Menu infantil

Aqui em Berlin o povo tem mania de comer uma pizza inteira sozinho (aliás, acho que na Europa; uma vez comi uma pizza em Zurique e era assim também). Ela vem no tamanho de um prato grande (no Brasil seria o equivalente a uma pizza média) e é difícil de dar conta; menos que isso, só se comprar em fatias, que nunca é tão gostoso.

Vai daí que dia desses entrei num restaurante e vi que, no cardápio, tinha pizza no menu infantil. Ôba, pensei, vou pedir uma dessas e finalmente conseguirei comer uma pizza inteirinha. Fui toda feliz pedir a versão para gente pequena; a garçonete me atendeu com uma risadinha marota e só depois que ela serviu é que entendi.

Olha só como eles servem a pizza infantil (exatamente do mesmo tamanho que a pizza para adultos).

As orelhinhas estavam ótimas...ehehehe

Trocando os pés por um contato

Pois é, enquanto me arrumava, fiquei na dúvida sobre qual sapato usar. Acabei me distraindo com outra coisa e me esqueci de decidir. Saí assim mesmo, sem perceber.

O engraçado é que na ida, como não tinha notado, fui bem desligada, lendo meu livrinho. Na volta fiquei mais atenta às pessoas e aconteceu três vezes, todas com mulheres: elas olhavam para meus pés, davam uma risadinha disfarçada. Eu olhava para elas, ria também e estava estabelecida uma conexão, quase uma cumplicidade. Teve uma senhorinha que, inclusive, puxou conversa e disse que ela já tinha feito isso.

A analfabeta

Desde a primeira vez que pus os olhos sobre “Die Analphabetin”, da Agota Kristof, foi encantamento à primeira vista. É que agora, conseguindo ler um pouco em alemão, já me sinto uma semi-analfabeta. Mas quando cheguei aqui, há quase um ano, a sensação de ver as placas nas ruas, propagandas e vitrines era exatamente essa. Olha, posso garantir que não é nada agradável.