A criada

Eu já tinha visto recomendações para os livros da Freida McFadden, especialmente o chamado “A empregada” (em português). Pois fui no meu querido amigo Henrique Rocha cortar o cabelo e fiquei xeretando a estante de livros dele e não é que achei a versão em português de Portugal? Ele mora uma parte do ano lá e disse que ganhou de uma amiga; leu e gostou. O nome do livro lá ficou “A criada” e é claro que imediatamente pedi emprestado.

Primeiro preciso dizer que quando eu leio algo escrito (ou no caso, traduzido) em português lusitano, é como se eu estivesse ouvindo um lisboeta falando; é muito fofinho!

Mas vamos à história!

Millie, a narradora da primeira parte do livro, tem 27 anos e passou os últimos 10 trancada numa prisão (ainda não sabemos o que ela fez para ir parar lá; mas parece grave). Do jeito que ela fala, parece ser uma moça doce, sensata e talvez um pouco inexperiente (claro, ela saiu do mundo aos 17 anos; quando voltou, tudo tinha mudado).

Ela está em liberdade condicional e desesperada por um emprego, já que foi despedida do bar onde estava trabalhando por mau comportamento e se os agentes prisionais descobrirem, ela pode ter que voltar para a prisão. Sem emprego e desesperada, Millie vai morar em seu carro e conta suas últimas moedas. É então que ela consegue milagrosamente uma vaga como empregada doméstica em uma mansão.

Millie nem acredita, pois ninguém a contrataria ao saber de seus antecedentes. Além disso, ela vai ter uma cama para dormir e comida de verdade. A moça vai fazer qualquer coisa para não perder esse emprego!

A patroa, Nina, é estranhíssima! No dia da entrevista ela estava impecável com um conjunto branco; educada e muito gentil.

Depois que Millie se muda, Nina parece uma louca varrida; começa a ficar desleixada, come porcaria o dia inteiro, dá ordens contraditórias, humilha Millie de todas as formas possíveis. A filha da mulher, uma fedelha chamada Cecelia, é também insuportável, mimada e mal educada. Por sorte, vive com a agenda cheia e mal fica em casa (ao contrário da mãe, que fica o dia inteiro infernizando a vida da nossa protagonista). 

Já o marido, Andrew, é o oposto: lindo, bem vestido, gentil, atencioso, compreensivo e trata a mulher e a menina sempre com muito carinho, por mais desequilibrada que Nina pareça.

Pesquisando um pouco com as outras babás quando precisa levar Cecelia ao balé, Millie fica sabendo que Cecelia não é filha de Andrew; Nina e ele se casaram há 7 anos, quando a bebê tinha apenas 5 meses. Também fica sabendo que Nina é desequilibrada mentalmente e já esteve inclusive internada para tratamento, uma vez que tentou matar a própria filha, há alguns anos. Inspecionando o armário do banheiro, Millie constata que a mulher realmente toma um monte de remédios controlados.

A vida na casa é um inferno; só bate um ventinho fresco quando Andrew aparece para tentar equilibrar as coisas. Uma moça que ficou 10 anos sem homem nenhum, é claro que fica encantada por ele. Não consegue entender como ele continua tão apaixonado por aquela louca horrorosa.

Outra coisa não muito boa na casa é o quarto da empregada, que mais parece um armário no sótão, de tão apertado. A única janela, minúscula, não abre de jeito nenhum. A fechadura só abre e fecha por fora, de maneira que Millie nunca consegue ficar trancada em seu quarto; é um desconforto saber que a qualquer hora alguém pode entrar.

Também temos um jardineiro italiano que mal parece entender inglês, mas que está sempre observando a casa e tentando passar mensagens que Millie não compreende.

Bem, macaca velha que sou, já desconfiava do primeiro plot twist (estava na pista certa). Assim, não me surpreendi muito.

Mas tem uma segunda reviravolta que é nada menos que sensacional. Não vou dar spoiler aqui, mas preciso dizer que AMEI o final.

Quer ler alguma coisa interessante nas férias? Recomendo “A empregada” com estrelinhas! E sabe o que mais? Acabei de descobrir que tem uma continuação (o final dava mesmo a entender).

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