Lá pelos idos de 1350, o rei Carlos IV, chefão do sacro império romano-germânico, estava dando umas bandas pela região da antiga boemia quando se deparou com um lugar cheio de fontes termais. Sabe-se lá de onde ele tirou a ideia de que aquelas águas eram curativas e resolveu fundar uma cidade para poder melhor desfrutar dos vários benefícios líquidos.
Humilde como sói aos imperadores serem, o tiozinho se auto-homenageou chamando a cidade de Karlsbad (Termas ou banhos termais de Carlos, em alemão), ou Karlovy-Vary, na versão tcheca.
Se o rei falou está falado, de maneira que todos os nobres da Europa passaram a ter residências lá, cada uma mais linda que a outra. Com os séculos, a cidade sofreu incêndios que destruíram bastante coisa, mas por conta de sua condição de cidade-hospital (as pessoas iam lá para se tratar e curar de doenças diversas), até que foi relativamente poupada durante os bombardeios nas guerras.
Hoje, é a cidade da República Tcheca com o maior número de Spas (são muitos mesmo, praticamente um em cada esquina). Pensei que o negócio funcionasse mais ou menos como em Budapeste, onde você pagava um valor e podia passar algumas horas murchando em águas abençoadas nos muitos banhos públicos, mas em Karlovy-Vary o esquema é outro. As várias fontes espalhadas pela cidade servem para que as pessoas encham suas canequinhas (vendidas em lojinhas para turistas) e saiam caminhando e bebendo água quente enquanto enchem os olhos de beleza. Os Spas oferecem basicamente massagens e banheiras com águas de fontes diferentes, então não rola ir só tomar um banho.
Aliás, olha uma curiosidade: a palavra Spa significa tratamento à base de águas termais, também conhecida como balneoterapia. O nome vem da cidade belga Spa (na época dos romanos, era chamada Aquae Spadanae), onde esse tipo de tratamento começou.
Bom, a questão é que fomos até lá por sugestão da Rosana Conte e do Rogério Abreu. Fiz a lição de casa e dei uma estudada antes, mas nada me preparou para a beleza que é esse lugar, minha gente; de maneira alguma as coisas que a gente encontra na internet fazem jus a essa joia de cidade. Montanhosa e cortada por bosques e rios, a arquitetura parece uma volta ao tempo.
Pena que durante o período em que a República Tcheca ficou atrás da cortina de ferro sob o domínio da ex-URSS, os arquitetos caolhos do regime socialista andaram construindo uns monstrengos no lugar, daqueles que chega a doer os olhos de tão feios e destoantes do cenário. E dá-lhe caixotes de concreto com vidro fumê amarelo (arghhhh!!!). Por causa desse período histórico, além do tcheco e do inglês, muitas pessoas falam bem alemão e russo (aliás, é impressionante a quantidade de turistas russos endinheirados).
Minha próxima tarefa é reassistir Casino Royale (James Bond), que foi filmado lá.
Mas agora vamos ao que interessa: a festa para os olhos!!!
Lindeza, né? Quer ver mais? Clique aqui e vá direto no Flickr.
Clotilde♥Fascioni
Como é lindo um lugar onde não tem “resto de construções” casas caindo de velhas e sem manutenção. Lugar lindíssimo.
Ênio Padilha
Espetacular. Muito lindo.
vagner godoy
Como sempre suas fotos estão deslumbrantes,
tirei fotos em Praga e não consegui retratar o que vi.
Mas vc deve fazer até Guarulhos, Diadema…
ficarem bonitas.
Ah, e nem só de Berlim vive a Alemanhã, vc já fotografou Lunemburgue?
ligiafascioni
Obrigada, Vagner!
Aahahahahah… será mesmo que consigo fazer uma matéria boa em Guarulhos? Olha que desafio bacana…..rsrsrsrs
Onde é Lunemburge? Não conheço… 🙂
Abraços!
vagner godoy
É proximo de Hamburgo. Parece cidade cenografica
onde todos são figurantes, o principal é mesmo a cidade
É linda até os alemães de lá parece sorrir mais. (mesmo qdo estão sobrios)
Sobre Praga descobri que é o bar de Europa.
vagner godoy
Desculpe, o nome certo é LUNEBURG.
no celular não da pra por trema no U,
aqueleque tiraram da linguiça.
ligiafascioni
Aahahahaha…. vou procurar. Na verdade, por aqui todas as cidades parecem cenográficas (pelo menos as que não foram destruídas pela guerra). Vou aproveitar sua dica da proxima vez que puder viajar! Também não estive em Hamburgo ainda, então pode ser uma boa dobradinha. Obrigada 🙂
Paulo Cezar
Não parece ser uma cidade. É como um dos cenários de contos de fadas do Walt Disney. Num lugar assim, não ia conseguir trabalhar por alguns meses… ia passar os dias caminhando e observando os detalhes. Aquele prédio com varios tons de verde é o máximo!