Humanos + Máquinas

Como imaginar o mundo do trabalho na era da Inteligência Artificial? Dois executivos da Accenture, Paul Daugherty e James Wilson fizeram uma belíssima pesquisa e econtraram vários insights. O resultado está publicado em “Human + Machine: Reimagining Work in the Age of AI“, publicado em 2018 pela Harvard Business Review Press.
O título do livro já é uma brincadeira, pois normalmente a gente vê a dicotomia Humanos X Máquinas. Os autores giraram um pouco o x e o transformaram em +. Achei genial!
Eles começam explicando as três ondas da transformação dos negócios.
A primeira onda tratou de padronizar os processos. Um grande ícone dessa onda é Henry Ford, que repensou toda a produção em escala de uma linha de montagem. Cada parte do processo era medido, otimizado e padronizado para ganhar eficiência.
Continue reading “Humanos + Máquinas”A linguagem das coisas

Li esse livro faz mais de uma década e ontem, quando a Fah Maioli mencionou o volume como preparação para o curso de Coolhunting que irei fazer com ela, fiquei surpresa em não encontrar uma resenha dele aqui.
Então, antes tarde do que nunca. E esse é o momento propício, pois o Coronavírus veio também para mudar nossos hábitos de consumo.
Continue reading “A linguagem das coisas”Técnicas para gerar ideias

Se você está acompanhando essa série de textos, já entendeu que a gente precisa gerar muitas ideias para que pelo menos uma se sobressaia e fuja do lugar comum.
Continue reading “Técnicas para gerar ideias”Vídeo: como gerar ideias para a inovação
Fiz uma Live contando um pouco sobre como podemos preparar nosso cérebro para se acostumar a gerar ideias no dia-a-dia. Aqui a íntegra.
Afinal: o iPhone é ou não um objeto de luxo?

A questão apareceu numa Live recente que fiz com o querido Eduardo Magrani há alguns dias (link para assistir aqui). Estávamos falando sobre storytelling e eu dizia que todos nós contamos histórias sobre nós mesmos; é a maneira como nos mostramos para o mundo.
E a gente se vale de objetos para nos representar nessa missão. Nós nos cercamos de coisas que nos ajudem a corroborar com a narrativa, que sirvam de auxílio para ilustrar a história pessoal que estamos contando aos outros.
Os objetos, sejam naturais ou fabricados, carregam histórias. As marcas sabem muito bem disso, tanto que o marketing e o branding usam o storytelling como ferramenta essencial de trabalho. São definidas as palavras-chave para fundamentar as histórias e toda a gestão de uma marca gira em torno desses conceitos.
Foi aí que veio a questão: o iPhone é um objeto que representa o luxo?
Continue reading “Afinal: o iPhone é ou não um objeto de luxo?”Coisas com história

Entre julho e novembro de 2009, Joshua Glenn and Rob Walker resolveram fazer um experimento antropológico chamado Significant Objetcts para mostrar que narrativas transformam objetos insignificantes em algo significante e com valor.
Para isso, compraram 100 quinquilharias aleatórias por centavos, e as distribuíram entre escritores convidados (alguns famosos e outros nem tanto). A tarefa era inventar uma história sobre o objeto.
O próximo passo foi colocar esses objetos no eBay com a história na descrição. Vou colocar aqui alguns exemplos resumidos.
Continue reading “Coisas com história”Dicas para praticar storytelling

Storytelling é o nome moderno e fashion para a velha e boa contação de histórias.
O cérebro humano é especialmente sensível a narrativas e dominar essa arte tem inúmeras utilidades: desde aumentar sua influência no mundo até ter uma profissão criativa.
Pense: todo o mundo das artes, entretenimento, marketing, propaganda, política, educação, enfim, quase tudo gira em torno de histórias.
Mas aqui vamos explorar somente uma das utilidades do storytelling: exercitar o cérebro para gerar mais ideias.
É que para criar histórias a gente tem que recombinar os elementos que já estão dentro do nosso repertório. Exatamente o que a gente faz quando gera ideias.
Então, inventar narrativas é um excelente exercício de musculação cerebral para aumentar nossas habilidades criativas.
Separei aqui algumas dicas para você praticar storytelling no dia-a-dia; as variações são infinitas e você pode inventar mais.
1. FOTOS: Abra seu feed no Instagram, por exemplo, e vá criando uma história conforme a sequência de imagens que aparece, como se estivesse descrevendo um livro ilustrado. Crie personagens, conflitos e crises. É divertido!
2. FILAS: Se você está numa fila ou num lugar com mais de uma pessoa estranha, imagine uma história para cada uma e a relação entre elas. Exemplo: o moço que está na sua frente no supermercado é um agente secreto que tem que passar uma mensagem para o caixa sem chegar perto por causa do Coronavírus. Mas a pessoa que está com ele não pode perceber, pois é um jornalista infiltrado. E por aí vai…rs
3. OBJETOS: observe os objetos ao seu redor e imagine que eles estão conversando. O que sua cadeira estaria dizendo para o tapete que está ao lado dela? Será que falam sobre as pernas da mesa?
Você pode fazer o garfo conversar com sua faca ou descobrir porque a plantinha está magoada com as críticas que recebeu da almofada nova…
4. METÁFORAS: que tal reescrever as metáforas e lugares comuns que a gente conhece? Exemplo: em vez de “fechar com chave de ouro” que tal “encerrar com aplausos da Beyoncé”; em vez de dizer que a pessoa fez “uma tempestade num copo d’água”, poderia ser “achou que a falta de calço no pé da mesa era terremoto”.
NOTA: O escritor André Gabeh (procure nas redes sociais) é mestre nisso. Ele fala sobre a vida no subúrbio carioca e tem uma criatividade infinita para metáforas. É hilário!
5. CONTÍCULOS: Essa dica vem do grande escritor Edgar Allan Poe. Você abre o dicionário três vezes, anotando a palavra que você encontrar primeiro em cada vez. Aí é só criar um pequeno conto usando essas três palavras.
Eu costumava fazer isso sempre; tanto que aqui no blog tem uma categoria chamada “contículos” para você se inspirar. Vai lá!
6. OBJETOS ESPECIAIS: imagine que você precisa vender um objeto e tem que inventar uma história para valorizá-lo (ex: essa caneta Bic velha pertenceu ao grande poeta Drummond que a usou para escrever seu primeiro livro; por isso está com tão pouca tinta). Na verdade, existe um experimento social incrível em que escritores foram contratados para fazer isso com objetos aleatórios no eBay e os resultados foram surpreendentes (saiba mais no Significant Objects).
7. BICHOS DE ESTIMAÇÃO: Se você tem um animal, pode criar uma personalidade e criar histórias para ele. Minha mãe, que é escritora, sempre publica as aventuras do Otávio, o gato impossível que mora com ela.
AVISO IMPORTANTE: As dicas são simples e fáceis de praticar. Mas, para isso, você tem que tirar o nariz da frente do celular e prestar atenção à sua volta, senão não funciona!
Por que preciso ter 100 ideias?

A Teoria da Evolução de Darwin nos ensina que a natureza faz variações aleatórias sobre um tema (ou, no caso, ser vivo) e, conforme o desempenho de cada variação, ela sobrevive ou não.
Não dá saber de antemão qual será a mais bem sucedida; é preciso tempo para que a evolução seletiva aconteça.
Com a inovação, é a mesma coisa.
Só é possível saber que algo é inovador depois do fato consumado.
Continue reading “Por que preciso ter 100 ideias?”Más intenções

Adoro histórias policiais; se elas se passam no Japão, então, já ganharam meu coração!
“Böse Absichten” (tradução livre: “Más intenções”), de Keigo Higashino, é surpreendente em vários aspectos.
Conta a história de dois amigos escritores quando um deles é assassinado. No meio do livro já sabemos quem é o assassino (ele, inclusive, confessa).
A questão é que o comissário que investiga o caso (e que foi colega de escola do assassino) não está muito bem convencido do motivo do crime e continua investigando, mesmo depois de tudo aparentemente resolvido.
Olha, não é tão surpreendente assim o motivo; gostei mais pela estrutura original da trama e pelo carisma dos personagens.
Acabei descobrindo que já li outro livro do autor e gostei muito: “Verdächtige Geliebte”. Pelo que pesquisei, ele ainda não foi traduzido para o português, mas tem bastante coisa em inglês na Amazon brasileira.
Se você achar por aí, vale a pena.
chineses superpoderosos

Olha, em termos gerais, posso dizer que esse foi um dos melhores livros que li esse ano de não-ficção. AI Superpowers: China, Silicon valey and the new world order, de Kai-Fu Lee, é daquelas obras que faz a gente entender e repensar muitas coisas, além de propiciar uma visão mais ampla das diferenças culturais.
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