Já disse várias vezes e repito: não resisto a uma boa capa de livro. Normalmente, acho as edições em capa-dura muito chatas de ler, mas “The bad Tuesdays: Die Verbogene Symmetrie” me pegou de jeito.
Numa tradução livre, mezzo inglês mezzo alemão interpretei (erroneamente) o título como “As más terças-feiras: a simetria secreta“. Aí, com essa capa que você vê aí em cima, fiquei pensando em algum enigma matemático que envolvesse dias da semana e a busca pela simetria. Tão empolgada fiquei que nem li a quarta capa; levei.
Na verdade, não me arrependi, mas não era nada do que pensei. O livro conta a história de três irmãos que foram abandonados bem pequenos na porta de um orfanato. Como chegaram numa terça-feira, esse ficou sendo o sobrenome deles. Assim, “The bad Tuesdays” não são as más terças-feiras, mas os maus irmãos que levam o sobrenome.
Chess, uma menina, tinha apenas três anos de idade, e, na silhueta da porta, parecia um peão de xadrez; por isso o seu nome (Chess é xadrez, em inglês). O irmão que trazia uma caixa na mão ganhou o nome de Box (caixa, em inglês) e o outro, que chorava por ter uma farpa no dedo, ficou sendo Splinter (lasca ou farpa, em inglês). Box e Splinter eram gêmeos e tinham seis anos na época.
Depois, a situação no orfanato começou a ficar tão ruim (dá para ver pelo “carinho” com que nomeavam as crianças) que o trio fugiu e foi viver com os ratos do cais do porto, dentro dos canos e túneis (onde, aliás, já vivia um monte de gente).
Um belo dia, quando Chess tinha 11 e os irmãos 14 anos, os temíveis caçadores (algo como uma força policial especial, altamente violenta) fizeram uma limpa no cais do porto e capturaram a maior parte das crianças. Elas sabiam que quem era pego não voltava mais, e alguma coisa muito maligna era feita com as vítimas.
Salvos por uma senhora muito esquisita, ficam sabendo que precisam cumprir uma missão muito secreta e perigosa: roubar uma parte do computador central da organização criminosa Verbogene Symmetrie (a tal da simetria secreta) que existe em outra dimensão do universo. Aliás, universos paralelos são praticamente os personagens secundários da história. A organização que os apoia se chama Komitee (Comissão). Chess é uma menina com características muito especiais, por isso é alvo de ambas as organizações (nesse primeiro volume não é bem esclarecida a origem e os poderes dela).
Fiquei com um pouco de nervoso porque se passam vários dias, muitos perigos e o máximo que a comissão oferece para as crianças são uns sanduíches, chá e um pedaço de chocolate. Eles andam descalços o tempo todo, estão imundos e machucados, mas ninguém ganha um simples banho. Imagina uma mãe lendo esse livro…rsrs
Esse é o primeiro volume de seis. O autor, Benjamin J. Myers, é um britânico que estudou filosofia e psicologia e, além de escrever, atua como advogado especializado em direitos humanos.
Não sou tão fã assim de fantasia infanto-juvenil, mas dá para dizer que os personagens são bem construídos e a trama é bem criativa. Se você curte o gênero, vale a leitura.
Nana
Valeu a dica!
Bj e fk c Deus
Nana
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