Murakami errado, mas também vale

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Fiquei muito impressionada ao ler 1Q84, de Haruki Murakami (veja a resenha aqui). Li em inglês, claro, pois ainda não tenho coragem de encarar um tijolão de 1300 páginas em alemão, mas mesmo assim fiquei curiosa em ler outras obras menos extensas nessa língua.

Eis que xeretando livrarias, achei “In der Misosuppe“, do Murakami também. Só que fui ver depois, essa era outro autor (ou Murakami é um sobrenome comum no Japão, pelo menos entre escritores, ou então é um prenome comum e eles escrevem o sobrenome primeiro — sei que em chinês eles trocam a ordem, em japonês não sei).

De qualquer maneira, gostei muito da história. O protagonista, Kenji, é um rapaz de 20 anos, órfão de pai, que vive com a mãe. Ele abandonou a escola e ganha a vida como guia turístico na zona de prostituição de Tokio; com o dinheiro, aluga um apartamento na cidade onde se encontra com a namorada, Jun. A mãe acha que ele estuda e a relação dos dois parece bem distante.

Na véspera de ano novo (sempre achei que no Japão fosse em outra data, já que eles são budistas, mas no livro é dezembro mesmo), um cliente americano contrata o moço por 3 noites seguidas. O sujeito é bem estranho, tanto fisicamente como nas histórias desconexas que conta. O cliente gosta de Kenji e começa a forçar uma amizade que desconforta o rapaz, mas ele vai levando assim mesmo.

O guia tem um pressentimento estranho sobre o sujeito e chega a comentar com a namorada. Não é à toa; o rapaz descobre coisas muito impressionantes sobre o americano, capazes de mudar a vida dele para sempre. Kenji reflete sobre o comportamento desse cliente e das pessoas em geral; parece meio perdido e não sabe bem o que fazer com sua inteligência e sensibilidade.

Olha, vou começar a prestar atenção nesse Murakami também; parece que o nome (ou sobrenome) é marca de boa literatura.

Não sei se tem em português, mas recomendo muito.

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