Estava lendo “Uma Noite no palácio da razão” (James R. Gaines) — na verdade lendo não, enrolando. É que escolhi o livro porque parecia interessantíssimo; trata da visita que Bach fez a Frederico, o Grande (Rei da Prússia), para falarem de música, fé e razão, em pleno Iluminismo. O contexto é interessante, principalmente a parte histórica, mas preciso dizer que achei a narrativa chata. Talvez isso se deva ao fato de que o autor entre em detalhes relacionados à música erudita (tem até trechos de partitura), assunto em que sou analfabeta de pai e mãe. Mesmo assim, já estava lá pelo meio do livro, quando surgiu, no meu colo, “O clube do filme“, de David Gilmour.
Já andava namorando o volume desde que li a resenha em algum lugar; aí apareceu o aniversário (quer dizer, cinquentenário) do meu sócio Alberto Costa e, como ele adora cinema, resolvi lhe dar o livro de presente da maneira mais interesseira possível para que ele me emprestasse depois.
Por sorte o Alberto gostou muito e até se identificou com o protagonista, mas, de fato, o “O clube do filme” fala pouco de cinema, que aparece mais como pano de fundo. Gilmour compartilha a própria experiência de ter um filho adolescente que não consegue se entender com a escola. Sujeito culto e inteligente, ele propõe ao filho que abandone os cadernos e livros, desde que juntos eles assistam semanalmente a 3 filmes e o discutam depois.
Gilmour dá um verdadeiro curso de cinema e literatura para o rapaz, que acaba gostando muito (vale dizer que o carinha é sensível e sofre com as mulheres que lhe aparecem na vida, tal como o pai). O experimento é difícil para os dois (o autor andava desempregado na época e tinha muitas dúvidas se não estaria estragando a vida do filho), mas o amor entre ambos é quase palpável. Lindo mesmo de ler.
Resumo: não terminei de ler “Uma Noite no palácio da razão” e nem sei se vou ter motivação para tal, pois amanhã o Conrado chega com os livros que comprei na Amazon (Uhuuu!!!). Não digo que não recomendo, mas deve ser mais interessante para quem é músico. Já “O clube do filme” recomendo para todo mundo, adorei.
Marcie
Então Gaines coloca trechos de partitura em meio ao texto?
Tenha certeza, Lígia, que todo educador musical tem como sonho que trechos de partitura surjam em meio a textos sempre que necessário e que possam ser entendidos.
ED
Este está na milha lista!
Sei que o Mateus tem 10 anos, mas tenho medo já! rs