A identidade de uma empresa é seu DNA. Isso quer dizer que o conjunto de características que a tornam única e especial já nasce com ela, é congênito. Então será que isso significa que a identidade da empresa é igualzinha à do seu dono ou fundador?
Vamos pensar: uma empresa é uma entidade muito diversa de um ser humano. Ela é formada por pessoas, cujo número varia com o tempo. Uma empresa pode começar com apenas um proprietário ou com mais de 10 mil colaboradores (quando é fruto de uma fusão ou aquisição, por exemplo). Ela pode continuar por anos com um ou dois funcionários ou multiplicar várias vezes seu corpo original.
Já uma pessoa tem sua própria essência e sua maneira toda única de se comportar profissionalmente. Mesmo relaxada na vida pessoal, ela pode ser muito exigente como empresária. Outros atributos (em geral, a maioria), permeiam tanto a sua vida pessoal quanto a profissional. Mas como separar uma coisa da outra? Será que elas precisam mesmo ser separadas?
Sim, precisam. Uma empresa é sempre maior que seu dono, e, apesar da maioria de suas características ser geralmente compatível (a empresa herda atributos do fundador), são naturezas distintas, inclusive com ordens de grandeza diferentes.
Quando uma empresa é composta por apenas uma pessoa, a pergunta que sempre faço para identificar o caso corretamente nas minhas consultorias é: “se daqui alguns anos o dono morrer, a empresa acaba?”
1) Resposta NÃO: Ela é uma empresa de fato, isto é, vai crescer, agregar novos funcionários e seu dono, inclusive, vai poder tirar férias. Nesse caso, devemos definir a identidade da empresa para nortear todas as suas ações e comunicações. É um caso desafiador mas perfeitamente possível de ser resolvido, separando claramente o que é a empresa e o que é a pessoa.
2) Resposta SIM: Então, temos uma EUpresa. Não há nenhum problema nisso, eu, por exemplo, encontro-me neste caso. A minha empresa de consultoria existe porque preciso trabalhar dentro das regras do fisco, mas ela não tem identidade própria. Todo o trabalho de divulgação é feito sobre o meu nome. É o caso de muitos médicos, dentistas, advogados e outros profissionais liberais. Nesse caso, para haver coerência entre as ações e comunicações da empresa, temos que definir a identidade profissional de seu fundador.
A adaptação do método que utilizo GIIC®— Gestão Integrada da Identidade Corporativa para a versão GIIP®— Gestão Integrada da Identidade Profissional é a resposta para essas necessidades do mercado que tenho observado. O GIIC® é usado no caso 1; o GIIP®, no caso 2.
O bom é que se pode utilizá-lo não apenas quando se tem uma empresa individual, mas também quando se quer nortear a própria carreira. Não é possível que alguém despojado possa ser feliz trabalhando de terno e gravata em um lugar formal. Ou quem alguém extremamente detalhista e caprichoso trabalhe contente em um lugar desorganizado e informal. Trabalho é coisa séria, pois toma a maior parte do nosso tempo enquanto estamos acordados. Por isso é tão importante escolher direito.
O GIIP® pode ser um instrumento muito interessante de auxílio à tomada de decisão, capaz de ajudar profissionais e empresas a encontrarem pontos comuns, afinidades e até começar um namoro promissor.
Ah, e por falar nisso, feliz dia dos namorados para todo mundo. Nada como encontrar alguém deliciosamente compatível com a gente, né?
Lígia Fascioni | www.ligiafascioni.com.br
Thiago Valenti
A empresa não pode ter a personalidade do dono, mas é essencial nas micro/pequenas empresas a visão inicial do mesmo.
É o fundador que têm a visão do que quer fazer pra ajudar (ou piorar) o mundo, então acredito que essa visão inicial é que começa a definir a identidade da empresa, ou pelo menos sua causa inicial de existência.
Se a causa é apenas ganhar dinheiro, dificilmente existe uma identidade ou um propósito na empresa. Essas empresas sim que são difíceis de trabalhar, principalmente desenvolvendo uma identidade visual.
ligiafascioni
Oi, Thiago!
A identidade sempre existe – não há a possibilidade de escolhermos ter ou não um DNA – isso é um fato. Concordo plenamente com você de que a visão e a opinião dos fundadores é essencial (afinal, são eles que vão definir a identidade da empresa).
O que eu quis deixar claro é que identidades profissionais e corporativas possuem naturezas diferentes e precisam ser analisadas também de maneira diversa. É perigoso confundir uma com a outra, sob pena de realizar ações e comunicações que não reflitam a identidade da empresa e prejudicar a sua imagem. A empresa é sempre maior que seu fundador.
Valeu a contribuição!
Thiago Valenti
Principalmente quando a definição dos futuros dos negócios ou do lançamento de novos produtos são definidas pelo “eu acho que isso vai vender” do dono.
Egodesign é complicado mesmo.