Água seca

Muito se fala que vai faltar água e os artistas da nata do mundo da arte vivem fazendo instalações  enigmáticas para chamar atenção sobre o problema. Mas para mim, quem conseguiu comunicar a mensagem com louvor foi uma artesã nordestina (fui atrás das fontes, mas não consegui descobrir) que, em vez de fazer aqueles desenhos típicos de areia colorida dentro de garrafinhas, resolveu reproduzir garrafas de água mineral famosas.

A mensagem é clara; o que hoje é água, amanhã pode ser areia… ela sabe do que está falando, pois deve sofrer bastante com a seca.

Pena mesmo que não descobri o nome da artista, pois a ideia e a execução são excelentes. Tem um vídeo no Youtube que mostra o anúncio de uma ONG, mas mal dá para ler e não aparecem os créditos no final. Parece até aquelas propagandas fantasma que concorrem em Cannes para ganhar prêmio… Mesmo assim, clique aqui para assistir e ficar impressionado com o trabalho.

Achei no ótimo Mosca Branca.

Estilo para leigos e profissionais

Oscar Wilde, pela boca de seu personagem Lorde Henry, em “O retrato de Dorian Gray” diz uma frase que resume tudo sobre a auto-estima de uma mulher: “Ela se comporta como se fosse bonita. É o segredo do seu encanto”.

A frase não está no sensacional “Livro negro do estilo”, de Nina Garcia, mas bem poderia estar. Pra quem gosta de moda, nada mais essencial. Para quem gosta de pessoas, também. Nina escreve bem e conta como começou a prestar atenção em roupas e sobre a importância que elas passaram ter na sua vida.

Muito barulho por nada

Está rolando uma polêmica na internet por causa de um site, veiculado na imprensa como inovador, no qual o cliente decide quanto quer pagar por uma marca gráfica. Designers (ou não) postam suas propostas e ele escolhe a que acha melhor, numa espécie de leilão ao contrário (o cliente define o preço e os profissionais disputam os projetos). Será que isso prejudica os designers?

Os logos não são tudo aquilo que se pensava

Acabei de ler “A lógica do consumo: verdades e mentiras sobre o que compramos” e estou encantada, assustada, perplexa, curiosa e cheia de palavras. Pena que a versão brasileira não conseguiu achar nada equivalente para traduzir a grande sacada que é “Buyology”, o título original.

O volume, escrito pelo consultor dinamarquês especializado em global branding, Martin Lindstrom, deveria ser leitura obrigatória para todo mundo que trabalha com marketing, design ou propaganda. É que o sujeito conseguiu parceiros suficientes para organizar o maior estudo até então feito sobre neuromarketing; ou seja, deu um jeito de escarafunchar nosso cérebro para descobrir como tomamos as decisões de compra.Baseada nessa e em outras pesquisas (uma delas provou que aquelas figuras escabrosas que aparecem nas embalagens mostrando os efeitos deletérios do cigarro acendem as áreas relacionadas ao prazer no subconsciente dos fumantes), Lindstrom conclui que os anúncios que mais incitam uma pessoa a fumar são aqueles com advertências. Bonés, cinzeiros e brindes com as cores da marca (mas não necessariamente com ela impressa) ajudam muito, seguidas pelas poderosas imagens subliminares sem nenhuma referência explícita à marca.