Se você colocar a expressão “excesso de informação” no Google vai achar mais de 6 milhões de ocorrências, e isso somente em português. Há matérias, estudos, tratados, teses sobre o tema e até doenças (a chamada “síndrome do excesso de informação“, com várias vítimas diagnosticadas).
Esse parece ser o mal do século e ninguém pode fugir. Ok, mas o que caracteriza excesso? Segundo o Aulete Digital, é algo que excede o normal ou desejável, que sobra, que é demais. Mas será mesmo que a gente tem informação demais?
Pois esses dias encontrei, no blog do Dauro Veras, um trecho de entrevista com o sociólogo espanhol Manuel Castells que diz exatamente o contrário. A entrevista completa está no site da BBC (em espanhol, e vale muito a pena ler). A pergunta era se Castells crê que a grande quantidade de informação disponível na Internet nos levará a um novo obscurantismo. Vou fazer uma tradução livre da resposta cujo trecho Dauro reproduziu no original.
” Não há excesso de informação.
Se você vai a uma biblioteca que tem 12 milhões de volumes, tem melhores possibilidades de encontrar o que busca do que em uma que tem um milhão de volumes.
O que faz falta é ter a capacidade de saber o que busco, como encontrá-lo e o que fazer com isso.
O que acontece é que a internet exige um desenvolvimento muito maior de nível cultural e educacional dos usuários.
Portanto, a verdadeira brecha em relação ao uso da internet é a brecha mais antiga da humanidade: a cultura e a educação.
Aqueles mais educados, na era da internet aumentam sua capacidade de ação sobre a sociedade e sobre si próprios.
Aqueles com pouca educação se dedicam usar a internet com estupidez e perdem muito mais em relação ao conjunto da sociedade.“
Que dizer? Concordo em gênero, número e grau e nada mais tenho a acrescentar.
Clotilde ♥ Fascioni
Realmente.