Cruzar a Cordilheira dos Andes sempre é muito emocionante, mesmo que o Paso (nome que se dá às estradas que cruzam a cordilheira) não seja tão alto (o Paso Pino Hachado tem 1832 m de altitude).
Saímos de Neuquen tarde (umas 10 da manhã) porque estávamos bem cansados. Pegamos ventos patagônicos na estrada, daqueles em que a moto tem que velejar para não tombar. Depois de um trecho desértico, começou o paso propriamente dito. O cenário muda radicalmente, é como se a gente estivesse entrando num comercial de TV, com cenários perfeitos e deslumbrantes, de emocionar mesmo.
Esse paso fica numa região chamada e Araucanias, por causa das araucárias, muito comuns no lugar. Há esculturas naturais de pedras, rios de degelo, vulcōes e montes nevados. A estrada é bem sinuosa. Só que o vento continuou a mil por todo o caminho; ao parar, a gente tinha que se cuidar para o capacete não sair voando.
Isso tudo com alguns trechos de rípio (um deles com uns 10 km) bem chatos, com camadas grossas de brita que fazem a moto rebolar. Com o vento era praticamente impossível andar em linha reta ou fazer curvas planejadas. Suei em bicas, mas não caí nenhuma vez!
Ficamos um tempão nas aduanas argentina e chilena (é muito papelzinho para ser carimbado) e depois ainda teve um túnel de 4,5 km (túnel Las Raices), bem estreito, de apenas uma pista.
No final do dia ainda pegamos uns 100 km de autoestrada (foram 531 km no total). A sorte é que, as 9h30 da noite, em Temuco demos de cara um Holliday Inn Express, aqueles hoteis de rede americana maravilhosos (o Conrado tem até cartão fidelidade). Uma cama king size é tudo para dois motociclistas caindo aos pedaços.
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