Agora escrevo do Chile, mais especificamente de San Pedro de Atacama. A travessia foi tranquila, apesar do vento cortante e do frio glacial. As paisagens sao de cair o queixo, mas vou tentar fotografar na volta (vou tentar pilotar com a camera pendurada no pescoco). É que soh de pensar em estacionar, descer da moto, tirar as luvar (brrr….) e abrir as travas da bolsa onde está a maquina dá até desespero. Ainda mais que, nessa altitude, tudo cansa, menos olhar essa beleza que nao se acaba.
Lá embaixo, na Patagonia, a Cordilheira dos Andes é como um muro baixo que separa a Argentina do Chile. Conforme vai se aproximando da linha do Equador, ela vai ficando mais alta e se divide em duas. Entao, ontem fizemos a primeira parte do muro e dormimos no altiplano, que eh como se fosse um chapadao bem alto entre as duas partes. Hoje, subimos o segundo muro e descemos.
A chegada em San Pedro eh em grande estilo, parece um tobogan. Em poucos quilometros, a gente desce mais de 2.000 metros.
O Paso de Jama, nome desse caminho que atravessa a cordilheira, é nada menos que espetacular. Todo asfaltado, bem sinalizado. A primeira parte, na Argentina, é bem sinuosa e íngreme, uma vertigem só! Já a segunda, que fizemos hoje, é bem menos acidentada e cheia subidonas e decidonas praticamente retas. As vicunhas estao por toda parte, vimos o vulcao Licancabur (que fica na Bolivia, aqui pertinho) e lagos de degelo indescritíveis.
Um caminho que todo mundo deveria passar pelo menos uma vez na vida (mesmo que nao seja de moto).
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