Um final de semana em Dublin

Como o Conrado e eu fazemos aniversário juntos (20 de outubro), resolvemos passar o final de semana em Dublin. Chegamos na quinta-feira à noite (dia 19); então tivemos quase 3 dias inteiros para explorar essa cidade linda!
Na sexta-feira choveu torrencialmente o dia inteiro, com direito a ventania. Perfeito para visitar a biblioteca antiga do Trinity College e o livro de Kells.
Continue reading “Um final de semana em Dublin”Papyrus

Primeiramente queria agradecer à querida Tania Ziert Baião do Instagram que vive indicando livros bacanas. A Tânia recomendou a versão em português do livro da espanhola Irene Vallejo, cujo título ficou “O infinito em um junco: A invenção dos livros no mundo antigo” com uma ilustração de capa belíssima, muito mais que a versão em inglês, resumida para “Papyrus”, que foi a que eu li (e dei uma super mancada; depois me toquei que podia ter comprado o original em espanhol).
Bom, demorei mais para ler porque não queria que acabasse. Preciso dizer que, por ignorância em história antiga, tive que parar algumas vezes para me localizar na linha do tempo; nesse ponto ela não é muito didática. Mas a narrativa é tão deliciosa que a gente não quer mesmo que acabe.
Continue reading “Papyrus”Face amarela

Achei esse livro porque estava sendo recomendado em vários lugares; desde o Goodreads até clubes do livro, lista de Best Sellers do NY Times e do The Guardian, indicações de outros autores bem cotados e famosos, incluindo o algoritmo da Amazon, que não para de me mostrar a capa (linda, por sinal). Um verdadeiro bombardeio, não tinha como ignorar. Pois sabe o que mais? Esse livro é praticamente um meta-livro. Eu explico.
Continue reading “Face amarela”Tudo pode ser roubado

Nunca vou me cansar de ser grata à Valéria do Clube do Livro de Münster por me apresentar essas pérolas da literatura brasileira. Na verdade, essa linda faz mais que isso: ela importa os livros e manda para a casa da gente num pacotinho lindo e cheio de capricho.
Pois a obra desse mês para a discussão em um grupo online é “Tudo pode ser roubado”, da Giovana Madalosso. A moça é jornalista, publicitária e roteirista; nesse livro ela mostra a que veio.
Continue reading “Tudo pode ser roubado”Gdansk
Gdansk é uma cidade muito mais linda do que eu tinha imaginado. No litoral do mar do Norte, é a terra natal de Lech Walesa (Nobel da Paz), fundador do sindicato Solidariedade, que deu início ao movimento que resultou na queda do muro de Berlim.
Aqui também nasceu Daniel Fahrenheit (aquele da temperatura). Gente, esse lugar é lindinho demais; pena que fiquei apenas dois dias e com a previsão de frio e chuva…brrr… só fico imaginando isso aqui com sol! Se Gdansk não estava na sua lista, coloque!
Pois no primeiro dia ficou nublado, mas no segundo choveu torrencialmente o dia inteiro como se Noé tivesse recebido um aviso para zarpar. Ainda bem que no breve intervalo de sol que teve no dia anterior, aproveitei para tirar fotos do belíssimo Museu da Segunda Guerra Mundial. O projeto arquitetônico mostra o delicado equilíbrio de um cubo e toda a exposição histórica acontece no subsolo.
A invasão da Polônia pela Alemanha foi o estopim dessa guerra, estúpida e sem sentido como todas as guerras são. Hoje aproveitei a chuva para passar algumas horas lá dentro. Eles recriam alguns cenários desolados e, para mim, uma parte muito emocionante foi a parede inteira com as malas dos refugiados, todas empilhadas. Saí de lá triste e com raiva, porque parece que não aprendemos nada…
A anomalia

Passeando em uma livraria com meu amigo Ricardo Beggiato, vi uma banca com vários livros em oferta. Foi aí que encontrei, no meio de outros, “Die Anomalie”, de Hervé Le Tellier. Lendo o resumo da história na quarta capa, não resisti.
O começo foi um pouco complicado porque fazia tempo que eu não lia em alemão (mas não se preocupe; já pesquisei e existe a edição em português) e os primeiros capítulos contam a vida de diversos personagens. O que eles têm em comum?
Continue reading “A anomalia”A canção de Achilles

Começo do mês passado, participei de um Hackathon em Mannheim e conheci muitas mulheres maravilhosas. Fizemos vários grupos e uma delas, quando pegou o trem na volta, postou a capa do livro “The song of Achilles”, de Madeline Miller. A menina, indiana, disse que estava gostando muito, apesar do vocabulário um pouco complicado.
Então eu fiz o quê? A única coisa possível, que foi comprar o livro na Amazon.
E quer saber? É a história de amor mais bonita e tocante que eu já li na vida. Por alguns dias vivi na Grécia antiga, junto com deuses e semi deuses. A autora é professora de Literatura Clássica na Brown University e dá aula de latim, grego e Shakespeare; ela levou 10 anos para completar essa obra prima.
Mas vamos à história, que é narrada por Patroclus, filho de um rei não muito rico ou influente, na Grécia antiga.
Continue reading “A canção de Achilles”100 coisas que todo designer precisa saber sobre pessoas

Confesso que quando a Amazon me sugeriu esse título (o robô deles é muito bom; quase sempre acerta), nem pensei duas vezes: “100 things every designer needs to know about people”, de Susan M. Weinschenk é um convite irrecusável, ainda mais no meu caso.
Na minha “encadernação passada”(como diz a minha queridíssima Maria Flávia Bastos) onde eu era engenheira eletricista, sempre fiquei intrigada como na engenharia a gente sempre começa com o problema já definido; não raro, a solução também já está lá. Tipo: precisamos construir uma ponte. Ou: aqui vamos instalar um robô e essa máquina será automatizada.
Já no design, em qualquer que seja a sua modalidade, a gente nunca assume que já sabe o que é melhor para os outros: a gente pergunta, observa, investiga, procura entender as dores e os sentimentos de quem está do outro lado para só então tentar definir qual é exatamente o problema.
Pensar numa solução é um passo adiante.
Continue reading “100 coisas que todo designer precisa saber sobre pessoas”Bellini e o labirinto

Não sei se você sabe, mas o Tony Bellotto, dos Titãs, também escreve. E bem. Muito bem. Além de autor, o moço é roteirista de sucesso (ele escreveu a série Dom, que, para variar, não assisti, mas estou com o livro na minha pilha).
Já tinha lido a primeira aventura do Remo Bellini, seu detetive, logo que foi lançado em 1995 (“Bellini e a Esfinge”, que foi adaptado para o cinema e ganhou vários prêmios). Nessa época eu lia muito, mas não tinha ainda o hábito de escrever resenhas. Então me lembro de ter gostado muito, e só. Por isso gosto tanto de escrever resenhas hoje em dia; é como se eu estivesse lendo o livro novamente, lembrando de toda a história. Meio como fotos e relatos de viagens.
Tinha realmente ficado impressionada com o talento do moço com as palavras (sou muito fã dos Titãs e as letras do Tony têm muito a ver com isso) e, ano passado, quando voltei ao Brasil, aproveitei para me reabastecer de autores brasileiros. Foi então que, visitando uma livraria, dei de cara com “Bellini e o Labirinto”, a mais recente aventura do detetive Bellini, publicado em 2014 (nossa, lá se vão quase 10 anos). Depois disso, Tony escreveu muita coisa, mas não revisitou mais esse personagem.
Continue reading “Bellini e o labirinto”Range

Achei difícil traduzir o título “Range: How Generalists Triumph in a Specialized World”, de David Epstein. Aí fui olhar o título em português e vi que nem os tradutores profissionais conseguiram; deixaram só o subtítulo “Como generalistas triunfam num mundo especializado”.
É que range é uma palavra que a gente também usa em português, apesar de não fazer parte do nosso idioma — e talvez seja justamente por causa da dificuldade de comunicar a ideia de maneira exata. Range quer dizer gama, amplitude, faixa de variedade, largura, extensão. Mas se colocasse quaisquer dessas palavras no título, ia ficar meio esquisito. Não é a mesma ideia.
Bom, dito isso, a primeira vez que vi esse livro foi fazendo pesquisas de ideias de capa para o meu mais recente (Atitude Pró Inovação); a editora pediu referências (que foram ignoradas…rs) e essa foi uma das que eu selecionei na loja da Amazon.
Depois fui olhar melhor e vi que o assunto era altamente do meu interesse; na verdade, não podia deixar de ler esse livro. Apesar de dizer que sou uma pessoa especializada (fiz doutorado numa área específica; dá para dizer que isso é o máximo de especialização numa carreira), também não dá para negar que sou generalista, dada a variedade de assuntos pelos quais me interesso e estudo.
Então bora ver o que esse moço tem a falar sobre generalistas e especialistas.
Continue reading “Range”
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