O universo paralelo dos publicitários

Essa é para o povo que vive reclamando que quem vê as propagandas brasileiras pensa que a gente vive na Noruega, tal a fartura de gente loira de olhos azuis e a ausência quase completa de morenice. Pois parece que essa doença “a grama do vizinho é sempre mais bonita” acomete os publicitários daqui também.

Calculem comigo: quantas vezes uma alemã precisa morrer e nascer de novo na Bahia para chegar numa cor dessas? Ainda mais considerando que o verão aqui às vezes cai na quarta-feira, o que dificulta muito trabalhar a melanina.

Olha, o pessoal reclama do uso indiscriminado do Photoshop, mas a H&M humilhou as branquelas com essa propaganda de biquínis, viu?

Tomara que não venda nada, só de birra…

Tecidos antigos

ena que meu trabalho secreto dificultou tirar muitas fotos lá no brechó Humana, mas as estampas das décadas passadas me deixaram fascinada. Não pude deixar de me lembrar da minha querida amiga Renata Rubim, a mulher mais florida que conheço…rsrsrs. A Renata iria surtar naquele lugar, certeza.

Olha só quanta variedade; não é de fazer os olhinhos rodarem?

Luxo usado

Como eu já tinha comentado por aqui, o quente aqui são as coisas de segunda mão. Com roupas não é diferente. Pessoas realmente descoladas e que ditam tendências, não se vestem nas H&M, Zara e C&A da vida (como eu); nem nas Gucci ou Prada (isso é para turistas). Elas querem coisas diferentes; então vão nos brechós.

Tem muita roupa para vender nos flohmärkte, mas nos brechós é que a coisa esquenta mesmo. Tem os exclusivos, especializados em peças vintage (bem caros, por sinal) e os mais populares. A rede Humana tem 13 lojas em Berlin (e mais meia dúzia em outras cidades), mas a top mesmo é a da Torstraβe, com 5 pavimentos!

Cinderela adoraria

Uma coisa que dá para notar claramente é que os europeus são muito menos consumistas que nós, brasileiros. Eles não se importam de repetir roupa por dias seguidos, mas não vi ninguém cheirando mal, nem no metrô lotado. Aqui perto de casa fica o centro comercial da cidade no quesito lojas de grife; elas vivem lotadas, mas sempre são turistas.

Uma tradição que o povo aqui adora são os brechós. São muitos e estilosos; qualquer dia vou fazer um apanhado dos mais bacanas. O chato é que se você tem uma câmera profissional e parece jornalista, é capaz até que eles deixem tirar fotos; mas com a minha maquininha furreca, fica claro meu amadorismo (curso de fotografia: meta para 2013).

Mas me encantei esses dias foi com um brechó especializado em sapatos, que nunca tinha visto.

O que o cachorro viu

“What the dog saw”é o mais novo livro do Malcom Gladwell (já falei do moço aqui) e reúne suas melhores colunas no jornal The New Yorker, onde escreve desde 1996.

O livro é dividido em três partes: a primeira fala de pioneiros, obsessivos e outras variedades de gênios menores e é o conjunto de textos que mais gostei. Ele relata histórias de pessoas comuns, porém, bem-sucedidas no que fazem, e tenta entender o que passa pela cabeça delas no processo de tomada de decisão.