boas idéias comportamento dicas profissionais gestão inovação utilidades

Como construir seu kit de inovação pessoal

Mais do que nunca, precisamos de novas ideias para resolver problemas que talvez a gente nuca tivesse considerado enfrentar.

Só que para desenvolver soluções originais, precisamos de um repertório extenso e rico, assim como prática, por isso, acredito que ampliar o repertório e exercitar a criatividade deveria ser uma rotina diária.

Aqui, apresento alguns métodos e técnicas para ajudar todos os tipos de profissionais a melhorar sua condição mental e a construir um kit pessoal para a inovação.

Como ser mais criativo e gerar ideias facilmente?

A primeira e mais importante condição é o condicionamento mental.
Pense em uma maratona. Suponho que você concorde comigo que qualquer pessoa pode correr uma maratona se for saudável e tiver um par de pernas funcionando bem. É claro que alguns têm mais predisposição genética do que outros, mas o que realmente faz a diferença é quanto você investe em treinamento.


A prática e o condicionamento diários são o que determinam se alguém consegue correr uma maratona completa ou se mal consegue dar uma volta no quarteirão. Aqueles que têm talento para isso, mas raramente correm, ficarão para trás daqueles com menos talento que treinam duro todos os dias. Definitivamente.


Criatividade é uma prática como qualquer outra, envolvendo combinar ideias de maneiras originais. É como cozinhar, escrever, desenhar, programar, dançar: quanto mais você pratica, mais perto você chega da excelência.


O problema é que a maioria das pessoas tende a pensar automaticamente na maior parte do tempo e, do nada, quer correr 10 km. Simplesmente não rola.


De nada adianta fazer um curso cheio de estrelas em uma escola internacional e famosa se você voltar para casa e continuar fazendo exatamente a mesma coisa. Não importa quantos post-its você preencheu e colou na parede ou quais técnicas revolucionárias do Vale do Silício foram introduzidas, acredite. Sem prática diária, não tem jeito.


Ok, mas como posso praticar a criatividade no dia a dia?

O primeiro passo é entender que a criatividade usa os ingredientes que já temos em nosso repertório (tudo o que aprendemos, vivenciamos e sentimos) como matéria-prima.


Mas pense comigo: se o seu repertório é pobre, tem poucos e comuns elementos, é matematicamente fácil provar, por meio de uma análise combinatória, que você terá sérias limitações para criar algo realmente original (especialmente porque esses elementos provavelmente também fazem parte do repertório da maioria das pessoas). Pensa: não adianta ser campeão do Masterchef. Simplesmente não dá para fazer fazer 20 pratos criativos usando apenas feijão e arroz.


Mas peraí… Por que eu preciso criar 20 pratos? Dois ou três não são suficientes?
Por que preciso de tantas combinações? Por que não posso gerar apenas uma ideia, com dois elementos, e que ela seja a grande e brilhante solução para o meu problema?

Simples: porque para ter uma grande ideia, precisamos de muitas, muitas mesmo ideias. Dezenas, de preferência. Centenas, se possível.

É melhor ter 100 ideias

A teoria da evolução de Darwin nos ensina que a natureza cria variações aleatórias sobre um tema (ou, neste caso, um ser vivo) e, dependendo de como cada variação se comporta, ela sobrevive ou não.
É impossível saber com antecedência qual será o mais bem-sucedido; a evolução seletiva leva tempo. O mesmo acontece com a inovação. Só é possível saber se algo é inovador após o fato.


Um investidor, mesmo o mais genial, não tem como olhar para uma bola de cristal e ter certeza de que funcionará. O sucesso de um empreendimento depende de muitas variáveis ​​aleatórias, a maioria das quais está completamente fora do nosso controle. Na verdade, o determinismo não existe na inovação.
Isso se aplica a qualquer ideia inovadora. Mas se eu não tenho como saber se funcionará, o que posso fazer?


Você deve ter o máximo de ideias possível.

E como Rod Judkins, autor do excelente “A arte do pensamento criativo“, nos ensina:

“Se você tiver 100 ideias, uma delas provavelmente será ótima. Se tiver 5 ideias, as chances de uma ser ótima são muito pequenas (…) As primeiras 40 ideias são óbvias. As próximas 40 são incomuns e excêntricas. As últimas 20 são estranhas e surreais porque estão levando suas mentes a áreas em que nunca estiveram antes.”

A maioria das pessoas não tem ideias originais porque se apaixona pela segunda ou terceira, no máximo. Quase ninguém tem paciência para chegar à 90a ideia…


E é aí que mora a diferença; a grande solução surge depois que seu cérebro é virado do avesso (mesmo que inconscientemente). Ou depois de você ter combinado exaustivamente todo o seu repertório com o de outras pessoas, já que são necessários muitos ingredientes para gerar tantas ideias (é sempre bom ter extensões).


A importância do repertório

Espero que, a partir daqui, você esteja convencido de que é muito importante ter muitas ideias para chegar a uma realmente boa. Mas, para conseguir fazer muitas combinações, preciso ter muitos elementos para combinar, ou seja, um repertório rico e amplo.


Mas se o repertório é a soma de tudo o que senti, aprendi e vivenciei, a única maneira de aumentar meu repertório é sentindo, aprendendo e vivenciando mais. Melhor se você expor seu cérebro a coisas que ele não conhece ou nunca vivenciou antes. Por isso é tão importante ter a mente aberta e tentar ver o mundo com curiosidade e sem julgamentos.


Aqui estão algumas sugestões de como aprimorar seu repertório:

TRABALHO SOCIAL
Faz você conhecer realidades fora da sua bolha social. Pessoas com histórias, trajetórias e culturas diferentes da sua. É quase como fazer um curso gratuito; você acha que está ajudando alguém, mas é você quem mais se beneficia.

VIAGENS
Conhecer lugares, culturas, comidas, hábitos e idiomas diferentes certamente ampliará o leque de elementos na sua mente.


EXPOSIÇÕES
Sabe aquela exposição de arte contemporânea que você não entendeu e até acha que não é arte? É porque o conceito de arte já é uma prateleira pronta e definida na sua cabeça; e seu cérebro está se esforçando ao máximo para reutilizá-la. Pense e abra sua mente sem tentar julgar.


LIVROS E FILMES
Você pode viver outras vidas em outros tempos e lugares, se colocar em situações que nunca imaginou, apenas lendo ou assistindo a um filme. Mas atenção: os livros têm o benefício adicional de exercitar a nossa imaginação, afinal, um romance é apenas um manual de instruções para criar a história — você precisa imaginar tudo. Nos filmes, o diretor, os atores e a equipe de produção já fizeram isso por você.


CURSOS
Qualquer coisa nova que você aprender que traga conhecimento que você não tinha antes, expanda seu repertório e sua maneira de ver o mundo.


IDIOMAS
Aprender um novo idioma não inclui apenas gramática e vocabulário; inclui também uma nova cultura e modo de pensar. Aliás, existem estudos que mostram que temos variações de personalidade de acordo com o idioma que falamos. Não são apenas novos elementos: é uma biblioteca inteira sendo construída na sua cabeça!


CONVERSAS
Conversar com estranhos pode ser uma ótima maneira de descobrir um novo mundo, especialmente se essa pessoa tiver uma origem cultural ou social diferente. Se você puder conversar com pessoas que falam outro idioma, pode ser melhor.

EXPERIÊNCIAS
Experimentar novas atividades pode ser uma excelente maneira de aprimorar seu repertório. Por exemplo, se você é médico, pode tentar trabalhar como garçom por um tempo. Ou, se você é garçom, pode tentar ajudar um amigo mecânico por um dia. Você pode aceitar mudar de país e trabalhar em outro idioma. Ou organizar uma grande festa no seu bairro. Encontre um jeito diferente de ir para o trabalho; cada nova experiência conta.


O mais importante é sair do modo de vida automático e prestar atenção a essa nova experiência com todos os seus sentidos.

IDEIAS PARA AUMENTAR SEU REPERTÓRIO PARA INOVAÇÃO

PRATICANDO AS COMBINAÇÕES para resolver problemas

Agora que você tem uma rotina para adicionar novos elementos ao seu repertório, é hora de praticar a combinação deles. É hora de praticar a geração de ideias.

Vamos explorar algumas maneiras criativas de resolver problemas.


PENSANDO O OPOSTO
O primeiro exercício é tentar resolver o problema buscando o objetivo oposto. Por exemplo: se meu problema é reduzir o tempo de espera do cliente, pense em maneiras de aumentar ainda mais esse tempo de espera, deixando seu cliente muito feliz em esperar. Use toda a sua criatividade e a de seus colegas para listar soluções — quanto mais bizarras, melhor.


Em seguida, analise cuidadosamente cada solução. Você pode reverter algumas delas e encontrar maneiras de realmente reduzir o tempo de espera. Mesmo assim, você ainda pode descobrir maneiras de tornar a espera talvez até agradável. Você já pensou que as salas VIP em aeroportos podem ter começado assim?

MUDANDO O PONTO DE VISTA
Um bom exercício para gerar ideias é mudar sua perspectiva (para isso, praticar a empatia ajuda muito). Então, comece a pensar:

  • Como uma pessoa cega resolveria esse problema?
  • Como um ator resolveria esse problema?
  • Como um elefante resolveria esse problema?
  • Como uma criança resolveria esse problema?
  • Como um alienígena resolveria esse problema?
  • Como uma flor resolveria esse problema?
  • Como sua avó resolveria esse problema?
  • Como um monge resolveria esse problema?
  • Como seu professor de matemática resolveria esse problema?
  • Como Lady Gaga resolveria esse problema?
  • Como um detetive resolveria esse problema?


E assim por diante. Você pode fazer quantas combinações e pontos de vista quiser.

USANDO RESTRIÇÕES E CONDIÇÕES
Colocar restrições e condições, ao contrário do que muitas pessoas pensam, ajuda mais do que atrapalha. Podemos começar pensando em como resolveríamos o problema se necessariamente tivéssemos que usar, como parte da solução:

  • uma pedra e uma corda,
  • uma montanha-russa,
  • um prego enferrujado,
  • uma pessoa que usa óculos,
  • uma garrafa de vinho,
  • uma fruta vermelha ou
  • um Labubu


TESTANDO LIMITES
Testar limites também ajuda a liberar sua imaginação. Pense em como você resolveria o problema usando:

  • todo o dinheiro do mundo,
  • nenhum dinheiro,
  • usando apenas tecnologia,
  • usando tecnologia zero,
  • usando muitas pessoas,
  • usando zero pessoas,
  • usando apenas materiais raros ou
  • usando apenas materiais comuns.

TER SUPERPODERES
Outra ideia é imaginar ter superpoderes para resolver o problema. Como você resolveria o problema se pudesse:

  • mudar as leis da natureza (por exemplo, fazer a água evaporar a 20°C),
  • mudar as proporções do universo (por exemplo, fazer um planeta do tamanho de um ônibus e uma pessoa do tamanho de um prédio),
  • mudar os sentidos das pessoas (por exemplo, fazer com que todos consigam visualizar a dor),
  • mudar as cores das coisas (por exemplo, tornar o céu amarelo e a água vermelha) ou
  • mudar a sequência de eventos (por exemplo, com uma máquina do tempo)?

USANDO MÁGICA
E se você pudesse usar magia? Considere as seguintes possibilidades para resolver o problema:

  • transformar água em leite,
  • ler pensamentos,
  • fazer um objeto desaparecer,
  • fazer um objeto aparecer,
  • tirar algo da cartola,
  • treinar um coelho branco para fazer algo,
  • embaralhar informações como cartas ou
  • cortar pessoas ao meio sem causar danos.

TALENTOS ESPECIAIS
E se você tivesse um talento especial que precisasse ser usado na solução? Como seria resolver o problema:

  • cantar árias de óperas famosas,
  • tricotar lingerie exótica,
  • usar contorcionismo,
  • recitar números primos de memória,
  • escrever poesia em mandarim,
  • tocar um instrumento inventado,
  • costurar fantasias de carnaval,
  • pintar motos esportivas ou
  • depilar sobrancelhas?

SOBRE STORYTELLING

O cérebro humano é especialmente sensível a narrativas, e dominar essa arte tem inúmeras utilidades: desde aumentar sua influência no mundo até seguir uma carreira criativa.

Pense: todo o mundo da arte, entretenimento, marketing, publicidade, política, educação — em suma, quase tudo gira em torno de histórias.

Mas aqui exploraremos apenas uma das utilidades do storytelling: exercitar o cérebro para gerar mais ideias.

Para criar histórias, precisamos recombinar os elementos que já estão em nosso repertório. É exatamente isso que fazemos quando geramos ideias.

Imaginar histórias é uma ferramenta preciosa não apenas para resolver problemas (você pode prever as consequências da solução encontrada e talvez prevenir problemas futuros), mas também pode ser útil para construir personas e jornadas do usuário.

Mas mesmo que você não queira resolver um problema específico, inventar narrativas é um excelente exercício de desenvolvimento cerebral para aumentar nossas habilidades criativas.

Aqui estão algumas dicas para você praticar storytelling no seu dia a dia; as variações são infinitas e você pode inventar mais.

FOTOS
Abra uma galeria de fotos aleatória, por exemplo, e crie uma história com base na sequência de imagens que aparecem, como se estivesse descrevendo um livro ilustrado. Crie personagens, conflitos e crises. Você pode fazer isso com seus amigos ou colegas de trabalho; é divertido!

FILAS
Se você estiver em uma fila ou em um lugar com mais de um estranho, imagine uma história para cada um e a relação entre eles. Por exemplo: o cara à sua frente no supermercado é um agente secreto que precisa passar um recado para a senhora idosa sem se aproximar muito. Mas a pessoa com ele não consegue ver porque é um policial disfarçado. E assim por diante…

OBJETOS
Observe os objetos ao seu redor e imagine que eles estão conversando entre si. O que sua cadeira pode estar dizendo para o tapete ao lado? Eles estão falando sobre as pernas da mesa?

Você pode fazer seu garfo conversar com sua faca ou descobrir por que sua planta está chateada com as críticas que recebeu sobre sua nova almofada…

ANIMAIS
Se você tem animais de estimação, tente imaginar o que eles pensam sobre você e suas situações domésticas; imagine-os como seus colegas de quarto. Se não tiver, você pode fazer o mesmo exercício com pássaros do lado de fora da sua janela, formigas no seu jardim ou até mesmo com os animais dos vizinhos. Isso geralmente revela perspectivas interessantes que você não havia considerado.

METÁFORAS
Que tal reescrever as metáforas e clichês que conhecemos? Por exemplo: em vez de “terminar com uma nota alta”, que tal “encerrar com uma ovação de pé da Beyoncé”; em vez de dizer que alguém é “tempestade em copo d’água”, poderia ser “pensei que uma perna de mesa bamba fosse um terremoto”, e assim por diante.

CONTOS
Esta dica vem do grande escritor Edgar Allan Poe. Você abre o dicionário aleatoriamente três vezes, escrevendo a primeira palavra que encontrar em cada uma delas. Depois, você cria um conto usando essas três palavras. Aqui no blog eu pratiquei por um tempo e até criei uma categoria de posts chamada contículos.

COISAS COM HISTÓRIA
Imagine que você precisa vender um objeto e precisa inventar uma história para agregar valor a ele (por exemplo: esta caneta esferográfica antiga pertenceu ao grande Truman Capote, que a usou para escrever seu primeiro livro; é por isso que ela tem tão pouca tinta). Existe um experimento social incrível em que escritores foram contratados para fazer isso com objetos aleatórios no eBay, e os resultados foram surpreendentes (eu fiz um post só para detalhar e dar exemplos; clique aqui).

CONTO COLETIVO
Este exercício pode ser feito de forma assíncrona, até mesmo nas redes sociais. Você escreve um parágrafo e pede para a próxima pessoa continuar a história; ela escreve outro parágrafo.

Se o número e a ordem dos participantes forem definidos no início, teremos uma história com começo, meio e fim, mas ninguém sabe como ela se desenvolverá. Se o exercício for feito de forma mais livre, talvez você possa até fazer um concurso para o melhor final.

A ideia é construir uma história coletivamente, onde cada pessoa se baseia na colaboração anterior.

Ela força os escritores a serem flexíveis e a trabalhar com desenvolvimentos inesperados da trama, ao mesmo tempo em que cria algo que nenhuma pessoa poderia ter imaginado sozinha.

Faz muitos anos, na época de ouro dos blogs (esse aqui existe desde 2007), participei de um conto coletivo chamado Onofre, que está descrito aqui nesse link. Foi divertidíssimo!

ALÉM DA IMAGINAÇÃO

Você também pode exercitar sua imaginação apenas por diversão, sem objetivos ou problemas específicos para resolver. Você pode, por exemplo:

Imaginar profissões impossíveis

  • Designer de nuvens (este profissional criaria formas e padrões para combinar com eventos)
  • Intérprete de animais (um profissional que traduziria tudo o que seu gato quer dizer pra você)
  • Instalador de asas (alguém responsável por instalar e desinstalar asas em suas costas quando você precisar voar)
  • Detetive particular (alguém que encontra todas as coisas que você já perdeu).

Imaginar objetos impossíveis

  • Uma pílula de água que você coloca dentro de uma garrafa, sopra nela e ela se transforma em água
  • Um gravador de pensamentos que registra tudo o que você pensa (e então você pode pesquisar por palavra-chave ou tempo aproximado)
  • Xampu que faz o cabelo crescer instantaneamente, como na imagem da embalagem
  • Uma motocicleta voadora
  • Carrinhos de gelatina (à prova de acidentes)

Imaginar superpoderes inúteis
Imaginar superpoderes úteis é muito fácil — tente fazer o oposto e veja como é difícil! Aqui estão alguns exemplos:

  • Fazer tudo o que você come ficar com gosto de manteiga
  • Ressuscitar insetos.
  • Absorver a má sorte
  • Conversar com frutas verdes
  • Ficar invisível, mas apenas quando ninguém estiver olhando para você
  • Sempre queimar o jantar quando tiver convidados
  • Rasgar capas de livros com o poder da sua mente
  • Deixar as solas dos seus pés azuis por exatamente 3 horas por dia.

Esses exercícios são deliciosamente absurdos e definitivamente levariam o pensamento criativo a direções inesperadas.

ONDE A IA ENTRA NESTA HISTÓRIA?

A inteligência artificial generativa não é criativa — lembre-se: repertórios digitais se limitam a fatos passados, todos publicados anteriormente na internet ou armazenados em bancos de dados. Seu repertório, no entanto, inclui percepções, sentimentos e experiências, onde o valor atribuído a cada elemento é influenciado por suas emoções. Estas são incomparáveis ​​em termos de riqueza e escopo. Os LLMs (Large Language Models) usam apenas estatísticas e probabilidade para responder com as informações mais prováveis ​​de seus dados de treinamento.

São ferramentas extremamente úteis, mas não são criativas no sentido humano da palavra.

As máquinas farão combinações entre elementos do repertório somente quando instruídas a fazê-lo — e, como mencionado anteriormente, essas combinações não envolvem emoções ou subjetividade, que são essenciais para a criatividade.

Mas podem ser muito úteis como assistentes no processo criativo, quando bem utilizados. Você pode, por exemplo, solicitar:

  • Restrições criativas que você não havia considerado
  • Cenários hipotéticos
  • Extensões de suas ideias
  • Perguntas provocativas
  • Teste de diferentes pontos de vista
  • Pesquisa sobre diferentes organismos com habilidades sensoriais distintas


SEU KIT PESSOAL DE INOVAÇÃO

Apresentamos apenas algumas maneiras de expandir seu repertório e praticar a geração de ideias, mas estes são apenas pontos de partida — longe de esgotar todas as possibilidades.

Algo interessante que você provavelmente notou é que não precisa de dinheiro, conhecimento específico ou mesmo tempo livre para praticar. Portanto, não há desculpa para não exercitar seu cérebro.

Para construir seu próprio kit de inovação, sugiro seguir estes passos:

Identifique maneiras de expandir seu repertório e faça isso de forma proativa (você pode anotar — de preferência à mão — coisas que lhe vierem à mente para que isso aconteça, como se inscrever em um curso, se voluntariar para cozinhar para moradores de rua, etc.)


Estabeleça rituais de prática de storytelling (por exemplo: toda vez que estiver em uma fila ou sala de espera, imagine diálogos; ou sempre crie contos enquanto observa manequins nas vitrines; ou, uma vez por dia, escreva um conto usando a primeira palavra das últimas 3 postagens que você viu nas redes sociais).


Use maneiras criativas de resolver problemas cotidianos por meio de mudanças de perspectiva ou qualquer uma das técnicas apresentadas. Você pode inventar suas próprias técnicas e compartilhá-las com os colegas, mas sempre tente criar o máximo de ideias possível.

CONCLUSÕES

É importante observar três coisas:

MENOS TEMPO DE TELA
O tempo que passamos nas redes sociais “entorpece” nossa capacidade criativa, pois consumimos conteúdo passivamente, sem usar nossa imaginação ou criatividade para interagir. Portanto, uma boa ideia é tentar reduzir o tempo de tela criando rituais. Por exemplo: só me permito 15 minutos de tela depois de criar um conto ou inventar três novos pontos de vista para resolver problemas.

MAIS COLABORAÇÃO
A colaboração também é superimportante porque, por mais ricos que sejam nossos repertórios, eles são finitos — pelo menos no momento do exercício. Portanto, se nos conectarmos com outros repertórios, as possibilidades de conectar elementos aumentam exponencialmente. Tente trabalhar com pessoas de origens diferentes da sua — é a maneira mais rica de aumentar suas chances de ter ideias originais e inovar.

PENSE COM AS MÃOS
Por último, mas não menos importante, tente escrever mais à mão. Passamos milhares de anos desenvolvendo essa habilidade que estamos perdendo rapidamente. Há pessoas que só sabem digitar, e outras estão caminhando para nem isso — elas apenas falam o que querem por mensagens de voz. O processo de escrever à mão faz parte do desenvolvimento da ideia e pode realmente ajudar a organizar os pensamentos. Acostume-se a “pensar com as mãos”, seja escrevendo, rabiscando ou desenhando.

Você está pronta para começar a construir seu kit de inovação? Espero que este guia ajude você a começar.

Escreva e me conte suas experiências, sugestões ou descobertas criativas — quero aprender com você também.

Você também pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *