Budapeste: Memento Park

A Hungria, como todo o Leste Europeu, ficou sob o domínio da antiga União Soviética até 1989, quando caiu o muro de Berlin. Pois em 1990, quando o país finalmente passou a ser uma verdadeira democracia, todos os monumentos que homenageavam heróis do regime ditatorial foram retirados das praças públicas e levados para um parque fora da cidade, o tal Memento Park.

Tanto pelo valor histórico como pela curiosidade dos monumentos, queria muito visitar esse museu a céu aberto. Pesquisei, perguntei, e não foi muito fácil chegar lá não. Não há indicações e tive que fazer três conexões entre bondes e ônibus para chegar, pois é bem fora da cidade, do lado de Buda. O projeto foi interrompido em 1994 (o site não diz por que), mas a ideia original é bem mais ambiciosa do que está lá apresentado.

O parque é pequeno, mas as obras são bem bacanas; pena que algumas das estátuas que vi na internet não estavam lá. Há uma visita guiada, mas quando cheguei, tinha acabado de acontecer (aí eu teria que esperar uma hora inteira e resolvi ver tudo sem o guia mesmo).

Apreciem as estátuas, então!

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Homenagem ao
Homenagem aos operários (tocou o sinal de saída da fábrica, o moço saiu correndo).
Esses moços coxudos são uma homenagem aos soldados húngaros que participaram da guerra civil espanhola; só não entendi para que tanto culote...
Homenagem ao movimento dos trabalhadores (ou jogadores de bocha?)
Voluntários do movimento comunista (mas parece a turma do ôba ôba)
Monumento aos mártires da revolução comunista
Não consegui descobrir quem é simpátio senhor, mas com certeza foi um herói comunista (tem cara de bravo)
Esse tiozinho com cara de bonzinho é Béla Kun, o revolucionário que levou a Hungria ao comunismo em 1919
Para mim, essa foi a obra mais impressionante; toda feita de folhas de metal; mais uma homenagem a Béla Kun

Mais sobre a cidade de Budapeste e os seus banhos: clique aqui e aqui.

Para que não se percam mais Turings

Hoje aconteceu a Parada Gay aqui em Berlin, mais conhecida como Christopher-Street Day. O nome vem de uma rua de New York, onde, em 28 de junho de 1969, num bar chamado Stonewall, houve a primeira manifestação pública contra a homofobia. Com o tempo, vários países da Europa adotaram o final de junho para fazer a festa (o Brasil também).

Nesse ano, mais um motivo chama atenção para o fato: hoje é também o aniversário do nascimento de Alan Turing, precursor da informática e um dos maiores gênios matemáticos que a Inglaterra já produziu. Todo mundo que trabalha com informática já ouviu falar da Máquina de Turing, um protótipo de um dos primeiros computadores. Alan inventou o conceito de algoritmo e, além disso, era filósofo. Durante a Segunda Guerra Mundial ajudou os militares a decifrar os códigos criptografados dos nazistas com a máquina criada por ele chamada Enigma.

Carnaval das culturas

Pois é, já tinha contado aqui que em fevereiro não rola carnaval de rua como a gente conhece no Brasil (no auge do inverno, não tem nem como pensar numa coisa dessas). Mas isso não quer dizer que o povo não festeje. Em Berlin, toda primavera acontece o Karneval der Kulturen, uma festa gigante que dura 4 dias.

O evento é organizado no bairro de Kreuzberg, tradicionalmente reduto de imigrantes de várias partes do mundo. A ideia é juntar todas as culturas numa festa de rua, com direito a comidas típicas, muita música, manifestações artísticas e gente bonita e animada. Boa parte do bairro é tomada pela manifestação; há barraquinhas, danças, teatro de rua e muitos palcos.

Escolha sua planta

Hoje fomos conhecer o Botanischer Garten (realmente não dá para dizer que essa cidade não tem o que fazer). O lugar é lindo e florido, como era de se esperar, e o conjunto de estufas é enorme. Eles também apresentam concertos no local, o que só faz tudo ficar muito mais interessante.

Mas a brincadeira da vez é o nome científico das plantas; olha, não conheço nenhum botânico, mas eles parecem ser sujeitos muito bem humorados. Obviamente, os mais engraçadinhos são os brasileiros, como não podia deixar de ser (os nomes que eles escolhem são ótimos!).

Sopinha de letras para amantes da tipografia

Hoje fiz uma coisa que estava na minha lista (que só faz crescer) há tempos: fui visitar o Buchstabenmuseum, ou, em bom português, o Museu das Letras. A ideia surgiu em 2005, quando duas apaixonadas por tipografia, Barbara Dechant e Anja Schulze, resolveram montar uma organização sem fins lucrativos para expor a incipiente coleção de letreiros e pesquisar mais sobre essa fascinante arte de escrever e sinalizar em letras grandes e tridimensionais. Em 2008 elas inauguraram o espaço, que já trocou de endereço duas vezes. As moças estão se organizando para conseguir um lugar maior e mostrar o acervo cada vez mais rico e variado.

Comida estampadinha

Sou admiradora declarada de comida e de fotografia de comida (veja aqui o ótimo blog do Michel Téo Sin, meu fotógrafo preferido), mas a fotógrafa americana Sandy Skoglund matou a pau com esse trabalho. Ela usa alimentos, pratos e toalhas de mesa para criar texturas e padronagens incríveis; nossa, fiquei encantada com os olhos dessa mulher, que além de historiadora de arte, estudou cinema, gravura e arte multimídia em 1969, olha só!