O Ênio Padilha é engenheiro que vive de ensinar aos engenheiros como se faz marketing (e com muita competência, diga-se de passagem). Ele tem uma Newsletter gratuita que você pode assinar entrando no site www.eniopadilha.com.br. Chama-se “Três Minutos de Marketing” e é sempre uma grata surpresa. Dá uma olhada no artigo dessa semana!
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A ÚLTIMA DOS MARKETEIROS
Antes, leitor, deixe-me esclarecer que eu tenho a palavra “marketeiro” na mais baixa conta. Trata-se de um termo pejorativo. Identifica aquela pessoa de pouca ou nenhuma qualificação que realiza auto-promoção ou promoção de alguma organização de maneira indevida (geralmente tangenciando ou mergulhando mesmo na pura desonestidade).
São indivíduos que dominam meia dúzia de técnicas de publicidade e completam o trabalho com truques, atalhos e espertezas (no pior sentido da palavra esperteza, evidentemente)
Por isso a palavra marketeiro é utilizada por pessoas que conhecem seu significado e a utilizam para desqualificar os picaretas… e por pessoas que desconhecem o verdadeiro sentido do marketing e, inocentemente, utilizam o termo marketeiro como se ele tivesse um significado correspondente a profissional de marketing.
Fique atento, leitor. Chamar alguém que trabalha com marketing de marketeiro é uma ofensa. Portanto, recomendo sempre não use esse termo quando se referir àquelas pessoas que desenvolvem um trabalho sério no marketing.
Mas os marketeiros existem, sim. São aqueles sujeitos que fazem “o trabalho sujo” para empresários inescrupulosos. Aqueles que avançam o sinal. Que transgridem “um pouquinho”. Que acreditam que “os fins justificam os meios”. Que levam ao pé da letra essa coisa de que o marketing é uma guerra e que, portanto, “guerra é guerra!”
Tenho pavor de marketeiros. Mas eles existem.
E deve ser idéia de um deles essa coisa de aumentar o volume do som durante os intervalos comerciais da tv. Você, leitor, certamente já deve ter percebido que hoje em dia não é mais possível ver televisão sem o controle remoto na mão. E não só para mudar de canal. Mas, principalmente, para diminuir o volume do som durante os intervalos (e aumentar novamente quando o programa recomeça)
Não é preciso ser gênio para entender como é que essa prática se estabeleceu. Alguém descobriu que durante os intervalos dos programas, seja em casa, seja nos bares ou em qualquer outro lugar onde haja uma TV ligada, algumas pessoas aproveitam para conversar, fazer comentários, buscar uma cerveja… essas coisas.
Como manter a atenção do telespectador durante os intervalos? Diminuindo o número de comerciais? aumentando a qualidade das peças publicitárias? Que nada, disse um marketeiro de plantão. É simples: basta aumentar o volume do som durante os intervalos. As pessoas vão continuar ouvindo a TV, mesmo que não queiram ou não estejam interessadas.
Não importa se isso é invasivo ou mal educado. Não importa se isso desrespeita os direitos do cidadão. Não importa se isso causa um trabalho extra para quem tem ouvidos sensíveis e gosta do som no volume certo. O que importa é que funciona. Os números das pesquisas devem ter indicado isso.
É uma pena que as autoridades brasileiras não prestem atenção nisso.
E é uma pena também que os diretores dessas emissoras de TV não percebam os princípios que estão sendo transgredidos com esta prática horrorosa.
Honestidade, Ética e Respeito são vencidos pela esperteza, pela ética dos resultados e pelo desrespeito ao consumidor.
ENIO PADILHA
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