Eu amo essa cidade toda, mas tem umas ruas que enchem meu coração de alegria. E o que uma rua precisa ter para me conquistar? Meus principais critérios são: cafés, lojinhas curiosas, arquitetura interessante, vida borbulhando por todos os lados, gente fora do padrão convencional, calçadas largas e um certo charme difícil de definir. Você também gosta dessas coisas?
Então vem comigo!
1. Bergmann Straße em Kreuzberg
Comece o passeio a partir da esquina da Bergmann com a Mehringdamm e, se tiver tempo, entre em todas as ruazinhas que cruzar; a arquitetura dos prédios é de cair o queixo. No final da rua tem o Marheineke Market Halle, um mercado de frutas, verduras e com umas ilhas de comida ótima. No final do mês de junho sempre tem a tradicional festa de verão, a Bergmannstraßenfest. É um final de semana inteiro de muita música, comida e diversão. Delícia!
Dois posts que fiz sobre lojinhas interessantes do lugar: [moda + arte + literatura = yôga com estilo] e [Lojinhas curiosas: para quem gosta de ler].
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2. Kastanienallee em Prenzlauerberg
Recomendo começar o passeio a partir da estação U-Bahn Rosenthalerplatz e ir subindo a Weinbergsweg Straße (que é a própria Kastanienallee, só que nesse trecho tem outro nome) até a U-Bahn Eberswalderstraße.
No caminho você passa pelo Volkspark am Weinbergsweg que vira um cenário cinematográfico durante a florada das cerejeiras, em abril. A arquitetura é linda, os cafés são tentadores e as lojinhas muito originais, principalmente para quem curte bom design e criatividade.
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3. Oderberger Straße em Prenzlauerberg
Essa, na minha opinião, apesar de curtinha, é a rua mais linda de Berlim (talvez a mais linda do mundo!). Ela corta a Kastanienallee e termina no Mauer Park; tem os cafés mais bacanas e charmosos da cidade, sem contar na VEB Orange, um brechó especializado em objetos da época da DDR (Deustche Demokratische Republik, a ex Berlim Oriental).
É lá também que fica uma antiga Stadtbad, um dos tradicionais banhos públicos (que está fechado para reforma, mas fiz uma visita, veja aqui). Na primavera, é poesia pura, pois fica toda florida. Se você for num domingo, não deixe de tomar um belo Frühstuck (café da manhã) num dos muitos cafés e aproveitar para estender o passeio até o Flohmarkt (mercado de pulgas) do Mauerpark, que fica no final da rua.
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4. Oranienstraße em Kreuzberg
Essa rua também não é muito longa e representa bem o lado alternativo de Berlim (que eu amo). Prepare-se; ela é um pouco suja, bagunçada e cheia de bares bem diferentes (com frequentadores idem). Tem também uma livraria que vende só histórias em quadrinhos (além de toy art), a Modern Graphics e é uma delícia de ver o movimento. Geralmente começo a partir da Oranienplatz (dá para descer a U8-Bahn Moritzplatz). O final dela é na U1-Bahn Görlitzer e tem muita street-art e coisas interessantes pelo caminho (até uma loja de derivados de maconha…rsrs). Vá com tempo e explore também os arredores; particularmente, adoro a Adalbertstraße que cruza com ela; bem na esquina entre as duas tem o inusitado Museu das Coisas (veja aqui o post a respeito).
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5. Auguststraße no Mitte
A Auguststraße não é muito larga, não tem belas calçadas e nem muitas árvores, como as colegas de lista. Mesmo assim, ela tem um charme que me encanta. Além da arquitetura charmosíssima, é cheia de preciosidades escondidas. Lojinhas discretas de artistas, galerias pequenas e a maravilhosa Câmera Work, uma galeria que vende obras monumentais de grandes fotógrafos.
Também gosto muito da Me Collectors Room Berlin/Stiftung Olbricht. Tem várias exposições interessantes de coleções diversas e mais uma lojinha e um café charmosíssimo (veja aqui um post sobre uma exposição de Toy Arts).
Sem falar, claro, na clássica visita ao KW Institute for Contemporary Art, que agrega ateliers, salas de exposições e um café. Mais no final tem ainda um salão de baile das antigas (com mais de 100 anos!), o Clärchens Ballhall, com vários cursos de dança para iniciantes e espetáculos diversos a preços bem populares. Para fechar o passeio, é só se perder na revistaria mais maravilhosa da cidade, a Do you read me? que só tem coisas bacanas de arte, design, gastronomia, moda e fotografia. Sim, você entendeu direitinho: o paraíso é aqui mesmo.
6. Simon-Dach-Straße em Friedrichshain
Confesso que fiquei em dúvida entre essa e a Gabriel Max Straße, que são as duas ruas mais lindas desse bairro, que é maravilhoso. Ambas são bem arborizadas e cheias de lojinhas e cafés. Para falar a verdade, o que recomendo mesmo é se perder nessa região e ficar flanando e fazendo descobertas. Vale uma tarde inteira de surpresas e encantamentos. Se for num domingo, não deixe de tomar o café da manhã (Frühstuck) em um dos montes de cafés maravilhosos e visitar o mercado de pulgas na Boxhagener Platz. Termine o passeio na Revaler Straße e visite o RAW-tempel (saiba aqui do que se trata), que é demais!
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7. Alte Schönhauser Straße (Mitte)
Essa é outra ruazinha que não é muito larga e nem tão arborizada, mas está cheia de interessâncias e cafés charmosos. Cada lojinha é uma descoberta, sem falar nos prédios, maravilhosamente antigos.
As outras ruas das imediações, como a Weinmeisterstraße e a Rosenthaler Straße também são interessantíssimas. Pertinho tem os Hackescher Höfe, um conjunto de pátios internos cheios de lojinhas curiosas e galerias; imperdível para visitar.
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8. Graefestraße em Kreuzberg
Às terças, sextas e sábados, há uma feira turca na Maybachufer, bem pertinho dessa rua. Sempre tem coisas gostosas para comer e outras muito interessantes para ver, vale a visita.
Essa região é linda: calmíssima, arborizada, cheia de cafés e lojinhas pitorescas e o meu sebo preferido (esse aí da foto). Na Graefestraße tem um café português com pastéis de Belém autênticos; chama-se Melro e é uma graça. Perca-se nas adjacências, em especial pela Schönleistraße e aprecie as fachadas sem moderação.
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9. Kolvitzstraße em Prenzlauerberg
O corredor de árvores acalma qualquer alma aflita. As lojinhas e cafés, caprichados e deliciosos, são um convite à contemplação e à paz de espírito. Caminhe com calma observando os prédios, as flores, as pessoas.
Aos sábados tem feirinha de produtos orgânicos; recomendo não perder. Esse é também o dia que o restaurante brasileiro “Na Brasa” serve feijoada e caipirinha (para quem quer matar as saudades, tem brigadeiro e pudim de leite de sobremesa; todos os garçons falam português).
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10. Kurfürstendamm (Charlottenburg)
Essa é uma das ruas mais famosas da cidade, pois era o centro comercial do lado ocidental, quando a cidade ainda estava dividida pelo muro. Larguíssima (53 m) e bem comprida (3,5 km), é recheada de restaurantes e lojas de grife.
A KaDeWe, famosa e luxuosa loja de departamentos, ainda está em um ponto a rua que chama-se Tauzienstraße, mas é um bom lugar para começar o passeio (a partir da U-Bahn Wittenbergerplatz). Do meio para o final o lugar é enfeitado pelas vitrines da Chanel, Dolce Gabanna, Armani, Karls Lagerfeld, Escada, DKNY, e todas as da categoria über-luxus.
As calçadas são tão largas que têm vitrines espalhadas pelo meio sem atrapalhar em nada o fluxo de pedestres e as mesas dos bares e restaurantes. A belíssima igreja semi destruída pela guerra e agora museu Kaiser Wilhem Gedächtnis Kirche vale muito a visita. Pena que inventaram de colocar um monumento de cada lado dela que escondem toda a beleza da torre, que devia estar reinando sozinha e soberana na praça. São duas caixas horrorosas de concreto que não deviam estar lá de jeito nenhum; sinto uma dor no coração cada vez que vejo esses crimes arquitetônicos e históricos. Como é que permitiram uma barbaridade dessas?
Para quem estiver disposto a investir mais um tempo na região, recomendo uma visita ao Bikini Berlin, que fica bem pertinho (veja aqui do que se trata).
A Kufürstendamm é linda, recomendo demais a visita. E não se preocupe se não conseguir pronunciar direitinho o nome (é difícil mesmo). Os berlinenses a chamam carinhosamente pelo apelido de Kudam. Vai lá!
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NOTA: Obviamente eu poderiam citar mais umas 10 ruas que valeriam demais a visita, mas a lista ficaria longa demais. Então, fique com essas por enquanto. Todo dia descubro mais algumas, vale a exploração. A dica é: perca-se!
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