Feriado alpino

A gente aproveitou que dia 18 (quinta-feira) foi feriado aqui (Petencostes, seja lá o que isso signifique) e levou as duas motos para passear. As pobres estavam desde outubro do ano passado hibernando; depois de um longo e geladíssimo inverno, as moças foram bem contentes para a estrada.

Eram apenas 4 dias, mas valeram por muitos! Fomos à região do Allgäu (lê-se Algói), que fica no sul da Alemanha, aos pés dos Alpes. Boa parte do Allgäu fica na Bavária e limita-se ao sul pelos Alpes, fazendo fronteira com a Áustria, e ao oeste com o Bodensee, também conhecido por Lago Constance.

Na verdade, não foram só as duas motos não. Tanto na estrada como no Allgäu, o que mais se viu foi motos saindo felizes da longa hibernação. Todos os tipos, cores, idades, tamanhos, formas e marcas (claro que a maioria era BMW). Às vezes em tribos, às vezes em casais (como nós), às vezes solitárias. Mas eram muitas centenas, com certeza.

Bom, mas voltando ao passeio, os Alpes são cadeias montanhosas como a Cordilheira dos Andes (nossa velha e querida conhecida), mas menos extensas e mais baixas. Os Alpes fazem fronteira com a Alemanha, Áustria, Eslovênia, França, Suíça, Itália, Lichestein e Mônaco. A gente visitou o pedaço entre o lado alemão e o austríaco. Aliás, o Império Austro-Húngaro (atual Áustria) e a Prússia (atual Alemanha) já dominaram esse pedaço do continente. Com as guerras e com a unificação da Alemanha, a Áustria, antes tão poderosa, foi perdendo pedaços e acabou ficando um país pequeno e discretíssimo; quase não dá para notar a diferença com a Alemanha (eram quase o mesmo povo, na verdade). Tudo muito lindo e caprichado no último.

Já o Lago Constance faz fronteira com a Alemanha, Suíça e Áustria. Além de lindo, o lugar é importante, entre outras coisas, porque na região é que foi fabricado e testado o famoso dirigível Zeppelin. O museu existe até hoje e tem um dirigível para fazer passeios sobre o lago (o vôo mais baratinho, de 30 minutos, sai por 200 Euros/pessoa; não foi dessa vez, mas a gente chega lá….).

Bom, tirando o dia para ir e o outro para voltar (são mais de 700 km desde Berlin), sobraram 2 dias. No primeiro, sexta-feira, visitamos o Bodensee e a linda região até lá, cheia de clubes, estações de esqui (sem neve nessa época do ano), plantações, paisagens de tirar o fôlego e estradinhas sem ter fim, de um verde profundíssimo. Gente, como a Alemanha é um país verde! Não é a toa que o Green Peace nasceu aqui; são muitas florestas, matas, pastos, gramados, plantações, tudo muito bem cuidado.

Visitamos o monte Pfänder, na cidade de Bregenz, lado austríaco. Sobe-se com um bondinho igual ao do Pão de Açúcar e dá para ver boa parte do lago. O dia estava feinho (até choveu), mas o Instagram deu um jeito de fazer as fotos saírem boas…

No dia seguinte (sábado), fomos aos Alpes (entramos e saímos da Áustria tantas vezes que até perdi a conta; não tinha nem aduana, só plaquinhas na estrada mesmo). Gente, que lugar mais cinematográfico! As cidadezinhas e estações de esqui pareciam de brinquedo, de tão lindinhas. E nem estava tão frio; passeio tranquilíssimo.

Bom, depois a gente vai fazer o tradicional relatório com mapas, GoogleEarth, distâncias, hoteis, restaurantes, fotos e informações gerais para postar lá no site duasmotos.com. Por ora, fiquem com a amostra, só com fotos do Instagram (no site vai ter mais; pois acabamos de chegar e não deu para fazer ainda a curadoria do acervo).

As duas motos com os Alpes ao fundo
As duas motos com os Alpes ao fundo
As vaquinhas todas usam sinos enormes no pescoço; a região toda é muito musical por causa disso
Não é à toa que o povo corre para cá nas férias; quase dá para sentir o cheiro da grama pela foto, né?
Mas não dá para esquecer a história das guerras; até hoje todas as pontes da região indicam o peso máximo que um tanque pode ter para atravessá-las
O lago Constance visto do monte Pfände
O lago Constance visto do monte Pfände
Cenário de brinquedo
Imagina passar o inverno nessas cabaninhas aí ao lado da estrada
Num lugar cheio de gente fazendo trilha a pé e de bike, de vez em quando surge uma delicadeza dessas na estrada. Sombra e um banquinho charmoso para descansar e pensar na beleza da vida...

Quer conhecer um pouquinho mais do Allgäu? Então sobre aí na garupa, clica aqui e vai direto no Flickr.

Na terra do pepino

Ontem fui com a turma da escola fazer canoagem em Spreewald, a uma hora de trem daqui. A região é considerada reserva de biosfera pela Unesco e tem mais de 1.300 km de pequenos canais que cortam a floresta (boa parte e usada para irrigar a agricultura). A principal cidade é Lübbenau (ou Lubnjow Błota, no dialeto eslavo que se fala lá) e eles são famosos pelas plantações de pepino e pela canoagem.

Modéstia forçada

O teto da Basílica de São Marcos deve ser lindo (o Conrado até fotografou), mas não consegui ver, pois meus olhos estavam grudados no chão. E isso não é por modéstia, humildade ou fervor religioso não. É que os mosaicos são de outro mundo, minha gente.

Veneza já deu ao mundo nada menos que 6 Papas; esse povo de bobo não tem nada. Desconfio que eles fizeram um chão assim tão bonito para que as pessoas parecessem mais comedidas e obedientes, além de ficarem completamente hipnotizadas. Olha, funciona, viu?

Dá-me um Cornetto..

Os últimos dois dias foram inesquecíveis; graças à insistência de amigos queridos, passamos um final de semana na belíssima Veneza. Aliás, belíssima não descreve de jeito nenhum aquela cidade. Aliás, cidade também não é um nome adequado para aquele lugar; na bem da verdade, não há nada igual no mundo inteiro. Veneza é inclassificável sob qualquer ponto de vista.

Carnaval alemão

O carnaval é uma festa religiosa e, principalmente, católica. Como boa parte da Alemanha é protestante, aqui não rola muito essa celebração não (a não ser em Colônia; o carnaval lá é famoso). Mas isso não quer dizer que o pessoal não festeje.

No interior, em cidadezinhas pequenas onde há comunidades católicas, há comemoração sim; final de semana passada fomos convidados para uma delas.

Montanha encantada

Esse final de semana fomos conhecer o Harz, uma cadeia de montanhas no norte da Alemanha famosa pela beleza dos seus bosques e pelas cidades medievais. Harz vem do alemão antigo Hardt ou Hart, que significa montanha florestada.

Poltrona Alitalia: bom design?

Finalmente achei o vídeo que estava procurando. Seguinte: como já expliquei aqui, vim para Berlin pela Alitalia. Pois quando entrei no avião, quase morri de felicidade quando vi que estava vazio (veja a inocência da pessoa). Viajar encapsulada por 12 horas em classe econômica não é das experiências mais agradáveis, então pegar 3 poltronas inteirinhas só para você é a sorte grande. Dá para deitar mais ou menos esticada e não chegar tão detonada.

Mas a alegria durou pouco. Não, não apareceram mais 2 alemães (ou, no caso, italianos) gigantes para sentar ao meu lado. Os bancos continuaram vazios, mas fiquei com vontade de picar o diploma do designer que fez uma coisa dessas (e fazer ele comer tudo pelas orelhas). Olha e vê se não é mesmo o caso da pessoa se descontrolar e apelar para a violência…

Benchmarking de aeroporto

Pois é, preciso confessar que sou uma mulher que viaja às custas das milhas do marido (claro que tinha que ter um truque né? Ou vocês achavam que eu era rica para poder ficar indo e voltando de Berlin na maior moleza? Eeheheh..).

Pois é, dessa vez as milhas disponíveis eram da Air France e a passagem que consegui era uma operação conjunta com a Alitalia. Então entrei na Europa por Roma, depois fui a Amsterdam e só depois para Berlin. Graças às minhas fervorosas preces à Nossa Senhora das Bagagens Extraviadas, minha mala chegou junto comigo, contra todas as expectativas.

A viagem de cada um

Estava sentada ainda há pouco num avião, ao lado de duas senhoras muito excitadas. Aparentemente tinham sido vizinhas, estavam há tempos sem se ver e havia muita conversa para colocar em dia. Uma tinha ido visitar a filha em Maceió e a outra voltava de um tour pela Europa.

Não pude deixar de ouvir (e achar engraçado) quando a turista declarou que dessa vez tinha feito Itália, Alemanha e Grécia. Sempre achei bizarra essa expressão. O que poderia significar “fazer” um lugar?