Eu nem ia postar aqui, mas está bombando em tudo que é blog de design essa “inovação” que o povo está considerando o maior sucesso: vinho que vem em taças descartáveis PET. A ideia é comprar, beber e depois jogar fora (que eles chamam de reciclagem). Não tem nenhuma diferença entre isso e aquele zilhão de garrafinhas de água mineral que assolam o planeta. Não posso ficar quieta vendo isso em blogs onde as pessoas deveriam entender o conceito de design sustentável.
Gente, não é por aí! Não é porque uma coisa é reciclável que ela VAI necessariamente ser reciclada. Reciclagem implica em mais gasto de energia e está longe de ser a solução para o problema da sustentabilidade. Antes de reciclar é preciso REDUZIR e REUSAR. Reciclagem é só se não tiver outro jeito mesmo.
Para mim, essa solução “genial” só colabora para a gente produzir mais lixo (ninguém fala como a “tampinha” vai ser reciclada; além do mais, uma taça de vidro pode ser reutilizada infinitas vezes). Isso não é um projeto sustentável e está sendo vendido como tal.
Olha aqui o mais recente sucesso no mundinho virtual (o duro é que está todo mundo achando o máximo…).
Bom, também não posso deixar de dizer que, para quem realmente gosta de vinho, beber em taça de plástico é de supremo mau gosto…
Para saber mais sobre esse projeto (propaganda enganosa, na minha opinião), clique aqui.
David S.
Também achei sem sentido quando vi há alguns dias.
Total desperdício.
O vidro, tanto das garrafas quanto das taças, são soluções mais sustentáveis e foram inventados há muitos anos.
Filipe Chagas
APOIADÍSSIMO!
Clô♥
Tomar vinho em recipiente (taças ou copos) de matéria plástica é de arrepiar até para quem não é nenhum enólogo, só vi que pode ser encarado como “dose certa”, depois passa para a TAÇA DE CRISTAL, mas mesmo assim…o plástico não tira o sabor, o “bouquet” e o “corpo” do vinho?
Ninguém merece!
alexandre wisintainer
E viva o mercado, as inovações, os protótipos ou pseudos-projetos que “desfocam” o desenvolvimento sustentável…! O vinho não merece…, mas, tem consumidor para tudo e para todos. Tim-tim!
Rodrigo P. Ghedin
Muita gente se aproveita dessa “onda eco” para lucrar em cima de ideias que parecem ecologicamente corretas, mas numa análise mais apurada, como a sua, mostram-se exatamente contrárias à preservação ambiental.
Oportunistas sempre existiram e sempre existirão, a única coisa que muda é o contexto.
[]’s!
Andréia Borges
Pois é, que coisa, gente que aproveita a falta de conhecimento e usa as palavras como melhor lhe convém! É isso aí, ser reciclável, não que dizer que vai realmete ser reciclado! Concordo totalmente! E além do que, onde vai parar a poesia daquela taça de vinho? No lixo?
Lucas Guns
Estou de acordo com todas as palavras da Ligia, só acrescento que as pessoas estão sendo facilmente influênciadas por qualquer coisa que esteja na “modinha” e acho que essa idéia se encaixa bem a questão, não importa o destino final da coisa, pois o importante é seguir algo que está bombando no momento e ponto final.
Bia
Nossa, muito bom esse post!
Saco cheio de nego falando que é ecológico só porque é reciclável, não é bem assim que funciona.
Bia
GrilloAyres
“Estou de acordo com todas as palavras da Ligia, só acrescento que as pessoas estão sendo facilmente influênciadas por qualquer coisa que esteja na “modinha” e acho que essa idéia se encaixa bem a questão, não importa o destino final da coisa, pois o importante é seguir algo que está bombando no momento e ponto final.” post do Lucas acima…
Espero não estar equivocado, mas reciclavél, econômico e ecologicamente correto são palavras diferentes que são associadas pela sua abordagem no momento atual. Meu professor de design de Mobiliário me disse uma vez que “ecologicamente correto” não é só o objeto que é reciclável; há de se pensar na energia gasta, na agressão ao meio ambiente, entre outros… Vidro e plástico são recicláveis, fato! Mas ninguém pensou na energia gasta? Resumindo: vocês acham que qulquer forninho derrete o vidro??? Qual a energia gasta para aquecer o vidro até o ponto de fusão??? Garrafa PET:
Poli(tereftalato de etileno):
Alta densidade (afunda na água);
Muito resistente;
Amolece à baixa temperatura (80°C);
…
espero não estar errado, mas: “O vidro comum funde a uma temperatura entre 1000oC e 1200oC…” … hello? Me desculpe se me fiz soar agressivo, mas não tenho nada contra Lígia Fascioni, pelo contrário. Só acho que o post foi mal abordado. beijos
Lígia Fascioni: Oi, Grillo!
Eu concordo plenamente com você que reciclar não é a solução, inclusive falo isso com todas as letras neste post, olha só: “Reciclagem implica em mais gasto de energia e está longe de ser a solução para o problema da sustentabilidade. Antes de reciclar é preciso REDUZIR e REUSAR. Reciclagem é só se não tiver outro jeito mesmo.“.
A questão é que o vidro não é derivado do petróleo, sua queima não gera resíduos tóxicos e é mais fácil de ser reutilizado. Você derrete o PET a 80 graus e faz o que com ele? Certamente, não outra garrafa PET. A reciclagem não é só derreter, o processo é muito mais complexo que isso e dispende muito mais energia que apenas a queima. Enfim, isso tudo é muito complicado.
Já abordei esse assunto na mesma direção que seu professor de mobiliário, olha aqui:
Manifesto do conserto
Design para o futuro
Manifesto do conserto
Eco pecados
Obrigada pelo comentário e volte sempre!
GriloAyres
Obrigado pela atenção, me surpreendeu… Acho que a reutilização da garrafa de vidro seria a opção mais economica e ecológica. Não fui contra sua opinião, mesmo não concordando com todas, só não achei válido criticar o assunto embasado em etiqueta. Gostei muito do blog… e do gato.
Lígia Fascioni: Oi, Grillo!
Fique à vontade para ser contra quando achar necessário! Sempre acho que as pessoas precisam ser mais críticas com o que lêem, e é claro que isso se refere também ao que eu escrevo. Que bom que você está gostando. Obrigada pela visita e volte sempre!
@thiagovalinho
Lígia… tá atrasado mas vou falar. É uma vergonha além de ser inútil. Você perde o vinho (que exposto a luz vira vinagre) e junta lixo. O PET jogado no lixo comum é contaminado limitando seu uso após reciclagem quando ainda possível. Atitudes como essa que fazem o descrédito de atitudes realmetne interessantes em prol da sustentabilidade. E triste que atitudes como essa bombem nos blogs sem nenhuma crítica. Muito interessante. Sempre de parabéns lígia. Bjos.
Debris
Realmente é triste que mais lixo seja produzido, e eu também acho estranho essa coisa de “doses individuais”. Antes o vinho era algo que se juntava com alguém pra beber, sentava-se a mesa, ou ao pique-nique mesmo, na calçada.. Enfim, algo coletivo. Um dia rola um pique-nique e alguém compra um desses pra ele.. Ou dois compram.. mas os outros não. E um detalhe, CLARO, uma dose individual desse tipo sai BEM mais caro que uma garrafa. Então é isso? Cada um tem seu copo, não se compartilha mais o vinho? Porém discordo da abordagem do post porque o produto não está sendo vendido por ser sustentável. A empresa adota uma outra linha, que é mais de PRATICIDADE do que de sustentabilidade. Inclusive o inventor do negócio bancou a idéia num concurso com este argumento. O de sustentabilidade é apenas um deles, diria até que o último deles. Dá pra dizer isso inclusive lendo a lista de “what makes it special” no site oficial que você postou.
É isso. Abraço
ligiafascioni
Oi, Debris!
É verdade, você tem razão; eles não usaram a sustentabilidade como argumento principal (mesmo assim usaram); mas as dezenas de blogs de design que postaram a novidade, enfatizaram justamente esse argumento (talvez tenha mais apelo). Foi isso o que mais me chamou atenção.
Abraços!