez mais intensas, que estão colocando em risco nossa permanência no planeta.

No meio disso tudo, as empresas precisam se atualizar rapidamente, adaptar seus sistemas a esses novos recursos, organizar suas bases de dados e preparar seus colaboradores para uma mudança radical na rotina de trabalho. 

As vantagens são inegáveis: mais produtividade, rapidez, eficiência, criatividade e inovação — tudo isso com menos gente (e, portanto, custando muito menos). Não é maravilhoso?

O que se vende e o que muita gente acredita piamente, é que a inteligência artificial vai resolver todos os problemas passados, presentes, e os que ainda vão surgir. E tudo isso com apenas um clique, como gostam de falar os gurus propagadores das novidades.

NÃO É QUALQUER SER HUMANO

Mas a verdade é que é necessário seres humanos com uma capacidade de expressão e vocabulário acima da média para conseguir transmitir com exatidão as necessidades da empresa sem cair em lugares-comuns. Além disso, precisa ter um refinado senso crítico para avaliar se as contribuições da máquina são válidas, se há vieses, o que pode ser melhorado e como filtrar as informações mais relevantes das que são apenas ruído. 

Em resumo, esse trabalho colaborativo precisa ser liderado por um profissional competente e muito bem qualificado; não se pode perder de vista que a máquina é apenas um auxiliar. 

Máquinas não são criativas; elas trabalham de maneira preditiva baseadas no passado, em padrões e estatísticas existentes. 

Elas podem aumentar em muito a produtividade e colaborar com ideias (que alguém já teve), mas o risco de deixá-las tomar decisões é como deixar um pequeno gênio de poucos anos de idade tomando conta de uma empresa: ele não tem experiência, consciência, visão de mundo, pensamento crítico ou malícia. 

Por mais brilhante e inteligente que seja, ele simplesmente não sabe como o mundo funciona, não sabe diferenciar o certo do errado — e por isso também não tem escrúpulos ou limites.

Ou seja, é como contratar um psicopata para uma função de liderança. Já pensou nisso?

E ONDE ENTRA A DIVERSIDADE?

E eis que chegamos à questão da diversidade e da necessidade de seres humanos empáticos, capazes de fazer julgamentos contextualizados, desenvolver raciocínio argumentativo e análise reflexiva para aproveitar melhor essa ajuda artificial.

Pense: uma mente assim só se constrói com um repertório amplo, experiência de vida, muito estudo e uma visão com pontos de vista equilibrados.

Continuando o raciocínio: é impossível ter um repertório amplo, variado, rico e consciente de vieses convivendo apenas entre iguais. 

Existe um ditado que diz que, se duas pessoas pensam da mesma maneira, uma delas é desnecessária.

Porque é na diferença que o repertório cresce, a visão se amplia, os vieses aparecem.

Quando você conversa, convive ou trabalha com alguém de religião, cultura, orientação sexual, gênero, etnia, condição física ou nacionalidade diferentes das suas, você está tendo a grande chance de ampliar seus horizontes. 

Para uma empresa, esse é o caminho para exercitar a tolerância, a curiosidade, a criatividade e justamente dar aos seus colaboradores a oportunidade de ver os problemas e questões por ângulos diferentes do que seria óbvio. 

É saudável ser confrontado com o estranho, com o aparentemente absurdo, com o incomum, com o contraditório. É justamente o que abre a nossa cabeça e nos faz aprender; Epíteto já dizia que “É impossível aprender aquilo que se pensa que já é sabido“.

Empresas com um corpo de funcionários homogêneo, sem nenhum tipo de diversidade ou inclusão, dificilmente vai conseguir ter líderes com pensamento crítico desenvolvido e um repertório amplo o suficiente para tomar as decisões mais importantes com propriedade e discernimento. 

Permanecer numa bolha e acreditar que o mundo se resume ao que estamos familiarizados é uma armadilha perigosa num mundo globalizado.

Os afetados sequer vão se dar conta de que podem estar trabalhando com bases enviesadas e que não refletem uma realidade mais abrangente — e isso leva, claro, a decisões e estratégias equivocadas que podem custar caro. 

As consequências podem vir na forma não apenas na perda de clientes e negócios, mas também de excelentes trabalhadores que poderiam estar contribuindo mais com o crescimento da empresa. 

Líderes limitados e com uma visão de mundo restrita não conseguem reter talentos e manter suas equipes produtivas e motivadas.

MAIS SOBRE O TEMA

Foi pensando nisso que a ONG Janaínas, com sede em Berlim, na Alemanha, está desenvolvendo o projeto In Culture. O objetivo é ajudar os trabalhadores das empresas alemãs a aprenderem a valorizar a diversidade e respeitar as diferenças. 

Além disso, parte do projeto também é voltada aos grupos mais vulneráveis, para que aprendam a lidar com colegas e líderes preconceituosos e conheçam formas de se proteger e garantir um ambiente de trabalho com paz e respeito.

Vivemos tempos difíceis, onde muitas empresas acabam se esquecendo dos princípios básicos da inovação e, sabemos, pagarão caro pelo imediatismo e visão de curto prazo.

Pessoalmente, fico muito feliz em poder estar contribuindo com esse movimento que me é tão caro e na companhia de profissionais tão brilhantes como a Evelyne Leandro e a Lívia Rangel. Se você quiser saber mais atualizações e novidades sobre o projeto, visite a página das Janaínas.

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