As vitrines

Como já dizia Chico Buarque, em “As vitrines”:

Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar

Essas janelas do consumo sempre atraem meus olhos. E, em boa parte das vezes, nem desejo comprar alguma coisa. É que acho fazer vitrines uma das atividades mais criativas que existem; tem todo um trabalho de ambientação e cenografia (nem sempre intencional, é verdade) que transforma a maneira como vemos o produto exposto. O resultado, às vezes, é bem bizarro, mas nunca desinteressante.

Vou compartilhar com vocês algumas joias da minha coleção particular (nem todas são de Berlin); há que se dar um desconto nas imagens porque está aí uma coisa difícil de fotografar (detesto quando sai o meu reflexo no vidro). Na verdade tenho tantas imagens que acabei de criar uma categoria “vitrines” para as próximas postagens.

Mas enfim, compartilhem agora dos meus tesouros…

Essa loja de objetos usados tem várias vitrines; em cada uma ela explora uma cor diferente; fica lindo!
A janela branca da mesma loja
Essa já apareceu aqui no blog uma vez; é da Louis Vuitton.
Agora o contraste; uma vitrine de moda alternativa em Kreuzberg
Essa vitrine é da KaDeWe; sempre tem coisas geniais, mas é dificílimo de fotografar porque o vidro é muito grande e reflexivo
Livros e sapatos; relação misteriosa, mas atraente
Mais uma vitrine alternativa de Kreuzberg
Adoro esse capricho nos detalhes
Essa é de Budapeste
Luvinhas de uma vitrine em Veneza

Apontador de cenouras

Pelo jeito, o designer israelense Avichai Tadmor fica tendo ideias enquanto cozinha. Adorei essa: um apontador de cenouras chamado karoto (tudo a ver: cenoura é karotte em alemão e carrot em inglês; não sei em hebraico, mas deve ser coisa parecida).

Para quem gosta de comida com frescura, como eu, é, com perdão do mau trocadilho, um prato cheio. Achei bem criativo; e você?

Ideias coloridas

Para mim, esse é um perfeito exemplo de identidade visual coerente com o conceito da marca. A Idee é uma loja que vende material para arte e artesanato; tem desde telas, canetas, lápis de cor, papeis especiais, pinceis, tintas acrílicas e a óleo, até lãs para fazer tricô, botões exóticos, agulhas, tecidos, colas, adesivos, feltros, material para bijouteria e aquelas inúmeras quinquilharias interessantes usadas para construir enfeites divertidos, mas de gosto discutível. Adoro!

Estação tipográfica

Continuando a série sobre estações de metrô, olha só que bacana essa aqui: na Westhafen (U9), as artistas Françoise Schein e Barbara Reiter imprimiram letras e sinais tipográficos por toda a estação, fazendo experimentos variados com forma, agrupamento e alinhamento na composição. O texto usado é a Declaração Universal dos Direitos do Homem (traduzida para o alemão, claro).

Para lavar roupa suja brincando

Olha só que ideia maluca, engraçada e muito ousada o designer Sang-soon Lee teve para inscrever no concurso Electrolux Design Lab; ele ficou entre os 30 finalistas (tem outras coisas interessantes, olha aqui). Ele bolou uma máquina de lavar roupas em forma de bambolê; enquanto você rebola, sua roupa fica limpinha. Taí uma boa parceria entre academias de ginástica e lavanderias, não acha?

Os "sobrinhos" atacam aqui também

Pelo jeito, por aqui também existem os “sobrinhos” que fazem as vezes de publicitários e designers. Senão, que explicação haveria para essa genial peça de divulgação de uma auto-escola?

Na imagem (que acho que foi tirado de algum cartoon), aparece um instrutor desesperado com as barbeiragens do aluno, aparentemente calmíssimo. Aí aparece embaixo um texto que, em livre tradução, diz “Fique calmo — mesmo quando o astral estiver diferente!”.

Os fãs de toy art piram!

Bom, descobri uma galeria especializada em coleções, a Me Collectors Room Berlin/ Stiftung Olbricht. Pois a mostra da vez era uma coleção de desenhos, cartoons, brinquedos e toy arts pertencente ao alemão de origem turca Selim Varol (ele mora em Düsseldorf). Gente, sério que eu nunca vi uma coleção tão grande; mais de 15 mil peças de todos os tipos, tamanhos e cores, e considere que ele só tem 39 anos.