Moda e literatura

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De vez em quando visito as meninas do Oficina de Estilo. Primeiro porque acho útil; segundo porque adoro moda; terceiro porque elas tratam moda a sério, sem frescuras, mas também sem chatice. Olha só o que eu garfei lá hoje — concordo e assino embaixo:

Edgar Allan Poe desenvolveu uma teoria para a construção do conto que a gente super pode pegar emprestada. Ele achava que antes de começar a escrever qualquer coisa, antes de decidir o cenário, o nome do personagem ou mesmo quem seria o narrador, o escritor precisava decidir e ter muito claro qual o efeito que ele queria causar no leitor. Depois que soubesse o efeito que queria causar, aí sim ele escolhia todos os outros elementos em função desse efeito, entende? Na moda a gente vê isso o tempo todo. A pessoa se veste inteira e depois decide ‘Ah, eu queria parecer phyna’!

A gente acha que se vestir – assim como escrever – não deveria ser uma junção aleatória de vários elementos que a gente achou bonitinhos individualmente. As coisas ficam muito mais coordenadas e interessantes quando cada elemento está ali em função de um objetivo maior, do efeito que a gente quer causar. Tipo um trabalho em equipe pra te deixar bonita, manja? De repente o vestido pode ser incrível, mas se ele se isola do grupo a coisa deixa de funcionar.

Scott Fitzgerald tem um conto super legal chamado ‘Bernice corta o cabelo’ onde a prima popular tenta ensinar a prima tímida a conquistar os meninos da cidade. Sem nenhuma pedagogia, a prima popular solta várias verdades dolorosas, tipo que é ‘melhor usar um vestido adequado três vezes seguidas do que alterná-lo com duas coisas medonhas’ e que ‘quando uma garota sente que está perfeitamente arrumada e bem vestida, pode se esquecer dessa parte. Isso é charme. Quando mais partes suas você é capaz de esquecer, mais charme você tem’.

Para terminar, o escritor que mais fala de roupas: Oscar Wilde. ‘A roupa é um produto, uma evolução, um indício importante, talvez o mais importante, dos costumes, dos hábitos e maneiras de viver de cada século’.”

Olha mais aqui.

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