Máquinas como eu

Ian McEwan é um escritor que gosto demais. Eles fez coisas maravilhosas, como Solar e Sábado; outras obras, menos brilhantes, como Amsterdam e Jardim de Cimento, também estão longe de ser ruins. 

Então, quando fiquei sabendo do lançamento de Machines Like Me (Tradução livre: “Máquinas como eu”), não podia perder de jeito nenhum. Não coloco o livro na mesma categoria dos meus preferidos, mas mesmo assim gostei bastante.

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Surpresas boas demais!

Semana passada estive pela primeira vez na vida em Fortaleza. 

Preconceituosa como sou, levei um belo tapa na cara. E adorei.

O trabalho era facilitar um workshop para definir os objetivos estratégicos da Secretaria da Fazenda do Ceará. Apesar de Planejamento Estratégico não ser meu core business, topei o desafio porque já tinha experiência em facilitar workshops e também porque o gancho era liderança. 

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Altruísmo?

Fui a Fortaleza na semana passada por conta de um trabalho e, como ia ficar poucos dias, tinha espaço sobrando na mala. Fiz um post no Facebook contando que ia aproveitar para levar duas bolsas cheias de coisas que sobraram da limpa que fiz no guarda-roupa para doar para mulheres em situação de rua. A ideia era incentivar outras pessoas a fazer o mesmo; confesso que não tinha pensado nisso. Só me inspirei quando vi um post parecido de alguém fazendo a sugestão.

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Quando você descobre que está morto

Imagine que você está concentrado tentando escrever um livro e briga com o vizinho do apartamento de baixo por causa do barulho. No calor da discussão, ele joga um ovo na sua janela e você revida despejando o conteúdo da sua lixeira de papel no pátio dele; a história vai parar na delegacia. 

Dias depois, quando estão levantando a sua ficha corrida (deve ser procedimento comum nesses casos), você recebe um telefonema com um aviso: acharam sua certidão de óbito. Sim, você está morto. E já faz três anos.

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Sputnik sweetheart

Mais um Harumi Murakami para aquecer o coração. Como adoro ler as histórias que esse moço conta.

O título do livro, “Sputnik Sweetheart” (eles não traduziram para o alemão; apesar da versão ter sido feita diretamente do japonês, os editores optaram por deixar assim, provavelmente mantendo o original); numa tradução livre seria algo como “meu docinho Sputnik” ou “minha querida Sputnik”.

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Hologrammatica

Imagine um mundo onde tudo é luz. Explicando melhor: tudo o que a gente veria nele seria projetado holograficamente por uma rede (tipo a internet, só que de luz). Assim, em vez de enxergar a fachada descascada de um prédio, o síndico compraria uma projeção holográfica permanente que mostraria sempre a pintura intacta (podendo variar as cores, o estilo arquitetônico, enfim, tudo o que se quiser). 

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Eu, robô: um reencontro

Conheci Isaac Asimov na adolescência; era fascinada pelas histórias de robôs, planetas e galáxias distantes, outras civilizações e máquinas inteligentes. Cresci, amadureci, e esse fascínio pela tecnologia orientou praticamente toda a minha vida profissional.

Pois esses dias resolvi revisitar o velho amigo e reler o clássico “Eu, robô”. Engraçado como depois de tantos anos, a gente enxerga as coisas de um ponto de vista diferente. E o encanto aumenta ainda mais.

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Cerveja é coisa de mulher

Amanda Reitenbach, durante a cerimônia de premiação do Concurso Brasileiro da Cerveja, primeira e única competição mundial sob a liderança de mulheres. Crédito: Daniel Zimmermann

Acredito que o mundo só terá futuro se as mulheres se apoiarem mutuamente e formarem uma grande rede de suporte mútuo onde todas se sintam seguras e confiantes para seguir o que decidirem para suas vidas.

A Amanda Reitenbach é uma dessas poderosas que ousou entrar num campo tradicionalmente dominado por homens (basta lembrar que as cervejarias, pelo menos quando eu morava no Brasil, desconsideravam completamente as mulheres como consumidoras ao colocar sempre modelos sexies usando biquínis minúsculos em suas campanhas publicitárias; tomara que tenha mudado) .

Pois bem, a Amanda está fazendo história e penso que merece demais ser conhecida e apoiada. Se eu fosse você, continuava a ler o post abaixo com uma entrevista com essa linda que, tenho certeza, você também vai passar a admirar. De quebra, ainda vai aprender um monte de coisas interessantes sobre essa bebida tão antiga!

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O cérebro e a internet

Conectado pelas ideias: como o cérebro está moldando o futuro da internet”, do neurocientista Jeffrey Stibel, tem uma premissa muito interessante; a ideia central do livro é que a internet, da maneira como foi construída e está evoluindo, tem uma semelhança muito próxima ao cérebro humano. Ambos têm o processamento distribuído, conectam suas partes através de sinais elétricos e são orientados a padrões. É como se os vários computadores conectados na rede fossem neurônios unidos em um grande cabeção.

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Ponto de vista

Tudo é uma questão de ponto de vista

Esse dias, quando estava vindo para Belém, teve muita turbulência, daquelas fortes de verdade. Mas para a minha sorte e a de todos os outros passageiros, havia dois menininhos fofos a bordo.

Pois quando as sacudidas começaram, eles ficaram tão felizes que gritavam de alegria. Pareciam que estavam num tobogã! As vozes, empolgadíssimas, iam narrando os altos e baixos.

Olha, quase fiquei com pena quando veio a calmaria, pois o negócio estava realmente divertido. Não tenho medo de turbulências, pois sei que os aviões caem por diversos motivos, mas muito raramente por esse. Mas também sei que tinha gente bem preocupada e que até relaxou com a brincadeira.

Coisa boa enxergar as coisas de um outro ponto de vista. É como eu digo sempre nas palestras: às vezes a gente não consegue mudar os fatos. Mas a nossa percepção a gente sempre pode.