Comemoração comprida

Olha só que interessante: aqui na Alemanha eles comemoram os domingos do advento, que são os 4 domingos que precedem o natal. Não é feriado, mas eles comemoram.

Depois tem a véspera de natal (24) e o natal (25). Pois finalmente consegui entender porque é feriado também no dia 26.

É que hoje é o segundo dia de natal! Eles têm o Erster Weihnachtstag (Primeiro dia de Natal) e o Zweiter Weihnachtstag (Segundo dia de Natal). Achei bacana; mais um dia para se recuperar da correria e comer todos aqueles biscoitos enfeitados…

Outra curiosidade: aqui eles não chamam o bom velhinho de Papai Noel ou Santa Claus. É o Weihnachtsmann (Homem do Natal)…

Acho que só ganha presente a criança que conseguir pronunciar diretinho Weihnachtsmann…eheheheh

Vergonheira

Não, não é vergonha alheia; é minha mesmo. Preciso compartilhar esse momento com vocês porque ainda estou chocada…rsrsrsrs

Hoje havia poucos alunos na escola, então juntaram duas turmas e o clima ficou bem descontraído. Uma das professoras era ex-bailarina, então sugeriu que todos fizéssemos uma coreografia para aquecer e entrar no clima natalino (?!). Beleza, todos animados, e ela quis homenagear os presentes com danças que conhecia de cada país.

Adivinha que dança ela queria que EU FIZESSE para representar o Brasil? Ah, bons tempos em que o povo achava que toda brasileira sabia sambar…

À procura de um quartinho

O processo de aprendizado do alemão tem me rendido ideias interessantes. É que nós brasileiros, quando aprendemos espanhol, italiano ou francês (não sou fluente em nenhuma delas, mas tenho os conhecimentos básicos), temos como prioridade aumentar o vocabulário, já que os idiomas latinos são relativamente parecidos. Em relação à gramática, é mais uma questão de […]

Indignação

Acabei de ler Indignation, do sempre ótimo Philip Roth. Conta a história do último ano de vida de um rapaz coreano de 18 anos, que mora nos Estados Unidos nos anos 50. Marcus é judeu (não sabia que havia judeus coreanos) e o pai dele é açougueiro. O menino é bem estudioso e inteligente, além de bem-comportado; mas o pai fica tão preocupado em perdê-lo (boa parte da família havia morrido na Guerra da Coreia) que se desequilibra completamente e faz Marcus praticamente fugir de casa para não enlouquecer junto (coitada da mãe que teve que aguentar o rojão sozinha, pois não ficava bem na época se divorciar).

Alguém me explica?

Quando eu fazia engenharia, o único curso do centro tecnológico onde as mulheres dominavam o pedaço era a arquitetura. Então, queridas, alguma de vocês pode me explicar por que é que em todos os edifícios de uso comum, sejam escritórios, academias, cinemas, escolas, teatros, museus, restaurantes, bibliotecas, aeroportos, rodoviárias, enfim, todos os lugares em que se possa pensar, o projeto é sempre feito de maneira que o número de banheiros masculinos seja exatamente igual ao de banheiros femininos?

Guarda-volumes alemão

Fiquei de explicar a questão da entrada na Biblioteca Central da Universidade Humboldt, então, “apreparem-se”, porque a novela é longa (ainda bem que tem final feliz, com sorteio e tudo!).

Bom, depois que entrei no prédio, fiquei chapada que nem zumbi quando sente o cheiro de cérebros. Tão empolgadinha que nem vi os avisos (todos em alemão, claro) que diziam que não se podia entrar com nenhum tipo de pasta ou sobretudo. Nem capa de laptop podia. Garrafa, só de água, e ainda assim, transparente. O guarda que me barrou explicou que eu tinha que deixar tudo no guarda-volumes ali ao lado. Precisava de um cartão mensal e a senhora da recepção poderia me explicar melhor (isso foi o que eu consegui entender no meu alemão castiço, de raiz).

Agora vai

Eu sempre amei bibliotecas. Aliás, biblioteca para mim é um lugar sagrado; toda vez que entro numa fico pensando em quantas vidas foram dedicadas a produzir todo aquele conhecimento. Minha concentração aumenta bastante e fico muito mais produtiva (ainda mais se não tiver internet na mesa). Pois fui procurar as bibliotecas em Berlin e escolhi a da Universidade Alexander von Humboldt (não ia deixar por menos, né?).

Para se ter uma ideia do naipe dos professores e alunos, Einstein dava aulas lá, Marx Plank estudou e mais uma meia dúzia de Prêmios Nobel frequentou e pesquisou. Mais inspiração do que isso, impossível.

Mico na academia

Entrei numa aula de ginástica localizada e o esforço físico foi quase tão grande quanto o esforço mental, uma vez que a professora, aplicadíssima, explicava em detalhes cada movimento.

Como só entendo os números e mais meia dúzia de palavras, tinha que ficar “colando” os movimentos das colegas. Por causa disso, minha cabeça estava sempre posicionada do jeito errado e a professora, lá de cima do palco, chamava a minha atenção para corrigir. Só fui entender na quinta vez….ehehehe

E por falar em kitsch…

Está chegando o natal e, mais uma vez, o que se vê por todo o lado é uma overdose de kitsch.

Beleza, mas o que vem a ser esse tal de kitsch mesmo?

Vamos lá: alguns livros sugerem que a palavra kitsch nasceu, vejam só, em Munique, Alemanha, para designar trabalhos artísticos apressados e mal feitos, próprios da cultura de massa. Outras fontes, porém, defendem que o termo veio da Áustria, onde as pessoas (as chiques, é claro) usavam-no como uma gíria para designar objetos de mau gosto. O fato é que a expressão data da revolução industrial, entre os séculos XIX e XX, onde os bens de consumo começaram a ser fabricados em escala industrial (e, obviamente, mal feitos, a julgar pela tecnologia disponível naquele tempo).

É que foi somente nessa época que plebeus puderam ter acesso a coisinhas que antes só os nobres e burgueses ricos podiam colecionar. É claro que a qualidade e o acabamento dos mimos eram discutíveis, mas, para quem antes não tinha nada, foi uma festa. Data daí o início do consumismo desenfreado, um furor que culminou no que hoje se observa em lojinhas de R$ 1,99 (não, por acaso, verdadeiros templos do kitsch).