O nome e a rosa

A correria está tão grande que estou quase sendo multada por excesso de velocidade…eheheh

Para não deixar o blog no abandono, só me resta reciclar colunas antigas. Segue uma publicada em 2005.

***

Fotografia: Ibrahim M. Al Sayed

Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume”. Essa fala de Julieta, imortalizada nos versos de Shakespeare, talvez devesse ser reavaliada nos dias de hoje.

É que uma pesquisa realizada na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, concluiu que a percepção das pessoas em relação a um cheiro pode variar dependendo do nome que se dá a ele.

Os pesquisadores observaram os resultados da ressonância magnética dos cérebros dos voluntários enquanto eles testavam alguns perfumes e descobriram coisas bem interessantes. Eles colocaram um frasco com essência de queijo cheddar com três rótulos diferentes: “cheddar”, “ar puro” e “odores corporais”.

Quando o rótulo estava correto, foi ativada a região do cérebro que interpreta cheiros agradáveis. Os voluntários gostaram da experiência. A mesma amostra, só que rotulada com “cheiros corporais”, provocou reações diferentes nas pessoas, que já não acharam o cheiro tão bom. A área do cérebro correspondente simplesmente não reagiu. O rótulo “ar puro” também não conseguiu fazer com que as pessoas sentissem o mesmo prazer que o correto provocou.

Isso acontece, segundo o estudo, porque as pessoas imaginam o cheiro antes de senti-lo, influenciadas pela informação semântica contida no nome.

Para ser bem sincera, esse resultado não me surpreendeu nem um pouco. Noções básicas de semiótica nos mostram que nossas percepções são afetadas por um conjunto muito grande de fatores e as nossas relações com cheiros não se limitam apenas às reações químicas desencadeadas pela coisa cheirada. Cheiros contêm lembranças, inclusive visuais, de histórias bem complexas e pessoais, diferentes para cada pessoa.

Então, quem trabalha com comunicação, marketing, bebida, comida, eventos, enfim, tudo o que afeta a percepção das pessoas, tem que tomar muito cuidado com o nome que escolhe para seus produtos.

Eu ousaria dizer que a embalagem, o projeto gráfico, a ambientação e todo o contexto têm influências também nada desprezíveis. Convém prestar um pouquinho mais de atenção nesses detalhes que podem fazer toda a diferença entre uma pessoa gostar ou não de um produto. O que antes era só um palpite, uma desconfiança, agora está provado.

Uma rosa é uma rosa, é uma rosa. Mas e o seu perfume? É um perfume? É só perfume?

Ouro da casa

Olha só que orgulho: a Glóbulo Célula Criativa, empresa parceira em vários projetos, emplacou nada menos que 11 marcas gráficas na prestigiada publicação anual da Taschen sobre logos.

Alex, fala sério! Vai ter uma equipe fera assim lá… onde você quiser. Você realmente está podendo mesmo. Parabéns a todo esse povo talentoso com quem tenho o privilégio e o orgulho de conviver! Olha aqui as onzes marcas selecionadas.

Capa de revista!

A revista Liderança traz da capa deste mês uma matéria intitulada “Sua empresa já fez um teste de DNA?”. Dentro tem quase 4 páginas (coluna dupla) com um texto meu, baseado no livro “DNA Empresarial: identidade corporativa como referência estratégica”!

Fiquei muito contente, afinal, há anos venho trabalhando para conscientizar as empresas da importância do autoconhecimento para alinhar as ações e comunicações de maneira coerente.

Logo mutante

Os designers do estúdio The Green Eyl bolaram um sistema de identidade visual mutante para comemorar o 25° aniversário do Media Lab, o famoso laboratório de desenvolvimento de novas tecnologias e inovação do MIT (Massachuttes Institute of Technology).

O conceito é bem a cara deles, completamente coerente com a identidade do laboratório — o símbolo, baseado em formas geométricas simples que simulam três focos de luz nas cores primárias, podem ser posicionados de várias maneiras diferentes. Eles fizeram um software que simula todas as combinações montando um mapa de opções onde cada funcionário, professor ou aluno pode escolher uma para colocar no cartão de visitas. Cada combinação escolhida fica reservada para a pessoa e ninguém mais pode usá-la.

DNA Empresarial no Mundo Corporativo

No final do ano passado, gravei uma entrevista no programa Mundo Corporativo, da CBN. Pois domingo ele foi ao ar (só fiquei sabendo agora pelo comentário de um ouvinte). Clique aqui para ouvir ou ver o vídeo sobre o tema DNA Empresarial.

A gente conversou sobre identidade, imagem, marca, design e até sobre público-alvo, veja que coincidência; o Heródoto Barbeiro e o pessoal que acompanhou fez perguntas muito boas. Vale a pena ir lá conferir!