Feriadão, João Roberto está no canto da cozinha totalmente tomado pelo tédio, transpirando ócio até pela sola dos pés. Eis que entra Eneida porta adentro, esbaforida:
— Levanta, nêgo. Assaltaram a casa da vizinha!
— Não demanda, minha flor. Se assaltaram já a casa da vizinha, a nossa está fora de perigo. O ladrão não consegue dar conta assalto no atacado, ainda mais em feriado.
Ante a demonstração lógica que a moça não conseguiu refutar, só lhe restou meter as unhas no dedo anular para acalmar a comichão que sempre a acometia toda vez que ficava sem resposta.
O preocupante é que o dedo já estava tão esfolado que nem a aliança dava mais para usar.
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Essa historinha é um exercício rápido de estilo e criatividade (calma, né, gente, é só a primeira…). Peguei a ideia do livro “O efeito Médici“. Lá diz que o grande Edgar Alan Poe fazia bem assim: abria aleatoriamente 3 vezes o dicionário e, com as primeiras palavras que encontrava, montava uma história. Eu achei essas três. Quer tentar outra história com elas?
Clotilde♥Fascioni
Ócio, demanda e comichão
Em principio a meu ver, o ócio já demanda comichão pelo corpo todo. O que fazer, como fazer? É assim mesmo.
Nada a fazer demanda uma comichão danada de fazer alguma coisa, mesmo que seja só uma comichão passageira.♥
Rute Elias
Olá Lígia,
Para mim a palavra ócio é muito favorável, pois o turismo é a solução para ela. Para tirar o comichão de ficarem paradas as pessoas irão fazer alguma coisa bacana como a que você está fazendo aí na Alemanha. Sei que esta estudando e pelo visto muito, e com muita criatividade. A demanda para quebrar o ócio é cada vez maior por conhecer lugares interessantes como a Alemanha. Bjs.