A Teoria da Evolução de Darwin nos ensina que a natureza faz variações aleatórias sobre um tema (ou, no caso, ser vivo) e, conforme o desempenho de cada variação, ela sobrevive ou não.
Não dá saber de antemão qual será a mais bem sucedida; é preciso tempo para que a evolução seletiva aconteça.
Com a inovação, é a mesma coisa.
Só é possível saber que algo é inovador depois do fato consumado.
Para um investidor, não há como contratar uma bola de cristal e ter certeza de que aquilo vai dar certo. O sucesso de um empreendimento depende de muitas variáveis aleatórias, e a maior parte delas está completamente fora de nosso controle.
Aliás, determinismo é algo que não existe em inovação.
Primeiro é preciso investir na ideia, desenvolvê-la, construir protótipos para testá-la, refiná-la e, talvez, colocá-la no mercado na forma de um processo, um produto ou um serviço.
Aí começa a fase de teste que pode durar até anos.
Há muitas startups lutando para sobreviver e algumas, como o AirBnb, só conseguiu engrenar mesmo quando estava à beira de fechar as portas.
A maioria dos grandes “sucessos” como o Uber, já está há muitos anos operando no vermelho.
A própria Amazon levou seis anos para começar a ter lucro, e, mesmo asism, ainda bem modesto.
Isso vale para qualquer ideia inovadora. Mas se não tenho como saber se vai dar certo, o que fazer?
Ter o maior número de ideias possível.
E como nos ensina Rod Judkins, autor do ótimo “The art of creative thinking“:
“Se você produz 100 ideias, uma delas provavelmente será ótima. Se você produz 5 ideias, as chances de uma delas ser boa são muito pequenas (…) As primeiras 40 ideias são óbvias. As próximas 40 são incomuns e pouco frequentes. As últimas 20 são estranhas e surreais porque elas forçam sua mente em áreas onde você nunca esteve antes.”
A questão é que, das 100 ideias, aquela realmente original estará provavelmente entre as 20 últimas. E não dá para pular etapas.
Pouca gente se dá ao trabalho de criá- las, porque isso requer muito esforço, tempo, disciplina.
Requer conhecimento, repertório e discernimento. Requer prática. Requer exercício diario. Requer paciência.
E produzir uma centena de ideias é um exercício muito duro, inclusive de desapego ao ego; é tão fácil a gente se achar um gênio por ter gerado 10 ideias e, sei lá, se apaixonar perdidamente pela terceira ou quarta, se muito.
Mas 10 ideias não dão nem para o começo, seja lá qual for o problema.
E você? Alguma vez já teve 100 ideias para tentar resolver um problema?
Vamos tentar?
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