Nossa, quase fiquei deprimida com a notícia que o Enio, meu querido professor de yôga, me mandou. É que o diretor de uma das bibliotecas mais antigas de Boston (144 anos!) resolveu descartar (!!!) todos os livros para transfomá-la em uma biblioteca mais adequada ao nosso século. Quer dizer: ele vai digitalizar todo o acervo de 20.000 livros (acho que deve estar faltando um zero, pois parece muito pouco; eu sozinha devo ter quase mil livros em casa…) e instalar computadores, telões e pufes para que o pessoal acesse o material de um jeito mais moderno.
Olha, podem me chamar de conservadora, mas não gostei. Se é para ter acervo virtual, cada um que acesse de casa, não precisa ter uma cantina e um monte de computadores, que, para mim descreve melhor um cybercafé. Biblioteca precisa ter livros de papel sim, para a gente cheirar e interagir com a mídia. Não vejo porque os livros de papel e os virtuais tenham que ser mutuamente exclusivos. Tem espaço para os dois, não consigo ver o conflito.
Penso que, se pudesse, o tal diretor da biblioteca transformaria em lanchonete todos os teatros que não teriam mais razão de existir, depois que inventaram o cinema. E depois demoliria os cinemas com o advento da televisão. Céus, por que parece tão difícil conviver com a diversidade? Tem espaço para todo mundo, todas as preferências, todos os gostos, todas as mídias. É só uma questão de respeito e organização. Chega dessa “destruição criativa”, já deu para ver que não é sustentável.
Fiquei preocupada mesmo foi com a palavra “descartar”o acervo. O que será que o sujeito vai fazer com os livros? Mandar para a reciclagem? Morro e não vejo tudo…
Juliana Nunes
Concordo, acho que pode haver um casamento muito duradouro entre livro impresso e digital, não sei porque existe a mentalidade de que os dois não podem viver sob o mesmo teto, precisam do divórcio litigioso, sem divisão dos bens. Pior! Para um existir o outro tem que acabar? Lamentável…
Clô♥
Provavelmente este homem não gosta de ler e noutra encarnação botou fogo na Biblioteca de Alexandria…hahaha… ops!
Francisco
Lígia,
concordo que ler um livro é uma experiência completamente diferente(e superior) a sentar na frente da tela. Eu comentei no meu blog sobre uma vantagem que você deixou de citar, se puder dar uma olhada 🙂
http://parabolyca.wordpress.com/2009/10/02/digitalizando-uma-biblioteca/
Lígia Fascioni: Oi, Francisco!
Obrigada pelo link e pelo comentário (não conhecia o seu blog, vou frequentar mais). Realmente não coloquei essa vantagem no post porque o foco não era discutir o que era melhor, se livros reais ou virtuais. Não tenho nada contra digitar bibliotecas. A discussão toda é se as duas versões são mutuamente exclusivas e se, para ter uma, é preciso destruir a outra como foi o caso. Basta olhar a reportagem original em inglês – o diretor realmente vai se desfazer dos livros físicos (a reportagem fala: “The academy’s administrators have decided to discard all their books…“.
Adoro livros, reais ou virtuais. Mas não penso que um tenha que acabar para o outro existir…
Alice
Ligia,
Fico assustada com notícias como essa. Ler um livro digital jamais vai se comparar a ter um livro nas mãos. Assim como TV para mim não substitui o ato de ir ao cinema e todo o ritual que envolvente.
antonio kuntz
Um dos principais problemas das bibliotecas é ter espaço para guardar livros e manter condições de conservação de livros mais antigos. Daí nós podemos ver que, no futuro, precisaremos de dois espaços, um ainda vai se chamar biblioteca, local de pesquisa, o outro vai se chamar museu, para guardar livros antigos e fazer pesquisa arqueológica. A tendência dos livros é se tornarem raras preciosidades.
Sabrina Mix
Complicado, hein, Ligia?!
Realmente, não precisa ser excludente. Seria até mais interessante, pois se um livro estivesse emprestado, a pessoa poderia lê-lo mesmo assim, pois teria a versão digital, né?!
Beijos e sucesso!!!