Segue a lista do que não dá para deixar de ver. Minha dica: 3 dias é o mínimo que você precisa para visitar apenas os pontos principais, mas Berlim merece muito mais.
1. Branderburger Tor/Portão de Brandemburgo (esse aí de cima na foto): esse monumento do século XVIII ligava o palácio do rei da Prússia (Friedrich Wilhelm II) que ficava num extremo da avenida chamada Unter den Linden até o seu jardim de caça (Tiergarten). Domingo é o dia mais movimentado, onde tem desde carruagens de época até a presença constante do Darth Vader, trabalhando como modelo fotográfico. Ir a Berlim e não ver o Brandenburger Tor é como ir a Paris e não ver a Torre Eiffel. Não tem como.
2. Siegessäule/Coluna da Vitória: A coluna, que fica no meio da avenida 17 de junho, que corta o Tiergarten ao meio, tem 67 m de altura e comemora as vitórias militares da Prússia. Tem um pequeno museu dentro muito interessante e dá para subir aos pés da estátua. Se você assistir ao belíssimo clipe do U2 (Stay — Faraway, so close!) inspirado no filme Asas do Desejo, onde o Bono sobe na Siegessäule. Olha aqui o vídeo.
3. Tiergarten: É o jardim onde o rei da Prússia caçava; enorme, fica no meio da cidade, como uma espécie de Central Park alemão. No verão, os berlinenses mais tradicionais tomam banho de sol como vieram ao mundo, sem ninguém incomodar. Acho a expressão máxima de civilidade dessa cidade, viu? Quando cheguei aqui para morar, fiz até um vídeo mostrando as belezas do parque, olha só (mas não tem pessoas nuas, não se preocupe…rsrsrsr).
4. Holocaust Mahnmal/Monumento às vítimas do holocausto: Esse monumento, projetado pelo arquiteto Peter Eisenman e inaugurado em 2005, é um dos mais impressionantes que já vi. É de uma simplicidade brutal (são apenas blocos de concreto de alturas diversas erigidos sobre um terreno propositadamente acidentado), mas o efeito é aterrador. A gente caminha entre os blocos e a sensação é bem desconfortável; uma obra de arte que definitivamente não pode deixar de ser visitada. É fácil, fica bem ao lado do portão de Brandemburgo.
5. Reichstag/Parlamento alemão: Penso que essa é uma das visitas indispensáveis para quem quer conhecer a cidade. Já perdi a conta do número de vezes que entrei nesse prédio e é sempre um encantamento, a prova de que a democracia pode dar certo. Para visitá-lo, é preciso fazer uma reserva antecipada (clique aqui e faça a sua). Também fiz um vídeo contando um pouco da história do lugar e seu significado para os alemães, veja.
6. Museen Insel/Ilha dos Museus: Como é uma ilha pluvial (fica dentro do Rio Spree), cercada por pontes de acesso, quase não dá para notar que se trata de fato de uma ilha. Mas esse é um dos lugares mais interessantes da cidade. Além dos 5 principais museus (Pergamon, Neues Museum, Altes Museum, Alte Galerie e Bode Museum), tem também o Dom (catedral, em alemão). Para mim, o mais impressionante é o Pergamon, que tem esse nome por causa de um portal grego totalmente transportado e reconstruído dentro do museu. Gente, o negócio é monumental, impressionante demais. No Neues Museum está o busto da famosa Nefertiti. Essa também é linda, vale demais. Os ingressos de museus em Berlin (€ 10 a € 16) não são baratos, mas eles aceitam qualquer carteira de estudante e dá para comprar um pacote só para todos os museus estatais a um preço menor. Aliás, Berlim tem mais de 100 museus, dá para passar boa parte do ano só visitando os ditos.
7. Fernsehenturm/Torre de TV: A torre de TV é outro símbolo típico da cidade, não dá para não ver. Como a cidade é toda plana, de qualquer ponto que se olhe, ela está lá, observando a gente. A torre de TV foi construída pela DDR (Deutsche Demokratische Republik) justamente para mostrar a supremacia tecnológica da ex-Alemanha Oriental (todo mundo do lado ocidental era obrigada a olhar para ela também). A torre tem 368 m e em 1969, quando foi inaugurada, era a segunda mais alta do mundo. Hoje você paga € 12,50 e pode subir e ver a cidade toda lá de cima (tem elevador, não se assuste). Tem também um restaurante giratório. Recomendo ir na hora do pôr-do-sol, mas como está sempre cheio, tem que fazer reserva antes aqui.
8. East Side Gallery: À beira do rio Spree ainda tem um pedaço original de 1,3 km do muro de Berlin, sobrevivente do desmonte. Pois desde 1990 ele serve de plataforma para 106 artistas do mundo inteiro celebrarem a liberdade. Para visitá-lo, é só pegar a S-Bahn até a estação Ostbahnhof ou então a U1 e parar no ponto final (Warschauerstraße). É garantido que suas fotos vão ficar maravilhosas! Se quiser ver o muro todo, clique aqui e vá no meu Flickr.
9. Checkpoint Charlie: Quando a cidade ainda era dividida pelo muro, havia alguns checkpoints, que eram as passagens oficiais, onde o visitante tinha que apresentar o visto para atravessar. Eles eram organizados por ordem alfabética e, dos quatro ou cinco que haviam, só sobrou o Checkpoint C, ou Charlie, que fazia fronteira com o setor americano da cidade (relembrando: a cidade foi dividida entre os aliados depois da guerra e somente os russos, que eram comunistas, quiseram isolar a sua parte; o restante do país ficou dividido entre Estados Unidos, Inglaterra e França, mas não havia fronteiras específicas ou limitações nessa parte). Hoje eles conservam a guarita e a placa “Você está deixando o setor americano; daqui pra frente, não nos responsabilizamos mais por sua segurança“.
Também fica um pessoal fantasiado de guarda que ganha uns trocos para aparecer nas fotos. A região vale a pena nem tanto pelo checkpoint, mas também pelo Memorial Topografia do Terror, que também tem um pedaço original do muro em toda a sua feiúra e ruínas de um prédio que serviu aos nazistas e depois à polícia russa. E logo adiante ainda tem uma empresa que faz safari de Trabi, que é o apelido dos Trabante, única marca de carro disponível na Alemanha oriental, mais fraquinho que uma Vespa. Os carros são todos estampadinhos e saem de hora em hora em uma carreata passeando pela cidade.
10. Potsdamer Platz: Essa área da cidade era muito valorizada antes da segunda guerra, mas depois de duramente bombardeada ela ainda foi cortada pelo muro quando cidade foi dividida. Aí virou um descampado, terra de ninguém. Com a reunificação houve um projeto de urbanização que fez o pedaço ficar cheio de prédios altos, uma verdadeira praça de concreto e vidro, muito diferente do resto da cidade. No coração da Postdamer Platz fica o Sony Center, sede do Festival Internacional de Cinema de Berlin, a Berlinale. Lá também ainda tem uns pedaços de muro em que o pessoal resolveu colar chicletes mascados para demonstrar simbolicamente o desprezo por toda essa parte horrível da história. Na região também há um prédio onde é possível subir e ter uma vista panorâmica da cidade (não tão alto quanto a torre de TV, mas o ingresso é também bem mais barato: € 5). Quem curte TV e cinema, no Sony Center também fica o museu do cinema e da televisão, que conta a história da produção audiovisual alemã; é bem bacana. Fiz um post quando fui lá; clique aqui para ver.
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