A casa maluca

Prenzlauerberg, o bairro em que estudo, fica no lado oriental da cidade (já falei dele aqui, aqui e aqui). Quando caiu o muro, muita gente se mudou para o lado ocidental (ou foi para outro país) e vários prédios ficaram abandonados. Com o tempo, artistas de várias partes do mundo começaram a ocupar esses espaços como moradia e ateliers.

Pois quase ao lado da escola tem um edifício muito interessante, para dizer o mínimo. O jardim está sempre bem cuidado e tudo está sempre no maior capricho; o bizarro da história são as instalações de arte contemporânea sempre mutantes que são expostas na fachada. Não há como passar indiferente pelo lugar.

Agora o bairro está sendo bem valorizado e a especulação imobiliária está expulsando esse povo de lá. Mas enquanto não vai todo mundo embora, vamos curtindo um pouco a criatividade desses artistas muito loucos…

Sophie Charlotte

Sophie Charlotte foi a primeira rainha da Prússia (que hoje faz parte da Alemanha), cuja capital era Berlin. A moça falava francês, inglês e italiano, além de, naturalmente, alemão. Charlotte era cultíssima e vivia cercada por filósofos, escritores e músicos.

Seu castelo maravilhoso, chamado Charlottemburg (que também dá nome ao bairro), fica a poucos quilômetros aqui de casa e seu marido só podia entrar lá se fosse convidado (o rei morava em um palácio do outro lado da cidade; hoje não existe mais).

Pra que praia?

Finalmente o verão resolveu dar as caras em Berlin; o povo todo já estava impaciente com os míseros 9 ºC que andavam frequentando o mês que deveria ser o mais quente do ano. Pois desde anteontem estamos sendo brindados com 31 ºC diariamente e o final de semana promete a continuação do espetáculo, ôba!

O fato é que o verão aqui é sempre bem curtinho; daí que a escola não está preparada para essas temperaturas tropicais. Fazer o quê? O jeito foi transferir a aula para um parque com lago.

Era uma vez uma estação de trem

Imagine uma estação de trem enorme na região central da cidade (passavam por lá, diariamente, em 1930, 69 locomotivas; mais de 360 pessoas trabalhavam no local). Essa estação, inaugurada em 1890, funcionou ininterruptamente por mais de 60 anos, incluindo aí as duas guerras mundiais em que a Alemanha se meteu.

Quando a cidade foi dividida em 1952, as instalações foram abandonadas e o mato tomou conta. E tomou conta de tal maneira, que quando o povo foi olhar, tinha virado uma floresta. Aí a dona do pedaço, a empresa estatal de trens, resolveu doar a área de 18 hectares para compensar o impacto negativo para o meio ambiente que teria a expansão da malha ferroviária na região central da cidade; e o lugar virou um parque lindo.

Quando eu crescer…

Tem coisas que só dá para usar depois que você já chutou o balde; depois que você puder se dar ao luxo de não se importar mais com o que os outros acham ou deixam de achar. Mandar tudo às favas com 15 anos é fake (na verdade, a pessoa está preocupadíssima com os outros nessa idade); só dá para fazer isso a sério depois que você já provou tudo, já experimentou tudo, já viveu tudo. Enfim, quando realmente está podendo, de verdade.

Pug ou Mops: não importa, a fofura é igual

Faz um mês que está chovendo praticamente todo dia nessa terra; como estou saindo de uma gripe, as conjunções climáticas não estão me permitindo muitas incursões pela cidade (e olha que minha lista de lugares para visitar só faz crescer). Mas hoje parou de chover das 2 às 5 da tarde; calhou que eu tinha lido no jornal que ia ter um Encontro Internacional de Möpse, aquele cachorrinho que em português se chama Pug (Möpse é o plural de Mops). Catei o marido e lá fomos nós ver os fofuchos.

Budapeste: Memento Park

A Hungria, como todo o Leste Europeu, ficou sob o domínio da antiga União Soviética até 1989, quando caiu o muro de Berlin. Pois em 1990, quando o país finalmente passou a ser uma verdadeira democracia, todos os monumentos que homenageavam heróis do regime ditatorial foram retirados das praças públicas e levados para um parque fora da cidade, o tal Memento Park.