Storytelling é o nome moderno e fashion para a velha e boa contação de histórias.
O cérebro humano é especialmente sensível a narrativas e dominar essa arte tem inúmeras utilidades: desde aumentar sua influência no mundo até ter uma profissão criativa.
Pense: todo o mundo das artes, entretenimento, marketing, propaganda, política, educação, enfim, quase tudo gira em torno de histórias.
Mas aqui vamos explorar somente uma das utilidades do storytelling: exercitar o cérebro para gerar mais ideias.
É que para criar histórias a gente tem que recombinar os elementos que já estão dentro do nosso repertório. Exatamente o que a gente faz quando gera ideias.
Então, inventar narrativas é um excelente exercício de musculação cerebral para aumentar nossas habilidades criativas.
Separei aqui algumas dicas para você praticar storytelling no dia-a-dia; as variações são infinitas e você pode inventar mais.
1. FOTOS: Abra seu feed no Instagram, por exemplo, e vá criando uma história conforme a sequência de imagens que aparece, como se estivesse descrevendo um livro ilustrado. Crie personagens, conflitos e crises. É divertido!
2. FILAS: Se você está numa fila ou num lugar com mais de uma pessoa estranha, imagine uma história para cada uma e a relação entre elas. Exemplo: o moço que está na sua frente no supermercado é um agente secreto que tem que passar uma mensagem para o caixa sem chegar perto por causa do Coronavírus. Mas a pessoa que está com ele não pode perceber, pois é um jornalista infiltrado. E por aí vai…rs
3. OBJETOS: observe os objetos ao seu redor e imagine que eles estão conversando. O que sua cadeira estaria dizendo para o tapete que está ao lado dela? Será que falam sobre as pernas da mesa?
Você pode fazer o garfo conversar com sua faca ou descobrir porque a plantinha está magoada com as críticas que recebeu da almofada nova…
4. METÁFORAS: que tal reescrever as metáforas e lugares comuns que a gente conhece? Exemplo: em vez de “fechar com chave de ouro” que tal “encerrar com aplausos da Beyoncé”; em vez de dizer que a pessoa fez “uma tempestade num copo d’água”, poderia ser “achou que a falta de calço no pé da mesa era terremoto”.
NOTA: O escritor André Gabeh (procure nas redes sociais) é mestre nisso. Ele fala sobre a vida no subúrbio carioca e tem uma criatividade infinita para metáforas. É hilário!
5. CONTÍCULOS: Essa dica vem do grande escritor Edgar Allan Poe. Você abre o dicionário três vezes, anotando a palavra que você encontrar primeiro em cada vez. Aí é só criar um pequeno conto usando essas três palavras.
Eu costumava fazer isso sempre; tanto que aqui no blog tem uma categoria chamada “contículos” para você se inspirar. Vai lá!
6. OBJETOS ESPECIAIS: imagine que você precisa vender um objeto e tem que inventar uma história para valorizá-lo (ex: essa caneta Bic velha pertenceu ao grande poeta Drummond que a usou para escrever seu primeiro livro; por isso está com tão pouca tinta). Na verdade, existe um experimento social incrível em que escritores foram contratados para fazer isso com objetos aleatórios no eBay e os resultados foram surpreendentes (saiba mais no Significant Objects).
7. BICHOS DE ESTIMAÇÃO: Se você tem um animal, pode criar uma personalidade e criar histórias para ele. Minha mãe, que é escritora, sempre publica as aventuras do Otávio, o gato impossível que mora com ela.
AVISO IMPORTANTE: As dicas são simples e fáceis de praticar. Mas, para isso, você tem que tirar o nariz da frente do celular e prestar atenção à sua volta, senão não funciona!
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