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A cidade fortificada de Nuremberg

Aproveitei que o Conrado tinha uma feira em Nuremberg e fui conhecer a cidade. É engraçado como agora me sinto em casa em qualquer lugar da Alemanha (mesmo a quase 500 km de Berlin). Consigo pedir informações (e até dá-las!) e me localizo com facilidade (turista ninja, yeahhhh!).

A feira ficava num local afastado da cidade, perto de onde era a central de comícios do Hitler (o megalomaníaco construiu um complexo que hoje virou um centro de documentação histórica).

Antigo centro de comícios nazista, hoje centro de documentação

Dali foi só descobrir o metrô para ir até a cidade e começar a diversão. Está certo que, como o tempo era curto (24 horas), tive que me preparar mais. Pesquisei um pouco da história e selecionei os principais locais que queria visitar; sem isso, perderia um monte de coisas interessantes e não ia entender direito o que estava vendo.

São Pedro não colaborou muito e o tempo estava bem feinho (luz péssima para fotos), mas a beleza da cidade compensou tudo. Só deu para visitar um museu (o Memorial do Tribunal de Nuremberg), mas isso vai ganhar um post separado. Tem uma fonte bizarra que também vai merecer notícias à parte, além das várias curiosidades com as quais esbarrei no caminho, enquanto me perdia pelas ruelas medievais.

Mas vamos lá: Nuremberg tem mais de 1000 anos e a cidade antiga ainda é toda fortificada, isto é, ainda tem os muros, as torres e os fossos que a protegem. Hitler escolheu o lugar como a sede dos seus comícios onde insuflava a juventude nazista no ódio contra judeus, negros e homossexuais. A estação de trem (que hoje tem conexão com o metrô) carrega um fardo triste: foi onde mais judeus foram embarcados para campos de concentração ou deportados. Teve um dia que foram mais de 1000 num embarque só (nossa, só de imaginar a cena já me dá arrepios).

Durante a guerra, Nuremberg foi praticamente toda destruída (é assustador ver as fotos). O estrago foi tão grande que chegou-se a aventar a possibilidade de abandonar o local e reconstruir a cidade em outro lugar. Mas o povo daqui não é fraco não; por fim, decidiram dar um fim nas 10 milhões de toneladas de escombros e reconstruir o centro histórico exatamente como era, em cada mínimo detalhe.

Na cidade antiga, além das várias igrejas (menção especial para a Frauenkirche, ou a Igreja de Nossa Senhora, construída entre 1352 e 1358) e prédios históricos, ainda tem um castelo que fica bem no alto (a vista é linda). O Kaisenburg, como é chamado, foi construído sobre um bloco de arenito maciço (Nürnberg, em alemão antigo, significa monte rochoso). E ainda tem a Schöner Brunnen, que é um obelisco de 19 m com figuras religiosas (o que tem lá é uma réplica, pois  o original, de 1385, virou pó de ki-suco durante os ataques).

Outra curiosidade sobre a cidade é que ela abriga a maior proporção de imigrantes na Alemanha: são cerca de 18% de estrangeiros morando lá (a média alemã é 8%; Berlin tem 10%). Além dos turcos, a maioria vem da União Europeia mesmo, ou então da Rússia e países eslavos.

Mas vamos ver um pouquinho desse lugar lindo e tão cheio de lembranças tristes.

Essa feira fica na praça central do antigo mercado (mercado, na idade média, era o lugar onde se fazia feira). Em dezembro a praça é conhecida por abrigar a mais bela e tradicional feira de natal da Alemanha.
Esse mendigo mantinha o peito aquecido com seu companheiro peludo e fofo.
Barraca de flores na praça do mercado; ao fundo dá para ver a Schöner Brunnen, toda dourada.
Aqui dá para ver a Frauenkirche, belíssima e assutadora (as igrejas góticas são sempre muito misteriosas).
Detalhes da Schöner Brunnen (que significa fonte bonita).
Mais uma vista da praça do mercado e da Frauenkirche
Esquina linda na entrada do castelo
Vista de cima do castelo
Telhadinhos mais lindos (tem até fumacinha saindo das chaminés)
A arquitetura bávara aqui é bem típica (em Berlin não tem casas assim; no norte é diferente)
Essa amarelinha é a minha preferida
Tinha bastante desses santos nas esquinas das casas (gostei mais desse por causa do cachorro fofo)
O rio Pegnitz, que corta o centro histórico, é um afluente do Reno
Mais uma vista do rio Pegnitz
Esse aqui é o Trödel markt, que fica numa ilha bem pequena no meio do rio.
Pelas ruas da cidade
Criançada jogando bola no pátio do Neue Museum

Quer ver mais fotos? Então clique aqui e vá no álbum do Flickr!

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8 comentários

  1. Senhoras e senhores, mais uma aula com a professora Lígia, que, em vez de ir fazer compras prefere fazer registros para que a gente, no conforto do verão brasileiro, possa fazer turismo virtual na Alemanha. Obrigado. Beijo.

    PS. Esta última foto é coisa pra concurso! Linda.

    PS2. Vai ter um post sobre a comida local?

    1. ligiafascioni diz:

      Aahahahah… obrigada, Ênio!

      A falta das compras não é muita nobreza da minha parte não, é restrição orçamentária mesmo….ehehehe (e ainda pago de culta!).

      Sobre comida, infelizmente não vai ter post não; aliás, preciso dizer: não sou muito fã da culinária alemã. É tudo muito cheio de porco, linguiças, embutidos e repolho…. tudo muito….. feio!

      Na verdade, a gente foi jantar num restaurante italiano maravilhoso (acho que isso é até redundância; em qualquer lugar do mundo a comida italiana salva), chamado Da Mario. Recomendo! Durante o dia eu não tenho muito tempo para comer não, pois preciso ver a cidade, então vou num lanchinho mesmo 🙂

      Abraços 🙂

  2. […] contei no post anterior, Nuremberg foi reduzida a 10 milhões de toneladas de escombros depois da segunda guerra mundial. […]

  3. […] (carrossel do casal) é um chafariz que foi encomendado em 1977 pela prefeitura de Nuremberg ao artista Jürgen Weber. A ideia era decorar o centro histórico com uma obra exclusiva do […]

  4. Tem um lado bem bonito, o das casinhas coloridas….

  5. Andrea Proenca diz:

    Super curti essa aula sobre Nuremberg. A professora Ligia consegue nos deixar com vontade de conhecer cada lugarzinho por onde ela passa… minha lista de”lugares que devo conhecer” esta muito grande. Culpa sua!
    beijos 🙂

    1. ligiafascioni diz:

      Sinto informar, mas a tendência é só piorar, Andrea! Estou gostando cada vez mais da brincadeira….eheheheheh
      Beijos 🙂

  6. […] andei de metrô por Nuremberg, o trem passou por uma estação que me deixou tão impressionada que tive que descer para […]

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