Dez dias de encher os olhos: parte 2 [Verona]

Verona é a cidade do meu bisavô e fiquei muito emocionada em poder visitá-la. Meu pai nunca chegou a conhecê-la; tenho certeza de que ele adoraria tudo. É linda, colorida, elegante e cheia de história. Está muitíssimo bem preservada (acho que não sofreu bombardeios durante as guerras) a ponto de conservar uma das arenas de gladiadores mais antigas da história (40 anos mais antiga que o Coliseu de Roma). Hoje em dia ele serve de palco para um dos maiores festivais de ópera do mundo (acontece todo ano no verão; vamos nos organizar para ver pelo menos um espetáculo nos próximos anos).

Outra coisa que me chamou atenção, além dos becos estreitíssimos e pés direitos altos foram as pedras das calçadas, de um rosa bem particular. Depois reparei que as arquibancadas da arena eram do mesmo material. Se a gente pensar que elas estão lá há quase dois mil anos e presenciaram todas as mudanças do mundo nesse período, é de impressionar mesmo (tirei tantas fotos das pedras do chão e das escadas que vai ter seção especial depois para elas).

Fui visitar a casa da Julieta só para constar mesmo, e era exatamente o que eu esperava: um monte de turistas acotovelando-se para ver uma mentira e tirar fotos (já que o personagem era de ficção, então todo o cenário foi inventado para ganhar dinheiro; eles alugam o local até para fazer casamentos, veja só). Podem me acusar de falta de romantismo, mas achei o negócio meio kistch…

Outra coisa é que a comida é deliciosa e as praças são lindas! A Piazza Erbe era um antigo fórum romano e tem as Casas Mazzanti pintadas com afrescos maravilhosos. Também vale a subida à Torre dei Lamberti; com 84 metros de altura, dá para ver a cidade toda. A cada meia hora o sino toca bem na sua orelha e dá um susto nos distraídos (eu, por exemplo…rsrsrs). Quem não anda com pernas de maratonista não precisa se preocupar: apesar de ter sua construção iniciada no longínquo ano 1172, já passou por muitas reformas e hoje tem até elevador.

Sobre a hospedagem, ficamos no Bed & Breakfast Casa di Giulia e recomendamos demais. Além da casa ser maravilhosa, a Giulia e sua filha Chiara são anfitriãs de primeiríssima. Dá para ir ao centro histórico a pé.

A gente passou um dia só inteiro, então vai ter que voltar mesmo. Por ora, vale uma olhada nas fotos…

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Arena construída no ano 30 D.C. para que o imperador e o povo pudessem assistir à luta de gladiadores e, mais tarde, os cristãos serem comidos por leões…
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Mas essas pedras são tão lindas! Ainda bem que hoje a arena serve de palco para um festival de ópera.
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Dois gladiadores trocando figurinhas 🙂

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Piazza delle Erbe
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Afrescos da casa Mazzanti

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Piazza Bra

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O que Julieta teria visto do seu balcão se olhasse para fora nos dias de hoje…

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Veja mais: [Parte 1: Lago di Garda] [Parte 2: Verona] [Parte 3: Costa Amalfitana] [Parte 4: Vulcão Vesúvio] [Parte 5: Pompeia] [Parte 6: Capri e Península Sorrentina]

 

Os banhos de Carlos

Lá pelos idos de 1350, o rei Carlos IV, chefão do sacro império romano-germânico, estava dando umas bandas pela região da antiga boemia quando se deparou com um lugar cheio de fontes termais. Sabe-se lá de onde ele tirou a ideia de que aquelas águas eram curativas e resolveu fundar uma cidade para poder melhor desfrutar dos vários benefícios líquidos. Humilde como sói aos imperadores serem, o tiozinho se auto-homenageou chamando a cidade de Karlsbad (Termas ou banhos termais de Carlos, em alemão), ou Karlovy-Vary, na versão tcheca.