Berlim precisa de pelo menos uns 3 dias para ver o básico do básico (os 10 pontos turísticos principais, que listei aqui). Mas faça um esforço e passe mais alguns dias, você não vai se arrepender. Olha aqui mais 10 visitas que vão fazer você se apaixonar mais ainda pela cidade.
1. Mauer Park: Mauer é muro em alemão, então esse é o parque do muro. Tem esse nome porque, sim, ainda tem um pedaço do muro lá. É bem colorido e a cada três meses, mais ou menos, grafiteiros vão lá e pintam tudo de novo. O resultado é que ele está sempre diferente, colorido, e as partes descascadas são verdadeiras obras de arte desenhadas nas diversas camadas de tinta.
Mas o parque é famoso mesmo porque aos domingos acontece o mercado de pulgas mais famoso da cidade, com tudo o que você possa imaginar para vender. Também tem shows alternativos e, no verão, tem sempre um karaokê aberto a qualquer um, que começa às 3 da tarde.
Esse vídeo que fala sobre os mercados de pulgas mostra um pouco do lugar, veja:
2. Gendarmenmarkt: Essa é uma das praças mais bonitas da cidade e com uma história bem interessante. Quando os huguenotes (protestantes franceses) foram expulsos da França, o kaiser da Prússia ofereceu abrigo na cidade. Para atrai-los (na época, pouca gente queria morar em Berlim), ofereceu-lhes uma catedral. Mas aí os alemães reclamaram que também queriam uma para si. Sem problemas: construiu-se então, no final do século XVIII, as duas igrejas, francesa e alemã, uma de cada lado da praça. No meio delas, uma maravilhosa casa de concertos. Os edifícios todos foram seriamente avariados por bombardeios na segunda guerra, mas hoje, restaurados, valem a visita.
3. Bebel Platz: a praça tem esse nome em homenagem ao fundador do partido democrata alemão no século XIX (político com nome de Bebel? Só na Alemanha….rs). Brincadeiras à parte, essa praça que fica na Unter den Linden, em frente à Universidade Alexander Humboldt, ficou famosa por ser cenário de uma monstruosa fogueira de livros patrocinada por Hitler. Todos os autores considerados traidores como Thomas Mann e Karl Marx, só para citar dois famosos, tiveram suas obras incineradas em praça pública. Na leva deve ter ido quase toda a biblioteca da universidade e livros diversos trazidos de todos os cantos da cidade. Para que a lição não seja esquecida, foi construído um monumento no meio da praça. É uma sala com prateleiras vazias que fica no subterrâneo e a gente olha por cima, por uma janela de vidro. Por sua discrição, fica um pouco difícil de achar o monumento, mas vale a pena. Olhar aquelas prateleiras vazias dá um certo arrepio ao lembrar que a fogueira não aconteceu na idade média, mas em pleno século XX!
4. Palácio de Charlottenburg. Construído entre os séculos XVII e XVIII, era a residência de Sophie Charlotte, a rainha da Prússia na época. Mesmo que você não queira entrar para conhecer os aposentos todos em estilo barroco ou rococó, vale pelos jardins, belíssimos.
5. Kurfürstendamm: também conhecida como Ku’damm, essa avenida linda e arborizada era o centro comercial da parte ocidental da cidade, ou seja, o lado rico, capitalista. Hoje são quase 2 km de lojas de marcas famosas e caríssimas como Chanel, Dolce & Gabbana, Louis Vuitton, Escada, Hermés, Gucci, Prada, Rolex, Yves Saint Laurent, Giorgio Armani, Cartier, Valentino, etc. Se você curte vitrines lindas, esse é o lugar.
6. Kadewe: essa é a abreviatura de Kaufhaus Des Westerns (Loja de departamentos do oeste) e fica numa das extremidades da Ku’damm, perto da estação U-Bahn Wintenbergplatz (na verdade, nesse ponto a rua muda de nome para Tauentzienstraße). A Kadewe tem 60 mil m² distribuídos em 7 andares e recebe cerca de 50 mil visitantes por dia. Centenária, a loja foi destruída na segunda guerra mas reabriu em 1950 como uma demonstração de prosperidade, contrapondo o lado oriental, quase miserável naquela época. Eles vendem todas as grifes mais famosas e caríssimas, mas a grande atração é o quinto andar, totalmente dedicado a especiarias e ingredientes para quem gosta de cozinhar. Temperos raros, chás exóticos, prateleiras inteiras só de azeites, balcões enormes de queijos fedorentíssimos; se você curte cozinhar (ou só comer mesmo, já serve), vai se divertir aqui.
7. Nikolai Viertel: é o quarteirão onde a cidade de Berlim nasceu. Tem esse nome por causa da igreja de São Nikolai, no centro da quadra. Como foi totalmente destruída nas guerras, nenhuma das construções é original, mas os comerciantes locais empenham-se em manter o ar medieval. Tanto que no verão (geralmente em agosto), eles organizam uma festa de rua com atores vestindo trajes típicos e tudo; o lugar é uma graça.
8. Hackescher Markt/ Hackescher Höfe: A estação de trem com esse nome data de 1882 e é linda. Em volta há vários restaurantes e bares com mesas nas calçadas, além de uma feira livre que acontece todas as terças e quintas-feiras. Perto da estação tem um conjunto de prédios unidos por oito pátios internos conectados (os Höfe) com várias lojinhas interessantes, museus, um cinema e um teatro. Vale a visita.
9. Passeio de barco pelo rio Spree: segundo os portais turísticos, a cidade de Berlim tem 1700 pontes (mais que Veneza, com apenas 400), pois é toda cortada pelo rio Spree e seus canais. De de março a outubro algumas empresas fazem passeios de barco (clique aqui para saber mais) com roteiros diversos. Taí uma coisa que recomendo muito; é bem bacana ver a cidade sob um ponto de vista diferente 🙂
10. Potsdam: é a capital do estado de Brandenburg e fica a 30 km de Berlin (dá para ir com os trens comuns, é só comprar uma passagem que vá até a área C). Lá estão os palácios do verão dos reis da Prússia e suas respetivas rainhas (eles ficam longe da estação de trem, não dá para ir a pé).
O centro histórico da cidade também merece uma visita, é muito fofo; além do mais, o lugar tem muita história para contar. Foi lá que aconteceu a conferência onde os países aliados, vencedores da segunda guerra, dividiram a Alemanha. Um dia inteiro só será suficiente se você não quiser visitar o interior dos palácios e se contentar apenas em passear pelos belíssimos e imensos jardins.
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Naturalmente, ainda há muita coisa para se ver em Berlim. Praticamente todo dia descubro mais curiosidades a respeito dessa cidade pela qual sou apaixonada.
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